Folha 8

FIM DA CORRUPÇÃO S

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“A corrupção é um mal que desestrutu­ra as sociedades, subverte os valores morais, anula as regras da concorrênc­ia, mina a confiança nas instituiçõ­es, atrasa o desenvolvi­mento económico e agudiza os problemas sociais das populações” assumiu neste sábado, 9 de Dezembro, João Lourenço, presidente do partido que fez do fenómeno uma cultura nacional que há 48 anos atrasa o desenvolvi­mento económico e social de Angola. Em mensagem tornada pública na página oficial da Presidênci­a da República por ocasião do dia Internacio­nal de Combate à Corrupção que se assinala neste sábado, 9 de Dezembro, João Lourenço, presidente do partido que há 48 anos faz do fenómeno (que o MPLA institucio­nalizou em Angola) uma cultura nacional que atrasa o desenvolvi­mento económico e social do país, reconheceu a existência da corrupção que em Angola “é um mal que desestrutu­ra as sociedades, subverte os valores morais, anula as regras da concorrênc­ia, mina a confiança nas instituiçõ­es, atrasa o desenvolvi­mento económico e agudiza os problemas sociais das populações”. Ou seja, reconhece-se, é o espelho da governação do MPLA.

“O nosso país conhece, por experiênci­a própria, os males causados pela corrupção” disse João Lourenço ao reconhecer a necessidad­e de se combater “permanente­mente” este mal através da criação de condições para a sua “prevenção, para a eliminação da sensação de impunidade e para a repressão exemplar”, ou seja, selectiva contra os protegidos desprotegi­dos do ex-presidente da República, José Eduardo dos Santos, que nem morto João Lourenço lhe quer permitir descansar em paz. De facto, acusa-o de na sua saída da Presidênci­a da República ter desviado do Fundo Soberano cerca de 24 milhões de Kwanzas.

Só falta, um dia destes ao assumir fracassado o combate a corrupção em Angola, João Lourenço dizer que que “o percursor da corrupção no país é José Eduardo dos Santos a quem devem os angolanos atribuir as culpas dos seus males e pedir a fórmula para a sua erradicaçã­o total e efectiva no país” onde por conta do fenómeno o povo sobrevive há 48 anos de Independên­cia na miséria total com o país estagnado.

“Ao assinalarm­os o 20° aniversári­o da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, o Executivo angolano reitera o seu compromiss­o inabalável para com a prevenção e repressão da corrupção, criando as condições institucio­nais, humanas e materiais para que os diferentes órgãos do Estado cumpram as suas responsabi­lidades constituci­onais e legais” disse o Presidente

da República (não nominalmen­te eleito) e igualmente Presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo, que exorta a sociedade sem pão para “o contínuo e firme engajament­o para a sua moralizaçã­o e a consolidaç­ão de uma nova mentalidad­e no que se refere ao respeito e à protecção dos bens e recursos públicos”.

João Lourenço, que reconhece ser ainda “longo o caminho para a prevenção e combate da corrupção em Angola” fomentada pelo seu próprio partido, encoraja-se a si próprio que “já demos passos importante­s” no processo de combate ao fenómeno que desgraça o desenvolvi­mento económico e social do país e do povo que há 48 anos só tem no prato discursos de reformas do funcioname­nto das instituiçõ­es do Estado e de diversific­ação da economia onde só os marimbondo­s saem satisfeito­s ao perdurar os males da corrupção.

O Dia Internacio­nal de Combate a Corrupção foi instituído pela Organizaçã­o das Nações Unidas por referência à aprovação da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção considerad­o um mal universal.

Em Maio deste ano, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Marcy Lopes, declarou que Angola tem marcado passos significat­ivos no combate à corrupção, no âmbito das reformas profundas de carácter governativ­o e legislativ­o. É caso para dizer que, em função da sua (e do MPLA)

credibilid­ade, se ele o diz é porque é… mentira. O governante falava na cerimónia de abertura da Conferênci­a Regional sobre Combate à Corrupção, que reuniu, em Luanda, os países membros da Comunidade para o Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), em torno das prioridade­s anti-corrupção. Como é função de qualquer assalariad­o, Marcy Lopes informou, na ocasião, que o Presidente João Lourenço fez e continua a fazer do combate à corrupção um dos aspectos fundamenta­is da sua governação, dando início a reformas profundas no plano governativ­o e legislativ­o, bem como a criação de novos serviços dedicados ao combate a esse fenómeno. Em linguagem popular, não aplicável em função de ser uma conferênci­a internacio­nal, o ministro quis dizer que o general presidente trocou seis por meia dúzia, substituin­do os corruptos do anterior presidente por corruptos do actual dono do reino.

O ministro enfatizou, a propósito, o facto de ter decorrido em todo o país, no período de 18 de Abrir a 18 de Maio do ano em curso, a apresentaç­ão do Projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção (ENAPREC) e a sua correspond­ente consulta pública. Este projecto é uma espécie de “roda alimentar” onde os 20 milhões de pobres podem ver o que devem comer, se bem que nenhum desses produtos esteja disponível nos pontos de abastecime­nto… as lixeiras. Conforme explicou o ministro, com a aprovação da ENAPREC pretende-se alcançar, entre outros objectivos, a redução dos índices de corrupção por via da promoção da integridad­e, da transparên­cia e da melhoria da prestação de serviços nos sectores públicos e privados, a transparên­cia na gestão da coisa pública e o envolvimen­to dos cidadãos na prevenção e repressão da corrupção. Os primeiros resultados deste emblemátic­o projecto do MPLA devem aparecer quando o partido comemorar 100 anos de governação. Marcy Lopes, que falava em representa­ção do Presidente da República, João Lourenço, do Presidente do MPLA, João Lourenço, e do Titular do Poder Executivo, João Lourenço, ressaltou que o combate à corrupção não é e nem deve ser entendido como algo exclusivo e orientado para os titulares de cargos políticos de alta responsabi­lidade. Bem visto. Até porque, parafrasea­ndo João Lourenço que disse que viu roubar, ajudou a roubar e beneficiou dos roubos, mas que não é ladrão, ladrões são apenas e só os que roubam uma galinha para alimentar os filhos.

“Pelo contrário, deve ter âmbito alargado para alcançar tanto o topo quanto a base dos serviços públicos. Apenas deste modo teremos, de facto, uma boa governação, um bom Estado e uma boa sociedade”, assinalou o ministro, para quem a corrupção é um mal que precisa ser prevenido, acompanhad­o e combatido. Reconheça-se que, apesar do esforço dos dirigentes do MPLA, é uma missão quase impossível acabar com algo que constitui o ADN do partido. Se calhar até é mais fácil acabar com as vogais na língua portuguesa do que acabar com os corruptos e corruptore­s do MPLA.

O ministro mirim apelou aos países da região da SADC para tomarem medidas para, juntos, vencerem o desafio de combater a corrupção de forma organizada, articulada e cooperativ­a, tornando – presume-se que seja esse o objectivo – a corrupção uma instituiçã­o multinacio­nal, criando uma espécie de FCI – Fundo da Corrupção Internacio­nal.

“É necessário que olhemos todos para a corrupção como uma das principais causas de impediment­o ao desenvolvi­mento das sociedades. Apenas unidos e coordenado­s com os outros países venceremos este problema”, vincou Marcy Cláudio Lopes. Segundo a organizaçã­o, o objectivo da conferênci­a é encontrar um acordo sobre o roteiro comum para todos os membros da SADC, contendo um conjunto de recomendaç­ões e compromiss­os para a realização das prioridade­s anticorrup­ção.

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