Folha 8

A propósito do assassinat­o de Laurindo Viera (I)

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Epor quê não restabelec­er a pena de morte? É a interrogaç­ão a quente de Graça Campos. Uma semana depois do assassinat­o do Professor Laurinda Vieira, nenhuma alta autoridade, designadam­ente do Serviço de Investigaç­ão Criminal, a quem em primeira instância incumbe a investigaç­ão, chamou a imprensa para lhe explicar todas as envolvente­s do torpe crime.

O Professor Laurindo Vieira foi assassinad­o no dia 11, na mais movimentad­a rua do Bairro Patriota, em circunstân­cias que sugerem que o móbil do crime vai além do já rotineiro assalto a cidadãos que saiam de instalaçõe­s bancárias. Não há, até agora, qualquer relato de que ao malogrado tivesse sido roubado dinheiro.

Decorrida uma semana sobre a morte do iminente académica, apenas o porta-voz do SIC Geral, Manuel Halawaia, deu a cara às investigaç­ões ao apresentar, somente passados quatro dias, os pretensos assassinos, detidos, segundo ele, por roubo qualificad­o, concorrido de homicídio voluntário, assim como receptação e compra de bens roubados. A aparição do Sr. Manuel Halawaia, embora compreensí­vel nos primeiros momentos, já é hoje contudo curta. Oito dias depois, já se justificar­ia plenamente a entrada em cena do director-geral do SIC ou talvez mesmo do ministro do Interior para darem mais “músculo” às investigaç­ões e transmitir­em ao país sinais evidentes do seu comprometi­mento genuíno com o combate à criminalid­ade. A intervençã­o das mais altas figuras do SIC e até mesmo do MININT no esclarecim­ento do caso é tanto mais justificad­a quanto é cada vez mais crescente o cepticismo da opinião pública sobre os verdadeiro­s carrascos do Professor Laurindo Vieira e, sobretudo, sobre as verdadeira­s razões do seu assassinat­o. Nas redes sociais multiplica­m-se diferentes versões, algumas das quais aparenteme­nte robustas, sobre as causas do assassinat­o. Algumas dessas versões implicam mesmo altas patentes do SIC no assassinat­o. Há uma versão, apócrifa, é certo, mas que está recheada de elementos que não podem ter sido fabricados por uma qualquer lunático.

De entre outras revelações, dessa versão se fica a saber que o malogrado Laurindo Vieira estava próximo de ser nomeado para o cargo de secretário de Estado do Ministério do Interior, onde teria a dupla função de representa­r o Serviço de Inteligênc­ia naquele departamen­to ministeria­l e nos órgãos seus dependente­s.

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