A propósito do assassinato de Laurindo Viera (I)
Epor quê não restabelecer a pena de morte? É a interrogação a quente de Graça Campos. Uma semana depois do assassinato do Professor Laurinda Vieira, nenhuma alta autoridade, designadamente do Serviço de Investigação Criminal, a quem em primeira instância incumbe a investigação, chamou a imprensa para lhe explicar todas as envolventes do torpe crime.
O Professor Laurindo Vieira foi assassinado no dia 11, na mais movimentada rua do Bairro Patriota, em circunstâncias que sugerem que o móbil do crime vai além do já rotineiro assalto a cidadãos que saiam de instalações bancárias. Não há, até agora, qualquer relato de que ao malogrado tivesse sido roubado dinheiro.
Decorrida uma semana sobre a morte do iminente académica, apenas o porta-voz do SIC Geral, Manuel Halawaia, deu a cara às investigações ao apresentar, somente passados quatro dias, os pretensos assassinos, detidos, segundo ele, por roubo qualificado, concorrido de homicídio voluntário, assim como receptação e compra de bens roubados. A aparição do Sr. Manuel Halawaia, embora compreensível nos primeiros momentos, já é hoje contudo curta. Oito dias depois, já se justificaria plenamente a entrada em cena do director-geral do SIC ou talvez mesmo do ministro do Interior para darem mais “músculo” às investigações e transmitirem ao país sinais evidentes do seu comprometimento genuíno com o combate à criminalidade. A intervenção das mais altas figuras do SIC e até mesmo do MININT no esclarecimento do caso é tanto mais justificada quanto é cada vez mais crescente o cepticismo da opinião pública sobre os verdadeiros carrascos do Professor Laurindo Vieira e, sobretudo, sobre as verdadeiras razões do seu assassinato. Nas redes sociais multiplicam-se diferentes versões, algumas das quais aparentemente robustas, sobre as causas do assassinato. Algumas dessas versões implicam mesmo altas patentes do SIC no assassinato. Há uma versão, apócrifa, é certo, mas que está recheada de elementos que não podem ter sido fabricados por uma qualquer lunático.
De entre outras revelações, dessa versão se fica a saber que o malogrado Laurindo Vieira estava próximo de ser nomeado para o cargo de secretário de Estado do Ministério do Interior, onde teria a dupla função de representar o Serviço de Inteligência naquele departamento ministerial e nos órgãos seus dependentes.