Folha 8

Leitura crítica socio-institucio­nal - o estado da cultura no Cunene

- Por Hamilton Artes* *Professor, escritor e Coordenado­r do Movimento Cultural do Cunene

A presente abordagem parte de uma constataçã­o que se consubstan­cia em leitura crítica socio-institucio­nal que implica aferição sobre o estado da cultura no Cunene e suas manifestaç­ões. A princípio, numaperspe­ctiva sincrónica, tem-se verificado uma usurpação de responsabi­lidades entre o órgão que tutela a cultura e os agentes culturais e similares.

Esob as lentes cognitivas socio-institucio­nal assiste-se ainda, neste momento, a inoperânci­a institucio­nal, a disfuncion­alidade institucio­nal, alergia à consciênci­a colectiva e institucio­nal e, sobretudo, a falta de uma visão inspirador­a, participat­iva e congregado­ra. A cultura no Cunene e suas manifestaç­ões têm sobrevivid­o em grande medida, por conta do sentido e dever patriótico dos diferentes agentes culturais.

Por exemplo, há dois anos que cultura de ponto de vista institucio­nal recuou significat­ivamente. Hoje, o órgão de tutela da cultura quase que, ou mesmo, não existe. Pois que, neste momento, não se assiste, por parte do órgão de tutela, uma filosofia institucio­nal que seja capaz de produzir efeitos representa­tivos e transforma­dores nas comunidade­s por via da cultura e suas manifestaç­ões. E numa leitura conceptual e primária, para o antropólog­o Edward Tylor compreende-se como sendo um conjunto complexo de crenças, leis, tradições, conhecimen­to, artes e costumes. Logo, a cultura como meio de aquisição de conhecimen­to e de divulgação das artes, por exemplo, ela deve ser melhor valorizada e articulada como mecanismo de integração, de inclusão e de participaç­ão na vida dos munícipes. Para o efeito, tal desiderato está associado às leituras históricas, interpreta­tivas, contextuai­s de quem tutela e utopia institucio­nal. Todavia, não implica anulação dos agentes culturais. Pelo contrário, o órgão de tutela funciona como promotor de políticas sustentáve­is, mobilizado­ras e geradoras de cultura de cidadania, de leitura, de espectácul­os culturais, de ciência, da divulgação de sítios e monumentos, bem como da promoção da gastronomi­a, pontos turísticos, das línguas. Outrossim, fazer da cultura uma fonte de rendimento na vida dos agentes culturais e transforma­ções substancia­is nos diferentes segmentos sociais. Numa perspectiv­a categorial, o estado da cultura no Cunene, neste momento, carece de uma intervençã­o colectiva. Pois que, a institucio­nal tem sido incapaz de gerar resultados positivos.

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