Folha 8

O Presidente foi a Washington com uma mala cheia de presos políticos?

- NUNO DALA

No momento em que redijo este texto o Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, já estará em Washington para ser recebido em audiência pelo Presidente dos Estados Unidos, Joseph Robinette (Joe Biden). Segurament­e, a recepção do Presidente João Lourenço pelo Presidente Joe Biden representa mais do que uma mera operação de marketing político a favor da sua pessoa e do regime. Representa compromiss­o, e destaco aqui o compromiss­o do respeito pelos Direitos Humanos e pelo Estado democrátic­o de direito.

Até 26 de Novembro, data em que o Departamen­to de Estado americano anunciou que o Presidente João Lourenço seria recebido, a 30 de Novembro, por Joe Biden, havia em Angola vários cidadãos presos pelo alegado delito de terem injuriado a pessoa do Chefe de Estado e do Governo de Angola. A ida do Presidente João Lourenço a Washington tendo na bagagem presos políticos desprestig­ia a sua pessoa, desprestig­ia Angola, desprestig­ia Joe Biden e desprestig­ia os Estados Unidos da América enquanto país cujo sistema e regime pugnam pelas liberdades, pela democracia e pela supremacia da Constituiç­ão. A manutenção de Adolfo Campos, Gilson Moreira da Silva (Tanaice Neutro), Hermenegil­do André (Gildo das Ruas), Abraão Pensador e da cidadã Net Nahara representa uma uma dissonânci­a extrema entre o discurso oficial do Presidente João Lourenço e a prática das instituiçõ­es sob sua batuta. Liberdade para Adolfo Campos. Liberdade para Tanaice Neutro.

Liberdade para Gildo das Ruas. Liberdade para Abraão Pensador.

Liberdade para Net Nahara. Liberdade para todos os angolanos e angolanas que se encontram nos calabouços deste país, presos por terem exercido o direito e o dever de não aceitar a tirania!

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