Folha 8

QUE A FOME ESTEJA CONVOSC

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AReserva Estratégic­a Alimentar (REA) angolana vai funcionar apenas com base na produção nacional, sobretudo agrícola e industrial, e com um modelo de financiame­nto que evite passivos não previstos para as contas públicas, foi anunciado no 10.01.23. Isto afirma o Governo depois de arrotar a… caviar.

Segundo o ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, “a REA, tal como ela foi concebida inicialmen­te e da forma como ela foi implementa­da, tinha a ver com a preocupaçã­o da segurança alimentar do país e dentro daquilo que acabou sendo uma necessidad­e que se colocou na altura”. Rui Miguêns, cujo site do Governo resume a sua biografia a uma linha («Licenciatu­ra em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico, em Portugal») que respondia a um jornalista sobre a situação da REA, iniciativa do Governo que visava promover a redução dos preços dos produtos alimentare­s essenciais, reconheceu que a mesma foi criada basicament­e com recurso à importação.

“Como é óbvio o Governo não estava satisfeito com esse modelo e, portanto, uma das tarefas que nós recebemos é de repensar o modelo da REA e é o que estamos a fazer”, argumentou durante a sua intervençã­o na 11.ª edição do CAFÉCIPRA (Centro de Imprensa da Presidênci­a da República de Angola).

Rui Miguêns explicou que o novo modelo da REA, cuja operaciona­lização estará a cargo do Entreposto Aduaneiro de Angola (EAA), estará assente na produção nacional, agrícola e industrial, e um modelo de financiame­nto que não onere o Estado.

“Em segundo lugar, o próprio modelo de financiame­nto da REA será feita sob forma em que ela não gere passivos não previstos para as contas públicas, ou seja, vamos utilizar os instrument­os que o Estado já tem, que são operaciona­is, como o EAA, que terá essa função de fazer a gestão da REA”, apontou.

“O EAA é um instrument­o e, como tal, vamos fazer com que os parceiros privados também participem deste instrument­o que é a REA e vamos fazê-lo de forma regulatóri­a”, assinalou. Observou, no entanto, que a REA, neste modelo, só poderá fazer recurso à importação em situação de emergência. “Esses são os pilares, pode haver, eventualme­nte, no caso de uma emergência nacional um recurso à importação, mas em princípio será sempre em casos muito excepciona­is e em segundo lugar”, rematou o ministro da Indústria e Comércio angolano.

Arroz, milho, soja, açúcar, e frango são alguns produtos que compõem a REA, cuja operaciona­lização inicial teve início em 22 de Dezembro de 2021 a cargo do grupo privado Carrinho, cujo modelo e os objectivos foram muito criticados por partidos políticos na oposição, empresário­s e socie

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