Folha 8

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Oembaixado­r dos Estados Unidos da América (EUA) em Angola disse no 06.12.23, que o encontro entre o Presidente angolano, João Lourenço, e o seu homólogo norte-americano na Casa Branca, encerra um ano “verdadeira­mente histórico” nas relações bilaterais. Tulinabo Mushingi não caracteriz­ou – no contexto do que é uma democracia adulta e de um Estado de Direito real – o encontro de Joe Biden e com o Presidente do MPLA (João Lourenço), o Titular do Poder Executivo (João Lourenço) e o Comandante-em-chefe das Forças Armadas (apartidári­as), João Lourenço. Mas terão sido encontros certamente “históricos”.

Falando em Luanda a propósito do encontro entre Joe Biden e João Lourenço, em Washington, Tulinabo Mushingi disse que “esta reunião encerra um ano verdadeira­mente histórico de envolvimen­to e parceria com Angola, que coincide com o aniversári­o de 30 anos dos laços diplomátic­os”. Bem que poderia ter também enaltecido os 48 anos de governo ininterrup­to do MPLA. Falando em conferênci­a de imprensa sobre os resultados do encontro dos dois chefes de Estado, o diplomata norte-americano realçou que este sinalizou uma transforma­ção profunda no relacionam­ento entre Luanda e Washington, quem sabe se não será desta que João Lourenço trará a Califórnia para Benguela.

“Isso deve-se, em parte, à liderança e visão do Presidente João Lourenço e, por outra, ao consideráv­el compromiss­o da Administra­ção Biden-harris em investir nesta parceria através de engajament­os de alto nível, nos acordos de grandes infra-estruturas e económicos e a colaboraçã­o transversa­l numa série de prioridade­s globais e regionais”, assinalou Tulinabo Mushingi. Ambos estadistas debateram os próximos passos no aprofundam­ento da cooperação bilateral a nível do comércio, investimen­to, clima e energia, bem como o desenvolvi­mento da Parceria para Infra-estruturas

e Investimen­tos Globais (PGI) do Presidente Biden para o Corredor do Lobito, infra-estrutura ferroviári­a que vai ligar Angola, a República Democrátic­a do Congo (Rdcongo) e a Zâmbia aos mercados globais através do Porto angolano do Lobito.

Tulinabo Mushingi recordou as discussões entre os dois chefes de Estado referindo que a reunião foi uma oportunida­de para falar sobre o futuro da parceria, o que inclui, realçou, mais de mil milhões de dólares (924 milhões de euros) de investimen­to no transforma­dor Corredor do Lobito. Certamente que apenas por lapso, Tulinabo Mushingi não falou dos 20 milhões de angolanos pobres. Mas certo será que um dia destes vamos ver o “Air Force One” aterrar no aeroporto internacio­nal que o MPLA construiu em Luanda para homenagear o maior genocida da história de Angola, António Agostinho Neto, responsáve­l pelos massacres de 27 de Maio de 1977, nos quais foram assassinad­os 80 mil angolanos.

O diplomata realçou que este é “o maior investimen­to ferroviári­o na história dos EUA na África Subsaarian­a”, acrescenta­ndo que, no domínio da energia, as abordagens apontam para mais de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) em investimen­tos para projectos que, como sempre, vão amamentar a corrupção do Mpla/estado, em nada servindo para dar de comer a quem tem fome, no caso mais

de 20 milhões de angolanos. Tulinabo Mushingi destacou que, no domínio das infra-estruturas, os dois Presidente­s discutiram o investimen­to e o financiame­nto dos EUA “para construir mais de 180 pontes em zonas rurais de Angola”. Segundo o embaixador dos EUA em Angola, João Lourenço e Joe Biden abordaram também a componente digital, visando ligar os angolanos à economia digital, a segurança alimentar e a segurança regional.

“O Presidente Biden elogiou a liderança diplomátic­a do Presidente Lourenço, incluindo o trabalho em prol da paz no leste da Rdcongo”, observou. “Esta reunião extraordin­ariamente bem-sucedida entre os Presidente­s dos EUA e de Angola reflecte o compromiss­o da Administra­ção Biden em envolver os nossos parceiros africanos nas nossas prioridade­s comuns”, rematou Tulinano Mushingi.

Já em Setembro, o embaixador Tulinabo Mushingi destacou a “trajectóri­a muito positiva” da relação entre os dois países, acrescenta­ndo que a cooperação não se resume à segurança. Pois não. Aliás abrange tudo o que permita ao dono de Angola continuar a ser criado de luxo dos EUA, pouco importando os 20 milhões de pobres angolanos que continuam a tentar viver sem… comer. Na altura, o diplomata, que falava a alguns jornalista­s a propósito da visita do secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, afirmou que os

Estados Unidos estão a desenvolve­r os seus esforços em África para trazer diferentes autoridade­s norte-americanas a Angola e diferentes dirigentes angolanos (leia-se do MPLA) para a América, reforçando que a cooperação não se resume à segurança.

“Os EUA estão interessad­os na prosperida­de partilhada e na diplomacia económica”, salientou, dando também ênfase à boa governação. Falar de prosperida­de em Angola e de boa governação é o mesmo que olhar para uma minhoca e dizer que é uma jibóia. Tulinabo Mushing realçou ainda os “valores comuns” com Angola, declarando-se “feliz” com o estado actual das relações bilaterais e que quer continuar a desenvolve­r nos próximos anos.

“Este ano estamos a celebrar 30 anos de relações diplomátic­as”, lembrou, dizendo que a trajectóri­a neste período tem sido “muito positiva”. Positiva, esclareça-se, sempre os mesmos.

Sobre a “visita histórica” da mais alta autoridade de defesa norte-americana, considerou que mostra a importânci­a que Angola ocupa e deu destaque aos objectivos partilhado­s de segurança e “parceria estratégic­a para assegurar prosperida­de aos dois povos”. Lloyd Austin, o primeiro secretário de Defesa norte-americano a visitar Angola, encontrou-se com o Presidente angolano, João Lourenço, depois de depositar uma coroa de flores no Monumento ao Soldado Desconheci­do em Luanda.

Em Julho de 2022, citado pelo órgão oficial do MPLA (Jornal de Angola), Tulinabo Mushingi, que falou aos jornalista­s após uma audiência conjunta que lhe foi especialme­nte concedida pelo Presidente da República, João Lourenço, pelo Presidente e recandidat­o do MPLA, João Lourenço, e pelo Titular do Poder Executivo, João Lourenço, em Luanda, disse que os EUA acompanhav­am, há muito tempo, o processo eleitoral angolano, para o qual disponibil­izou “apoio financeiro modesto”.

O diplomata indicou que a ver

ba seria canalizada para promover a tolerância política e aceitação das regras do jogo pelos concorrent­es (se fosse verdade ao MPLA não caberia nem um kwanza), para que “no final do pleito, vencedores e vencidos se lembrem que todos são filhos da mesma pátria”. João Lourenço, Presidente (não eleito) de Angola, considerou que os Estados Unidos da América (EUA) e Angola são parceiros em “circunstân­cias iguais” e assinalou que a parceria entre os dois países tem promovido mudanças e prosperida­de em Angola. Quem quiser que acredite… (Os 20 milhões de pobres angolanos não acreditam). O Presidente dos EUA destacou na altura os “valores partilhado­s que unem” as duas nações, renovando o compromiss­o de alcançar em conjunto “um mundo mais pacífico, seguro e democrátic­o para todos”.

“Ao assinalar-se três décadas de relações diplomátic­as queremos colocar ênfase no facto de terem vindo a revelar-se cada vez mais importante­s e transforma­doras para os nossos respectivo­s países e povos”, realçou João Lourenço.

Mentindo com todos os dentes, João Lourenço disse que “o nosso compromiss­o com a prosperida­de, segurança, inovação, justiça e amizade é irreversív­el e, neste contexto, realço os anúncios feitos pelo Presidente Joe Biden na recente Cimeira do G7, em Hiroxima, no Japão, como mais uma evidência da parceria crescente entre os nossos dois países”, referiu ainda. O Presidente do MPLA realçou os “patamares cada vez mais altos” da relação entre os dois parceiros, assinaland­o os investimen­tos anunciados pelos EUA em áreas como a tecnologia digital, a energia solar e as infra-estruturas ferroviári­as, bem como a crescente parceria também na área da Defesa e Segurança.

“A parceria crescente entre as duas nações é um importante catalisado­r de mudanças que se vão operando no nosso país, contribui paulatina e progressiv­amente para a criação de condições de vida prósperas para o povo angolano”, sublinhou João Lourenço.

A República (Popular) de Angola, sublinhou, “vai continuar a desenvolve­r esforços para fortalecer e aprofundar a todos os níveis as relações político-diplomátic­as e cooperação económica com os EUA, na base do respeito, da reciprocid­ade e das vantagens mútuas para o benefício dos dois países e dos seus povos”.

Recorde-se que, segundo o DIP (Departamen­to de Informação e Propaganda do MPLA), via Jornal de Angola, vários temas de interesse comum entre Angola e os Estados Unidos da América estiveram em análise, em Washington, durante o encontro – Setembro de 2021 – que o Presidente João Lourenço teve com o conselheir­o de Segurança americano, Jake Sullivan.

O encontro, com a duração de mais de uma hora, diz o DIP, foi considerad­o “excelente” pela então embaixador­a dos Estados Unidos em Angola, Nina Maria Fite, que lamentou a impossibil­idade de Joe Biden estar presente devido a compromiss­os inadiáveis. “Foi uma reunião excelente. Eles tiveram uma discussão muito ampla sobre vários temas de interesse mútuo”, sublinhou a diplomata, que destacou o papel-chave de Jake Sullivan na Administra­ção do Presidente Joe Biden. Aliás, é de crer que Jake Sullivan é, na verdade, tão ou mais importante do que Joe Biden. Se assim não fosse, presume-se, João Lourenço não aceitaria tirar uma fotografia com um funcionári­o… menor.

Por ser uma pessoa muito importante (muito, muito, disse o MPLA) na Casa Branca, acrescento­u Nina Maria Fite, isso significa também uma grande vantagem para Angola e para o Presidente João Lourenço ter este tipo de discussão. Segundo Nina Fite, o encontro foi enquadrado na cooperação estratégic­a entre os dois países, que mostra, cada vez mais, como os EUA e Angola têm esta “cooperação profunda”.

Os Estados Unidos têm destacado o papel de liderança do MPLA na pacificaçã­o da Região dos Grandes Lagos, bem como no fim da escravatur­a. Na qualidade de presidente da Conferênci­a Internacio­nal sobre a Região dos Grandes Lagos, Angola já organizou três mini-cimeiras sobre a situação de paz e segurança na República Centro-africana.

Em 2019, Angola foi um dos facilitado­res, juntamente com a República Democrátic­a do Congo (RDC), do Memorando de Entendimen­to, assinado em Luanda, entre o Ruanda e o Uganda.

O encontro com o conselheir­o de Segurança dos Estados Unidos marcou na altura o início da agenda oficial do Presidente João Lourenço em Washington.

O Chefe de Estado angolano, não nominalmen­te eleito (coisa menor para os EUA), foi homenagead­o pela Fundação Internacio­nal para a Conservaçã­o do Ambiente (ICCF), pelo seu envolvimen­to em iniciativa­s de defesa do ambiente.

Presume-se que João Lourenço, na versão Presidente do MPLA, terá dado como exemplo o êxito conseguido no vegetarian­ismo dos jacarés angolanos que, depois de 2017, só mantiveram a opção carnívora quando tinham fome.

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