EM QUANTOS TABUL
Oministro das Relações Exteriores, Téte António, recebeu na semana passada o embaixador da Rússia em Angola, Vladimir Tararov, com quem avaliou o estado das relações bilaterais e a exploração de novas oportunidades de cooperação entre os dois países. Pelo sim e pelo não, o MPLA (governo) mantém o divórcio com Moscovo em… “stand by”. Durante o encontro, realizado no edifício sede da diplomacia angolana, os dois diplomatas falaram, igualmente, da agenda internacional, com realce para o Fórum Global dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, a ter lugar em Socchi, na Rússia, e do Fórum dos Adeptos da Luta contra as Práticas Modernas do Neocolonialismo. Angola e a Rússia têm relações privilegiadas desde 8 de Outubro de 1976, data em que foi assinado, em Moscovo, na altura capital da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o Tratado de Amizade e Cooperação.
A 16 de Novembro de 2004, os dois países rubricaram, em Luanda, um acordo para o relançamento da cooperação nos domínios económico e técnico-científico e, no dia seguinte, criaram a comissão intergovernamental de cooperação económica, técnico-científica e comercial. Actualmente, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a cooperação entre os dois países é mais significativa nos sectores da energia, geologia e minas, ensino superior, formação de quadros, defesa e segurança, telecomunicações e tecnologias de informação, pescas, transportes, finanças e banca.
Em 2019, a Rússia garantia que queria reforçar a cooperação com Angola, então baseada sobretudo no sector diamantífero, nos domínios do turismo, extracção de recursos minerais, indústria, formação de quadros e agricultura. Sobrará ainda alguma coisa para os velhos camaradas do MPLA explorarem?
Na altura, segundo o embaixador Vladimir Tararov, que anunciava a visita a Angola de uma delegação de 18 empresários russos, a cooperação bilateral iria “ajudar a erguer a economia e a indústria”. Disso não tenhamos dúvidas. Eles vão entrar com o “know how” (saber) e nós com as riquezas. Depois? Bem. Depois nós ficamos com o “know how” e eles com as riquezas. Simples. Simples para quem não tem, como acontece com os dirigentes do MPLA, o cérebro nos intestinos. “O Presidente João Lourenço disse que isso seria muito útil para as nossas relações bilaterais, temos que virar a cooperação para o domínio económico, e o que é mais importante, o agro-industrial”, frisou Vladimir Tararov.
Segundo o diplomata russo, no encontro com João Lourenço (o general Presidente formado e formatado na Rússia) foram também abordadas questões saídas do fórum económico na cimeira de Sochi, tendo igualmente agradecido em nome do seu governo a participação do Presidente angolano naquele evento.
O embaixador russo em Angola frisou que a cooperação iria ser desenvolvida nos domínios turístico, humanitário, formação de quadros, extracção de diamantes, desenvolvimento industrial e cultura.
Velhos “amigos” das riquezas africanas
O regresso da presença russa a África está hoje claramente marcado pelo investimento, ou seja, venda de armas e envio de “conselheiros” ou mercenários, com Moscovo a competir com a Europa, EUA e China para o