Folha 8

Nem mais um voto de confiança!

- LUIS DE CASTRO

Por ocasião da vinda do PR JLO e dos seus auxiliares, os munícipes da “cidade sem vida” agastados com a governação local, assistem ao espetáculo da mesmice. A governança, insiste, persiste e não desiste de tudo fazer, para adular, ludibriar e iludir os olhos de quem vem para inaugurar as novas instituiçõ­es (Centro Cultural - Manuel Rui Monteiro, CEFOJOR, CINFOTEC, Centro de Hemodiális­e, Hospital

Municipal da Ekunha). Face aos rumores que circulam nas redes sociais, que dão conta de uma possível e já tardia exoneração da Governador­a Provincial do Huambo, a “tia” e os seus subservien­tes no intuito de contrariar tais informaçõe­s, engendrara­m um plano de trabalhos emergencia­is, que visam adornar algumas ruas e avenidas por onde a comitiva presidenci­al irá passar. Os contornos e o entorno da cidade, estão a ser maquiados da noite para o dia, faça chuva ou faça sol. Ruas que há muito deixaram de ter movimento nocturno por falta de iluminação pública, em menos de uma semana voltaram a dar o ar da sua graça; os semáforos que a mais de uma década não funcionava­m, hoje estão funcionar; finalmente num piscar de olhos, conseguira­m fazer desaparece­r os matagais que cobriam o museu adormecido e o pavilhão Osvaldo Serra Van-dúnem; o jardim da Cultura

que era o cartão de visita da cidade e que passou a ser o espaço da pouca vergonha e da imundice, num ápice estão a aparar o capim e podar algumas árvores; o edifício do antigo hotel África que durante muito tempo, destoava uma das principais avenidas da cidade, está a ser <> às pressas, por cima de paredes completame­nte sujas, com tinta sem nenhuma qualidade, sem equipament­os e meios adequados para quem está a fazer o trabalho sem observarem as condições de segurança e proteção para o efeito, colocando em risco a vida dos trabalhado­res.

Diante dos factos, os munícipes perguntam:

*Foi preciso anunciarem a vinda do Presidente JLO, para que essa gente se pudesse mexer e olhassem para essas questões? *Será que é preciso que o Presidente venha mais vezes, para que os postes de iluminação pública acendam?

OPresident­e da República substituiu a direcção do cerimonial por quadros do Serviço de Estado de Inteligênc­ia e Segurança de Estado (SINSE). Quem o diz é o site o Club-k.

Não tarda, qualquer dia vamos ler ou ouvir que o Chefe de Estado recorreu ao SINSE para preencher as vagas da confeitari­a da Presidênci­a da República. E isso é que seria doce! Qualquer dia vamos ler ou ouvir que o SINSE mudou-se de mala e cuia para o Palácio Presidenci­al. E assim ficará composto o ramalhete para a “sinsezinza­ção” total e absoluta de um órgão de soberania: a Presidênci­a da República de Angola! João Lourenço tem feito (meu juízo, minha cabeça, sentença Vossa) uso (indevido) abusivo do SINSE. Este abuso já está, para mim, a ganhar contornos perturbado­res. João Lourenço tem feito de “pau-para-toda-obra” este instrument­o primacial e de transcende­ntal importânci­a do Estado angolano. Inquieta-me, verbis gratia, o facto de ninguém dizer - com frases abertas e com todas as vogais e consoantes abertas - ao Presidente da República que o papel do SINSE não é o de “tapar-furos” ou o de fazer Relações Públicas.

O Presidente da República não pode dispor do SINSE como se de uma agência de trabalhos eventuais se tratasse para preencher todos os sectores da vida pública nacional onde haja inépcia, negligênci­a, laxismo, compadrio ou falta de incentivo para o trabalho. Não, não está certo. O que tem de fazer é colocar as pessoas ideiais nos lugares certos. Não tem que se ser necessaria­mente do SINSE ou do partido no poder para se ocupar um lugar. Basta que seja angolano qualificad­o, competente, idôneo e patriota. Basta isso! A Lei é clara quanto ao Objecto Social do SINSE. Os quadros deste organismo do Estado têm de ter “olhos” e “ouvidos” em todos os lugares do território nacional para garantir a defesa dos cidadãos. Em 2017 João Lourenço apresentou-se como o “messias” angolano. Ou pelo menos houve quem assim o consideras­se e há quem assim ainda o considere. Porém, o aclamado messias não conseguiu fazer a ruptura com as práticas do passado, tal como era suposto possível e desejável. O Presidente da República não pode continuar a administra­r o País da mesma maneira que no passado. A menos que queira manter a “sociedade de delatores” criada aos onze dias de Novembro de Mil Novecentos e Setenta e Cinco.

Se este é, de facto, o seu anelo, então que Sua Excelência O

Presidente da República nos diga com “quantos quilos de medo” , daqui para frente, teremos de viver no ambiente “pidesco” que, ao que tudo indica, pretende instituir no País.

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