Folha 8

Orlando Castro apresenta “Eu e a UNITA”

- * In Prefácio. William Tonet é jornalista e director do jornal “Folha 8

O novo livro do jornalista Orlando Castro foi lançado a 7 de Dezembro na Casa de Angola em Lisboa. A apresentaç­ão da obra esteve a cargo de William Tonet, que também prefacia e, Sedrick de Carvalho. Sobre si próprio e o que move, diz Orlando Castro “ao longo dos anos defendo aquilo que considero correcto para a minha terra, Angola. Consigo não agradar nem a gregos (MPLA) nem a troianos (UNITA).

Olivro começa, quando a leitura nos aloja nas nuvens! É uma sublime lufada de ar fresco de e para Angola! Um verdadeiro selo de povoamento, parido nas entranhas da Rua 66, zona alta de Nova Lisboa (Huambo), onde estão enterradas as secundinas do autor, sob o olhar cúmplice do “gavião”** que as não consegue resgatar.

1975, emerge como marco do pico identitári­o dos ventos de mudança, que não se endeusam em si mesmo, porque o horizonte está aí.

“Ao longo dos anos defendo aquilo que considero o mais correcto para a minha terra, Angola. Consigo não agradar nem a gregos (MPLA) nem a troianos (UNITA)”, assegura. O autor coloca a carruagem, nos trilhos do Caminho de Ferro, percorrend­o todos os interiores até ao litoral, visionando, em cada apeadeiro a euforia e o declínio de ideologias, responsáve­is pelo descarrila­mento da soberania de sonhos de uma multirraci­alidade, nunca desembarca­da no hoje/futuro. “Sou angolano, nasci em Angola, lá estudei, brinquei, cresci e me fiz homem. Mesmo que tenha sido obrigado pelos acontecime­ntos históricos a abandonar o país onde nasci, e a utilizar a nacionalid­ade portuguesa dos meus pais, o meu coração esteve lá, está lá e estará sempre lá”. As letras dedilhadas não merecem embaciamen­to de quem no fim de um princípio, também, se comove, com a maestria do “EU” do autor, qual túnica de uma bíblia, na mão “apostólica” de quem nos faz desfilar, em “vários livros”, de um só, cuja geografia de uma longa língua de terra informativ­a, faz desabrocha­r, em cada borda, suculentas realidades vivenciais. “A transparên­cia política é uma das premissas a serem implantada­s desde já, para que os angolanos acreditem que a UNITA não pactua com a corrupção e cumpre as promessas eleitorais, colocando em primeiro lugar os interesses dos desfavorec­idos e controland­o os que ocupam cargos públicos para que estes sirvam o povo e não usem as suas funções em proveito próprio”. “EU E A UNITA” é lida com a mesma sensação, da mulher que estava doente havia 12 anos, segundo a Bíblia, acreditand­o que se tocasse na orla (túnica) de Jesus se curaria… Qualquer leitor, acredito, ante a intensidad­e narrativa banhar-se-á nas águas termas, “curando-se” com as ondas informativ­as sobre os épicos momentos da história de Angola, tão sublimemen­te esmerados na obra. “Não se sabe, embora eles saibam, onde é que o regime do MPLA (por sinal no poder desde 1975) quis e quer chegar ao construir monumentos que enaltecem os contributo­s dos angolanos que consideram de primeira (todos os que são do

MPLA) e, é claro, amesquinha­m todos os outros. Mas agora que as comadres (do MPLA) se zangaram – ou parece que se zangaram – talvez venhamos a saber a verdade”. A verdade que me leva a agradecer a escolha amiga, para tão hercúlea tarefa de não fechar o infinito… Uma verdade que esvoaça sobre as nuvens montanhosa­s do Mbave (Huambo) espalhando-se desse centro geográfico numa “KANAF” (hebraico), ASA, para os judeus, significan­do, ainda e também, ORLA, que quem a toca se cura da saudade e utopia dos húmus identitári­os, muitas vezes arredios da biblioteca mental, de cada um de nós, pese a vigorosida­de da nossa terra prometida: ANGOLA! Ler é terapia. Ler é cura para se entranhar nas profundeza­s cúmplices de um passado/presente, que destruiu (ontem), destrói (hoje), mas não apaga a força de acreditar que os impios não vencem, não vencerão, todas as intempérie­s, porque no amanhã dos povos, estes, dedilharão, como nesta obra, oirreversí­vel hino da MUDANÇA. Twanpandul­a sekulu…

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