CABO VERDE LIVR
AOrganização Mundial da Saúde (OMS) certificou Cabo Verde como um país livre de malária, “marcando uma conquista significativa na saúde global”, anunciou no 12.01.23, em comunicado, a organização mundial. Recorde-se que no dia 25 de Abril de… 2012 o Jornal de Angola dizia em manchete: “Malária em Angola em vias de extinção”.
Cabo Verde é o terceiro país a ser certificado na região africana da OMS, juntando-se às Maurícias e à Argélia, que foram certificados em 1973 e 2019, respectivamente. O continente africano é o que mais sofre com a malária, refere a OMS, ao acolher 95% dos casos globais e 96% das mortes relacionadas com a doença, em 2021.
“A certificação da eliminação da malária impulsionará um desenvolvimento positivo em muitas frentes para Cabo Verde”, indica a organização. Os sistemas e estruturas construídos para a eliminação da malária “reforçaram o sistema de saúde e serão utilizados para combater outras doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue”, doença com um surto registado desde final do ano nalgumas ilhas cabo-verdianas.
A medida vai beneficiar o turismo: “os viajantes provenientes de regiões não endémicas de malária podem agora viajar para as ilhas de Cabo Verde sem receio de infecções locais” e sem necessitar “da potencial inconveniência das medidas de tratamento preventivo”. “Isto tem o potencial de atrair mais visitantes e impulsionar as actividades socioeconómicas num país onde o turismo representa aproximadamente 25 por cento do Produto Interno Bruto”, acrescentou. Tedros Ghebreyesus, director-geral da OMS, citado no comunicado, saudou “o Governo e o povo de Cabo Verde pelo seu compromisso inabalável e resiliência na jornada para eliminar a malária”. “A certificação da OMS de que Cabo Verde está livre de malária é uma prova do poder do planeamento estratégico de saúde pública, da colaboração e do esforço sustentado para proteger e promover a saúde. O sucesso de Cabo Verde é o mais recente na luta global contra a malária e dá-nos esperança de que, com as ferramentas existentes, bem como com as novas, incluindo as vacinas, possamos ousar sonhar com um mundo livre da malária”, acrescentou. “A certificação como país livre de malária tem um impacto enorme e demorou muito para chegar a este ponto: em termos de imagem externa do país, isso é muito bom, tanto para o turismo como para todos os demais”, referiu o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, citado no mesmo comunicado. O certificado de eliminação é concedido quando um país demonstra — com provas rigorosas e credíveis — que a cadeia de transmissão autóctone da malária pelos mosquitos da espécie Anopheles foi interrompida em todo o país durante os últimos três anos consecutivos. Um país deve também demonstrar a capacidade de impedir o restabelecimento da transmissão. Antes da década de 1950, todas as ilhas de Cabo Verde eram afectadas por malária: epidemias graves ocorriam regularmente nas zonas mais densamente povoadas até haver pulverizações que a eliminaram em 1967 e 1983. Contudo, falhas subsequentes levaram ao regresso da doença. Desde o último pico de casos de malária no final da década de 1980, a malária em Cabo Verde esteve confinada a duas ilhas: Santiago e Boa Vista, que estão agora livres de malária desde 2017.
“O feito de Cabo Verde é um farol de esperança para a Região Africana e não só”, afirmou Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para África. Entre os países lusófonos, Moçambique a Angola estão entre os cinco mais afectados do mundo, de acordo com a edição de 2023 do relatório anual sobre malária publicado pela OMS.
A organização anunciou há duas semanas que a vacina contra a malária R21 vai entrar na sua lista de “vacinas pré-qualificadas”, um requisito para entrar nos programas de distribuição de organizações humanitárias como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ou a GAVI Vaccine Alliance.
A malária afecta anualmente cerca de 250 milhões de pacientes em todo o mundo e causa mais de 600 mil mortes.
EM ANGOLA, MALÁRIA SINÓNIMO DE MPLA
ÉA malária, doença que tem ceifado a vida de milhares de pessoas e que constitui uma emblemática demonstração da incompetência governativa do MPLA nos últimos 48 anos, pode ser eliminada em Angola até 2030, admitiu em 2019, em Luanda, o coordenador nacional do Programa de Luta Contra a Malária, José Martins, numa mesa-redonda inserida nas Primeiras Jornadas Multidisciplinares
do Hospital Geral de Luanda. Recorde-se que no dia 25 de Abril de 2012 o Jornal de Angola dizia em manchete: “Malária em Angola em vias de extinção”.
Segundo um dos órgãos oficias do regime, no caso o Jornal de Angola (JA), José Martins disse que Angola está enquadrada na Região da SADC como país da segunda linha, onde a Organização Mundial da Saúde definiu metas, entre as quais a eliminação da malária até 2030. Acrescentou que, com base nisso, foi estabelecida uma estratégia que tem sido implementada através de várias acções nas fronteiras conjuntas Angola/namíbia. O responsável explicou, segundo o JA, que as componentes operacionais estão a surtir os seus efeitos, na medida em que estão a ser desenvolvidas várias acções, o que tem permitido a redução de óbitos. Sublinhou que de acordo com a estratificação epidemiológica, nos últimos anos as províncias mais endémicas do país têm sido as localizadas no