“Quem me dera ser onda” de Manuel Rui
Nesta penúltima edição do mês de Janeiro, apresentamos a célebre obra Infanto-juvenil que marcou visceralmente a geração de angolanos dos anos 80 e 90 “Quem me dera ser onda” de Manuel Rui. Por sinal, o autor viu o seu nome ser atribuído ao Centro Cultura
Trata-se de um livro muito pequeno, mas cheio de mensagens simbólicas, todas elas de grande beleza, como o facto de o porco só ficar calado quando ouve a Rádio Nacional de Angola, tal como as pessoas que falam o que pensam e sentem. O livro é um pequeno e maravilhoso enredo. Uma história fabulosa, construída pelos mais belos sentimentos. Os encarregados de educação podem presentear as crianças e adolescentes neste momento que se aproxima a quadra festiva, para ler em família e estimular o gosto pelos livros. As crianças no seu plano de salvação do porco usam a solidariedade como forma de resistência ao poder prepotente dos adultos. Com uma vasta obra publicada, a prosa de Manuel Rui, quase sempre poética, está profundamente marcada por preocupações estéticas de um realismo social, que celebra o homem comum, quase sempre de Angola. Muitas das suas personagens revelam-se em caricaturas de comportamentos perversos. Asátira e a ironia são os recursos estilísticos dominantes na sua obra
Para compra
Os leitores interessados em adquirir o livro “Quem me dera ser onda” de Manuel Rui podem ligar para 931930264 e desembolsar o valor pecuniário de mil e quinhentos kwanzas. O editor da obra é Arlindo Isabel e o livro tem 88 páginas.
Percurso do escritor
Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Exerceu advocacia em Coimbra e Viseu durante a guerra pela independência em Angola. Colaborou com a revista “Vértice”, com a Centelha Editora e com o Centro de Estudos Literários da Associação Académica de Coimbra. Após o 25 de Abril, regressou a Angola, tornando-se Ministro da Informação do MPLA no governo de transição. Foi também o primeiro representante de Angola na Organização de Unidade Africana e nas Nações Unidas. Foi ainda Director do Departamento de Orientação Revolucionária e do Departamento dos Assuntos Estrangeiros do MPLA. Foi membro fundador da União dos Artistas e Compositores Angolanos, da União dos Escritores Angolanos e da Sociedade de Autores Angolanos. É autor da letra do Hino Nacional de Angola, de outros hinos como o “Hino da Alfabetização”, e o “Hino da Agricultura”, e da versão angolana da Internacional. Foi Director da Faculdade de Letras do Lubango e do Instituto Superior de Ciências da Educação. Foi galardoado com o Prémio Nacional Agostinho Neto, atribuído à obra “Quem me dera ser Onda” (1982). É o autor do primeiro livro de poesia e do primeiro livro de ficção publicados em Angola após a Independência. Em 2003, Manuel Rui renunciou ao Prémio Nacional de Cultura na categoria de Literatura pelo conjunto da sua obra.