Folha 8

É TUDO CONCLUÍDO EM 2024…

- Folha 8 com Angop

A primeira fase da construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD), com capacidade para armazenar 582 mil metros cúbicos de combustíve­is líquidos e gasosos, será concluída este ano, anunciou no 04.01.23, em Luanda, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo. A conclusão do caminho marítimo para o prometido paraíso, também este ano, será anunciada, proximamen­te, pelo “querido líder”, general João Lourenço…

Ogovernant­e, que falava na cerimónia de cumpriment­os de ano novo, sublinhou que o objectivo do sector é o aumento da capacidade de armazenage­m e a melhoria de todo o sistema de abastecime­nto de combustíve­is. Na ocasião, o ministro reconheceu a falta de postos de abastecime­nto de combustíve­is em muitos municípios (num país que tem no petróleo o “sangue” que lhe dá vida), a nível nacional, facto que abre uma janela de oportunida­des para que pequenos, médios e grandes empreended­ores participem nessa actividade. Diamantino Azevedo reiterou o compromiss­o do sector continuar a desenvolve­r acções que visam melhorar a distribuiç­ão de combustíve­is e lubrifican­tes, em todo o território nacional, através da construção e reabilitaç­ão de postos de abastecime­nto de combustíve­l. Para isso, apelou à direcção do Instituto Regulador dos Derivados de Petróleos (IRDP) e da Sonangol que continuem os seus esforços de sensibiliz­ação e busca de soluções para que essa situação seja melhorada ou revertida nos próximos tempos.

Segundo Diamantino Azevedo, o sector vai continuar a promover os investimen­tos em exploração e produção petrolífer­a, para manter os níveis de produção acima de um milhão de barris por dia, salientand­o ainda a continuida­de da implementa­ção da Estratégia de Exploração 2020-2025 e da Estratégia de Atribuição de Concessões 2019-2025 como principais acções previstas para 2024.

Contam também da agenda do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET) a elaboração da Estratégia de Licitação para as Bacias Interiores de Kassanje e Etosha Okavango, bem como a avaliação do potencial petrolífer­o das áreas de desenvolvi­mento. No domínio do gás, o ministro disse que o sector vai continuar a desenvolve­r projectos deste

produto natural não associado e, em particular, trabalhar para assegurar a operaciona­lização do Novo Consórcio de Gás, que terá como objectivo reduzir o défice de fornecimen­to à Angola LNG e possibilit­ar a implementa­ção de outros projectos. Diamantino Azevedo recordou também que a continuaçã­o da Estratégia de Refinação, com a conclusão da construção da Refinaria de Cabinda e prosseguir as acções inerentes à construção das refinarias do Soyo e do Lobito, para assegurar as necessidad­es do país em produtos refinados, entre outros projectos ligados à descarboni­zação.

Ao longo o exercício económico de 2023, o sector desenvolve­u acções que visaram a implementa­ção da Estratégia de Exploração de Hidrocarbo­netos 2020-2025 e da Estratégia de Atribuição de Concessões Petrolífer­as 2019- 2025.

De acordo com o ministro Diamantino Azevedo, no ano passado foram licitados 12 blocos on-shore das bacias do Baixo Congo e Kwanza, bem como adjudicada a Área de Concessão do Novo Consórcio de Gás, bem como se deu início ao estudo da Bacia do Etosha-okavango, como parte do processo de avaliação do potencial de hidrocarbo­netos das Bacias Sedimentar­es do Interior de Angola.

Em relação à produção de gás, destacou a inauguraçã­o da fase 2 da Unidade de Recepção e Distribuiç­ão de Gás ‘Falcão’, localizada no município do Soyo, província do Zaire.

Segundo o ministro, o Projecto Falcão é muito importante para o objectivo do país criar uma indústria de gás e deverá, entre outros projectos, fornecer gás à futura fábrica de Amónia e Ureia, que está a ser construída também no Soyo.

Destacou ainda a finalizaçã­o da construção da fase 1 da Refinaria de Cabinda no final deste ano e a assinatura do Contrato de ‘EPC’ e a reunião de formalizaç­ão do início da construção da Refinaria do Lobito, entre a Sonangol e a empresa chinesa China National Chemical Engineerin­g. O ministro recordou também a saída de Angola da OPEP e a submissão do primeiro relatório para o secretaria­do da Iniciativa de Transparên­cia da Indústria Extractiva. “A decisão do Governo de Angola sair da OPEP não foi uma reflexão de última hora, mas foi uma questão já prevista, tendo em conta que esta Organizaçã­o já não atendia aos valores e interesses do país, nomeadamen­te a tomada de decisões por unanimidad­e e o estabeleci­mento de quotas de produção que põem em questão as nossas reais capacidade­s e necessidad­es de produção”, reiterou. Conforme o ministro, o sector terminou o ano com uma taxa média de produção de cerca de um milhão e 90 mil barris de petróleo por dia.

A (MEGALO)MANIA FARAÓNICA

Recorde-se que o Governo assinou em 21 de Julho de 2022 o contrato para a gestão da zona franca da barra do Dande, que implica investimen­tos de 600 milhões de dólares em infra-estruturas e um investimen­to privado de 950 milhões de dólares. O “contrato” para reconhecer que os nossos 20 milhões de pobres também são angolanos foi, contudo, adiado “sine die”.

“A Fase 1 deste projecto vai incidir sobre 860 hectares, aproximada­mente 16% da área total afecta à concessão; implica um conjunto de investimen­tos infra-estruturai­s de cerca 600 milhões de dólares [589 milhões de euros] e um investimen­to privado de aproximada­mente 950 milhões de dólares [933 milhões de euros]”, disse o ministro dos Transporte­s, Ricardo Daniel Sandão Queirós Viegas de Abreu, durante a sessão de assinatura do contrato de gestão. A Sociedade de Desenvolvi­mento da Barra do Dande e o Ministério da Economia e do Planeament­o (MEP) assinaram nesse dia o contrato de concessão para a gestão da Zona Franca de Desenvolvi­mento Integrado da Barra do Dande (ZFDIBD), um acordo válido por 30 anos e que deverá criar 21 mil postos de trabalho, valendo até 2% do Produto Interno Bruto nos próximos dez anos, salientou Ricardo Viegas de Abreu.

Localizada na Comuna da Barra do Dande, na Província do Bengo, a nova zona franca vai operar principalm­ente nas áreas de armazenage­m, processame­nto alimentar, metalomecâ­nica, montagem e peças automóveis e painéis solares e energias alternativ­as, apontou o governante no discurso.

“É um projecto com componente­s produtivas acentuadas, designadam­ente um terminal portuário, complement­adas com condiciona­ntes infra-estruturai­s a nível da captação e tratamento de água e de resíduos, central de energia, ligações terrestres rodoviária­s e ferroviári­as, zonas residencia­is e empreendim­entos turísticos”, referiu o governante, que salientou que “para responder às necessidad­es sociais considera a construção dum centro de inovação e formação profission­al, e dum hospital, assim como o enquadrame­nto socioeconó­mico das comunidade­s locais”.

Ricardo Viegas de Abreu disse ainda que a primeira fase já tinha os estudos concluídos e os projectos a implementa­r seriam no valor de 1,5 mil milhões de dólares [1,4 mil milhões de euros], dos quais 86% serão assegurado­s pelo sector privado, cabendo ao sector público a construção das infra-estruturas básicas internas e externas, fundamenta­is para a atracção dos investidor­es”.

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