E DE MALÁRIA
Norte, concretamente Uíge, Malanje, Cuanza- Norte, Zaire, Lunda-norte e Lunda- Sul. Neste sentido, disse que o Ministério da Saúde estava a fazer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo todos os ministérios, cujas determinantes sociais estão relacionadas com a doença e mortes, para que se esteja no caminho certo para a sua eliminação. O especialista em malária alertou que todos os casos suspeitos da doença devem ser confirmados com um teste biológico, através de pesquisa do plasmódio ou teste imuno-cromatográfico, acrescentando que cada agregado familiar deve ter, pelo menos, uma rede mosquiteira tratada com insecticida para cada dois habitantes.
Por ser uma peça antológica do “jornalismo” oficial (Jornal de Angola) e um espelho do que é, desde 1975, a governação do MPLA, reproduzimos na íntegra e “ipsis verbis” o artigo “Malária em Angola em vias de extinção”, publicado na referida “coisa” no dia 25 de Abril de 2012:
«As autoridades sanitárias angolanas prevêem iniciar, a partir de 2015, o processo de pré-eliminação da malária, a doença tropical que mais óbitos provoca no país. O coordenador do Programa de Luta contra a Malária explicou ontem à imprensa, em Luanda, que a probabilidade de Angola iniciar o processo de pré-eliminação da doença reside na contínua redução de casos da doença. Filomeno Fortes, que falava à margem da reunião extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre saúde, frisou que as autoridades angolanas e os seus parceiros estão empenhados em baixar, cada vez mais, o índice de mortalidade por malária no país. As autoridades sanitárias angolanas prevêem iniciar, a partir de 2015, o processo de pré-eliminação da malária, a doença tropical que mais óbitos provoca no país. O coordenador do Programa de Luta contra a Malária explicou ontem à imprensa, em
Luanda, que a probabilidade de Angola iniciar o processo de pré-eliminação da doença reside na contínua redução de casos da doença. Filomeno Fortes, que falava à margem da reunião extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre saúde, frisou que as autoridades angolanas e os seus parceiros estão empenhados em baixar, cada vez mais, o índice de mortalidade por malária no país. “A manter-se este nível de redução, a partir de 2015 podemos pensar na possibilidade da pré-eliminação da doença no país”, sublinhou Filomeno Fortes.
O médico disse que, há dez anos, o país registava 20 mil óbitos por ano, mas actualmente o número baixou para uma média de seis mil, devido ao esforço desenvolvido pelo Executivo no sector da saúde, que estabelece a redução de casos de paludismo entre as populações.
Filomeno Fortes disse acreditar que, em 2013, vai haver uma diminuição da mortalidade por malária, cuja cifra deve fixar-se em cerca de quatro mil óbitos por ano.
O médico revelou haver falsos diagnósticos de malária devido à existência de certos vírus que provocam sintomas semelhantes aos causados pelo paludismo.
“Realizámos estudos que comprovam a existência de alguns vírus que provocam quadros clínicos parecidos com os da malária, como febres, dores de cabeça e articulares”, acentuou Filomeno Fortes. Sobre este assunto, salientou que, por não haver capacidade para a realização de um diagnóstico diferencial, certos técnicos de saúde continuam a diagnosticar falsamente esses casos como malária.
O presidente da reunião de peritos da SADC, Augusto Rosa Neto, disse que foi aprovada a assinatura de um memorando de entendimento para a criação de laboratórios supranacionais de referência, em centros regionais de excelência. “Neste momento, existem laboratórios na África do Sul, Zimbabwe e Botswana, que vão atender os casos de malária, tuberculose e VIH/SIDA dos países membros da SADC”, informou.
Os laboratórios nacionais vão continuar a funcionar normalmente, mas os que não têm condições para realizar exames podem enviar para os países membros que dispõem de capacidade.
O Lesoto, as Ilhas Maurícias e as Seychelles são os três países da SADC que já não registam casos de malária, enquanto Moçambique é aquele que regista o maior índice de casos. A directora nacional adjunta de Saúde Pública de Moçambique, Rosa Marlene, apontou como causas principais a situação epidemiológica e as questões ecológicas resultantes do clima. “Moçambique é uma região que tem grandes rios e muita água na costa. Por essa razão, já tivemos dez milhões de pessoas infectadas com malária.
Neste momento, estamos com três milhões de casos”, sublinhou a responsável moçambicana. A doença é uma das principais causas de morte em Moçambique, razão pela qual tem sido prioridade do governo coordenar os métodos de prevenção e de cura.
“Este encontro tem vantagens porque, para conseguirmos eliminar a malária, as acções têm de ser concertadas e, com a troca de experiências e informação, podemos chegar a melhores soluções”, acrescentou Rosa Marlene.
Por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Malária, a Esso Exploration Angola (Bloco 15) anunciou ontem, em nome da Fundação Exxonmobil, uma doação adicional de mais de 1,8 milhões de dólares para projectos comunitários de combate à malária no país. De acordo com um comunicado da petrolífera, que investiu mais de 25 milhões de dólares em projectos de combate à malária em Angola, esta doação adicional permitirá implementar seis programas comunitários nas províncias de Luanda, Benguela, Cunene, Huambo, Huíla, Kuando-kubango, Kwanza-sul, Kwanza-norte, Lunda-norte, Lunda-sul, Malange, Moxico, Namibe, Uíge e Zaire.»
OGoverno angolano (do MPLA há 48 anos) considera que o ambiente de negócios do país “não é péssimo e nem é mau”, mas “tem espaço para melhorias”, tendo como base a segurança patrimonial, reconhecimento da propriedade privada e outros. Por alguma razão (pós-doutoramento em venda da banha de cobra) José de Lima Massano é – segundo o seu patrão – o perito dos peritos do regime.
De acordo com o ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, José de Lima Massano, não existe nenhum país do mundo que tenha um ambiente de negócios perfeito, pois, estes, procuram igualmente melhorias. É mesmo de perito. Numa linguagem menos erudita, o seu patrão (general João Lourenço) diria que em qualquer país do mundo as pessoas antes de morrerem estavam… vivas.
“Os países todos procuram melhorar o seu ambiente de negócios, reconhecem que podem fazer mais (…) durante os próximos 100 anos vamos continuar a falar de melhorar o ambiente de negócios”, disse o governante que abordava o “Impacto do Investimento Estrangeiro no Sector Produtivo”, em mais uma edição (de propaganda e branqueamento da imagem do MPLA) do CAFÉCIPRA (Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola).
“O nosso ambiente de negócios não é péssimo, nem é mau, tem espaço para melhorias, mas nós temos segurança pat
rimonial, reconhecemos a propriedade privada, os direitos, temos regras”, afirmou, reconhecendo que há “espaço para melhorar bastante”.
José de Lima Massano bem que poderia ter sido mais específico e, para além de dizer que o “ambiente de negócios não é péssimo, nem é mau “, acrescentar “antes pelo contrário, todavia, não obstante”. “A base nós temos, então temos que melhorar, mas colectivamente”, defendeu o ministro, certamente sem pensar que a base já está nas mãos do MPLA há 48 anos, que o seu patrão é, em simultâneo, Presidente da República, Presidente do MPLA, Titular do Poder Executivo e Comandante-em-chefe das Forças Armadas.
O ministro de Estado referiu também que o desejo de se ter em Angola uma economia forte e resiliente data desde a independência do país, em 1975. Se o MPLA tem desde então todo o poder, o que está a faltar? Provavelmente só falta banir, de facto e de jure, essa maligna tese de que Angola deve ser uma democracia e um Estado de Direito, assumindo os benefícios de uma ditadura de partido único…
Para o alcance da meta, José de Lima Massano disse que as autoridades têm procurado acelerar os caminhos visando a sustentabilidade da economia e a redução da dependência da importação de bens e serviços. “Quando olhamos para o sector agrícola e para a indústria transformadora verificamos que fazemos um pouco de tudo, mas não temos dimensão, nem escala, por vários motivos: conhecimento, disponibilidade tecnológica e outros”, argumentou. “Mas, também, porque nos tornámos quase que voluntariamente reféns do acesso fácil àquilo que era importado, porque os recursos cambiais a dado momento tornaram-se abundantes, então era mais competitivo importar”, criticou, quase parecendo que ele próprio só chegou a cargos de peso e de poder (Banco Nacional de Angola, por exemplo) há meia dúzia de meses e, ainda, que o seu partido só chegou ao Poder em 2017.
O ministro responsável pela coordenação económica no Governo do Presidente João Lourenço destacou também o conjunto de medidas, já conhecidas, para o fomento da produção nacional, bem como os instrumentos financeiros do Estado.josé de Lima Massano deu conta que decorrem conversações com o Fundo Soberano de Angola para financiar a produção de óleo alimentar, salientando que o Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) deve trabalhar para o fomento das cadeias logísticas. Em relação ao Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), o ministro disse que a instituição vai ajudar as caixas comunitárias de produção agrícola. O FADA “tem que ajudar as caixas comunitárias, queremos começar um programa de mecanização agrícola ligeira e já fizemos um concurso público para a aquisição de moto-cultivadoras para pormos o serviço das cooperativas, facilitar, então os nossos instrumentos estão assim a ser utilizados”. Assinalou também as acções do Fundo de Garantia de Crédito, que foi reforçado em 2023 com cerca de 50 mil milhões de kwanzas (cerca de 54,8 milhões de euros) para apoiar empresas de pequena dimensão, que têm dificuldade de apresentar garantias de crédito.
Ao contrário do esperado desde 1975, José de Lima Massano não informou se o MPLA vai recomendar a estratégia (ostracizada deste então) seguida pelos portugueses e que impunha que as couves fossem plantadas com a raiz para… baixo!