“KWATA KU MBUNDA” E OUTRAS INDECÊNCIAS NO PALÁCIO PRESIDENCIAL
Uma semana depois, continuam nebulosas as razões do desprezo indisfarçável na forma como a senhora dona Ana Dias Lourenço olhou para a acompanhante do empresário Silvestre Tulumba na cerimónia de cumprimento de fim de ano ao Presidente da República. No 30.12.23, o foram ao palácio da cidade alta, para a tradicional cerimónia, membros dos distintos órgãos do poder, dirigentes do MPLA e convidados pessoais do anfitrião, de entre eles o empresário Silvestre Tulumba, analisou de forma primorosa, nestas Quentes, o jornalista Graça Campos. Depois de lhe aceitar o cumprimento, a senhora dona Ana Dias Lourenço “dirigiu” à esposa de Silvestre Tulumba um olhar carregado de desprezo. Ana Dias Lourenço é reincidente nessa prática. Em Setembro de 2017, por ocasião do banquete oficial com que José Eduardo dos Santos encerrava o seu longevo consulado na Presidência da República, Ana Dias Lourenço, que se estreava nas vestes de primeira dama, “fuzilou” Maria José (Mizé), esposa de Bornito de Sousa, com um olhar também ele carregado de desprezo. Na passada semana (30.12.23), não se percebeu se o escárnio com que
Ana Dias Lourenço olhou para a companheira de Silvestre se deveu ao traje, nada repreensível, ou aos contornos do corpo da senhora, muito bem sublinhados pelo vestido, ou se lhe inveja alguma outra qualidade. Em qualquer das hipóteses, a primeira dama não só deveria guardar para si os maus fígados do momento, como deveria ser mais discreta, mesmo porque os repórteres de imagem se acotovelavam diante dos seus olhos. O escárnio da senhora Ana Dias Lourenço é ainda mais incompreensível porque é sabido e consabido que fortes laços unem o casal presidencial ao empresário Silvestre Tulumba. Em 2017, o então cabeça de lista do MPLA às eleições, João Manuel Gonçalves Lourenço, viajou a todas as capitais de províncias do país a bordo de uma aeronave de Silvestre Tulumba. Naquele mesmo ano de 2017, e sob a presidência do actual ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, foi atribuído ao Banco de Poupança e Crédito o vazamento de uma lista de devedores em que Silvestre Tulumba era associado a uma dívida de mais de meio bilião de dólares. A administração do banco ameaçou responsabilizar judicialmente os pretensos “gargantas fundas”, mas não desmentiu o conteúdo do documento.