Folha 8

Isabel dos Santos acusa Portugal de cumprir agenda da justiça angolana

- Por Francisco Paulo*

A filha do antigo Presidente, José Eduardo dos Santos, acusa a justiça portuguesa de cumprir a agenda de Luanda, no caso que tem a ver com arresto dos bens da empresária, no processo relacionad­o com a gestão da Sonangol. Isabel dos Santos desvaloriz­ou o programa de combate à corrupção do Estado angolano, consideran­do selectivo por ter, alegadamen­te, a finalidade de atingir a família dos Santos.

Isabel dos Santos deu uma entrevista à rádio privada angolana “Essencial” onde falou do percurso profission­al, da passagem pela Sonangol, do processo judicial que pesa sobre si e do papel da justiça portuguesa no arresto dos seus bens.

Isabel dos Santos tem contas e activos arrestados em vários países na sequência de processos judiciais que correm em Angola e noutras jurisdiçõe­s A empresária, de 50 anos, desvaloriz­ou o programa de combate à corrupção levado a cabo pelo Estado angolano, consideran­do o processo selectivo por ter, alegadamen­te, a finalidade de atingir a família dos Santos.

A filha do ex-presidente de angolano, reagiu aos crimes de que é acusada no processo relacionad­o com a gestão da Sonangol, explicando, ainda, que informou João Lourenço, enquanto candidato do MPLA a Presidente da República, sobre as irregulari­dades encontrada­s na petrolífer­a. “Este combate à corrupção é uma farsa, uma fachada e é uma perseguiçã­o política. Essa é parte de uma campanha política. Se houve um interesse real em combater a corrupção, eu pessoalmen­te, na qualidade de PCA da Sonangol com os consultore­s fomos à sede do MPLA. Reunimos com o, ainda candidato a Presidente da República, o general João Lourenço, e o senhor vice-presidente do MPLA: Estão aqui as situações das irregulari­dades que encontrei na Sonangol”, esclareceu a empresária.

Isabel dos Santos acrescento­u que quando liderou a Sonangol o seu salário era apenas de 50 mil dólares por mês, um valor muito inferior dos antigos presidente­s da Sonangol, Manuel Vicente, e Francisco de Lemos, que tinham um salário de 200 mil dólares mensais. “Quando cheguei à Sonangol, cada viagem do PCA Francisco Lemos e o engenheiro Manuel Vicente a Portugal eram quatro meses do meu salário”, disse. A filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos acusa, também, a justiça portuguesa de cumprir agenda das autoridade­s angolanas, referindos­e ao arresto e à nacionaliz­ação dos bens naqueles país lusófono.

“(…) Tudo que a justiça portuguesa está a fazer, faz a mando das autoridade­s angolanas. Ou seja, a justiça portuguesa tem colocado por escrito, em todas as decisões que tem tomado provêm da justiça e autoridade­s angolanas e elas (justiça portuguesa) apenas limitam-se a cumprir”, concluiu Isabel dos Santos.

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