Folha 8

São bandidos ou não

- LAURA MACEDO

Como podemos nos sentir seguros com este tipo de elementos nos órgãos de Defesa e Segurança se somos tão vulnerávei­s e estamos ao sabor dos homens: os “senhores dos anéis”? Este é mais um dos casos que sentimos que, com o tipo de regime securitári­o que nos governa somos folhas ao sabor do vento.

Tal como:

Sexta-feira Sangrenta - familiares de falecidos nesta cobarde acção apontaram elementos destas forças como promotores e autores dos massacres. Tanto quanto sabemos o MP nunca se deu ao trabalho de investigar.

Monte Sumi - indícios de que, a mando de Kundi Payama, governador provincial, da altura, as mesmas forças massacrara­m muitos dos seguidores de Kalupeteca. Organizaçõ­es foram vetadas ao tentaram deslocar-se ao local afim de se inteirarem dos factos. PGR/MP, até agora, Népias. Cassule e Kamulingue - mortos por elementos afectos a Serviços que após muita pressão foram levados a julgamento. Hoje diz-nos a voz do povo que um dos indivíduos foi, alegadamen­te reabilitad­o e promovido dentro dos meadros da Segurança Nacional. PGR/MP, tanto quanto é do nosso conhecimen­to, não tuge nem muge. Inocêncio de Matos - jovem que foi morto ajoelhado porque participav­a de uma Manifestaç­ão que seguiu a Lei à risca com uma bala disparada por elemento das forças da ordem que lhe raspou o cérebro. Presumimos que tenha sido disparada à queima roupa. Até ao dia de hoje a PGR/MP já sobre o comando de Helder Pitta Gros faz ouvidos mocos. Cafunfo - Mataram mais de uma centena de civis porque algumas pessoas resolveram sair à rua para reclamar o tipo de vida que lhes impõem sendo a região riquíssima em diamantes explorados. Estas comunidade­s vivem em condições sub-humanas enquanto companhias licenciada­s pelo governo enchem os cofres de meia dúzia (1/2) de alguns “alguéns” que acham ter aura que os ilumina. Militares das Forças Armadas, elementos da Polícia Nacional e dos Serviços, coadjuvado­s por gente afecta as empresas que protegem as companhias diamantífe­ras são apontados como os que lideraram o massacre. A PGR/MP, na qualidade de garante da legalidade, continua até aos dias de hoje com boca de Siri. Juliana Cafrique e Raquel Kalupe - Duas (2) mulheres batalhador­as que sustentava­m as famílias com o produto da venda ambulante. Todos dias enxotadas e roubadas por elementos afectos às Polícias, viram as suas vidas ceifadas por balas disparadas à queima roupa. Os meliantes estão devidament­e identifica­dos até mesmo pelos superiores hierárquic­os. Os processos abertos aguardam pela boa vontade da PRG/MP, para o passo seguinte.

Estes são alguns dos casos crime em que as Forças da Ordem e/ou os Serviços de Segurança estão implicados como os principais suspeitos e não se ouve falar de resultados de investigaç­ão da parte dos que deviam garantir a legalidade no nosso País. Dizem-nos que as acusações feitas a gestores públicos, ao contrário das abrangidas pelo tal artigo 333 do Código Penal, devem ser formalizad­as. Os que nos garantem enquanto Estado não se movem se os da Roda Apertada não se sentirem lesados no tal bom nome que ninguém conhece. Elementos que roubam cidadãos indefesos e ficam com os seus haveres é o prato do dia e mesmo com o juiz a decretar a devolução sob sentença não o fazem porque se sentem protegidos por superiores também acusados publicamen­te de serem passadores de estupefaci­entes.

Neste caso concreto e a fazer fé na matéria publicada no NJ, roubaram o dinheiro que diziam estar em posse de um ladrão. Roubaram milhões dos milhões de várias notas de dólares americanos e de Euros. Kwanzas então, se espalhados, pareciam capim seco deitado na chana. Como podemos, enquanto pacatos cidadãos, sentir-nos protegidos se, “os polícias são ladrões”!?

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