BOM DIA? NÃO! AGORA É “AS-SALAMU ALAIKUM”!
Épreciso rememorar para não se esquecer a história e os eventos, como este, escrito pelo jornalista Jorge Eurico há mais de 6 anos. São 22:00 minutos. Há muito que o domingo “vestiu-se” de negro. Estou em “Roma Negra” (Salvador da Bahia-brasil). Antes de me fazer à cama, leio no site da Radio France International (RFI) uma matéria do seu correspondente em Luanda, o jornalista Avelino Miguel, que dá conta que a Polícia Nacional desarticulou com sucesso (digo eu!) uma rede namibiana de traficantes de seres humanos. Recorro rapidamente ao Google a ver se encontro alguma informação referente às 49 crianças que o ex-director do Serviço de Migração Estrangeiro (SME), Paulino Cunha, autorizou, ao arrepio da Lei, que, no ano passado, viajassem para Cote d’ivoire. Sobre o assunto, nada encontro. Algo me diz que, desafortunadamente, as autoridades angolanas, ao seu mais alto nível, também desconhecem o caso. Não dominam o dossiê!
Retorno ao site da RFI e leio que os dezasseis angolanos que a rede namibiana pretendia traficar tinham idades compreendidas entre os oito aos trinta e três anos de idade. Faço um esforço de memória e rememoro que entre as crianças enviadas à Cote D’ivoire com o assentimento irresponsável e criminoso do então diretor do SME, a mais velha tinha, à data dos factos, apenas onze anos de idade. Repito: Apenas onze anos! Volto ao site da RFI e leio que a rede namibiana de tráfico de seres humanos pretendia empregar os dezasseis angolanos nos sectores da agricultura, pecuária, construção civil, comércio, exploração mineral e trabalho doméstico no País vizinho.
Faço rapidamente um “refresh” no computador que tenho sobre os ombros e o disco duro do mesmo diz-me que as 49 crianças ainda se encontram na Cote D’ivoire para onde foram com o objetivo de frequentarem uma madrassa, aprenderem o Alcorão e depois regressarem a Angola a dizerem “As-salamu Alaikum” ao invés do convencional “Bom dia!”.