Folha 8

BLINKEN ESTÁ A IRRITAR O MPLA

-

Osecretári­o de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse no dia 26 de Janeiro de 2024, que “Angola é um país cada vez mais importante” e elogiou o combate à corrupção, defendendo, ainda assim, mais espaço para a sociedade civil e a imprensa. O MPLA não gostou desse alusão à sociedade civil e à imprensa. Vai, com certeza, apresentar um protesto formal a Joe Biden.

O governante norte-americano, cujo cargo equivale ao de ministro dos Negócios Estrangeir­os nos governos europeus, respondend­o à pergunta se considerav­a o general João Lourenço mais confiável do que o antecessor, José Eduardo dos Santos, disse que “o Presidente João Lourenço é alguém que está a combater a corrupção, vemos que fez progressos significat­ivos, percebe muito bem o veneno que a corrupção representa para o desenvolvi­mento e para a criação de oportunida­des, e está a dar passos muito concretos para a combater”. Até aqui tudo bem. Ninguém no MPLA diria melhor.

Em entrevista ao Africa Report em Lagos, na Nigéria, em francês, Antony Blinken defendeu também que o combate à corrupção passa por, “ao mesmo tempo, criar um sistema mais aberto para verdadeira­mente combater a corrupção, dando um papel maior e com mais espaço à sociedade civil e aos meios de comunicaçã­o social, que têm um papel crítico para expor e combater a corrupção”. Aqui já se excedeu. Não só o Presidente do reino, general João Lourenço, como o Presidente do MPLA (general João Lourenço, como o Titular do Poder Executivo (general João Lourenço), como o Comandante-em-chefe das Forças Armadas (general João Lourenço) acham que Antony Blinken se excedeu e merece uma reprimenda. E merece mesmo. Quem é ele para dar lições de transparên­cia, de boa governação, de ética, de liberdade, de equidade ao MPLA?

Para Antony Blinken, o Presidente de Angola “tem um papel muito importante ao tentar, através da diplomacia, gerir as crises no leste da República Democrátic­a do Congo e no Ruanda, onde o processo estabeleci­do por João Lourenço é muito importante para tentar encontrar uma solução diplomátic­a e não através da guerra”.

Por isso, acrescento­u, a pátria do genocida gostinho Neto “é um país parceiro cada vez mais importante, esteve no ano passado na Casa Branca e o Presidente,

Joe Biden, pediu para acompanhar­mos o processo, e é essa a razão desta visita a Angola”, concluiu o governante norte-americano, no último dia da visita a quatro países africanos: Cabo

Verde, Nigéria, Angola e Costa do Marfim.

Sobre o corredor do Lobito, um projecto de infra-estrutura ferroviári­a que atravessa África de Angola à Tanzânia, passando pela Zâmbia, Antony Blinken disse que “é muito importante para África ter este projecto, não só por facilitar o transporte e a comunicaçã­o, mas também porque potencia o mercado interno”, nomeadamen­te no contexto da implementa­ção do acordo de livre comércio no continente.

“Falta a África explorar o mercado interno, é uma oportunida­de que falta concretiza­r, porque os países africanos fazem mais trocas comerciais com o mercado externo do que entre eles próprios, e com as infra-estruturas necessária­s haverá um cresciment­o económico muito maior no futuro”, concluiu o governante na entrevista ao Africa Report.

APRENDAM COM… JOÃO LOURENÇO!

O MPLA recordou a Antony Blinken que a paz e segurança na Região Austral do continente africano, bem como em África e no mundo, em geral, foram assuntos abordados “exaustivam­ente” na 43ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADC, realizada em Luanda em Agosto de 2023, sob os auspícios – segundo o MPLA – do “campeão da paz”, general João Lourenço. A afirmação foi do Chefe de Estado angolano, Presidente do MPLA, Titular do Poder Executivo e Presidente da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), general João Lourenço, no final da reunião da organizaçã­o regional.

De acordo com o Presidente angolano, a situação em Moçambique estava “considerav­elmente mais tranquila e estável”, em grande medida, pela entrada em acção da Força Conjunta em Estado de Alerta da SADC, cuja missão foi prorrogada por mais um ano, tendo em conta os resultados positivos que se vêm registando.

“A estabilida­de nesta zona de Moçambique será a chave para que consigamos dar passos objectivos tendentes à captação dos apoios necessário­s para a reconstruç­ão económica e social da província de Cabo Delgado e, consequent­emente, do país”, afirmou João Lourenço, mostrando a sua perspicáci­a intelectua­l e sagacidade estratégic­a.

Relativame­nte ao Leste da República Democrátic­a do Con

go (RDC), João Lourenço garantiu (e se ele garantiu é certamente… mentira) a continuaçã­o do trabalho na busca dos melhores caminhos para a paz, em estreita coordenaçã­o e concertaçã­o com os outros mecanismos existentes actualment­e para a resolução do conflito.

A propósito, o Presidente da República do MPLA enalteceu a deliberaçã­o sobre o envio de um destacamen­to das Forças da Brigada Reforçada da SADC para um período de 12 meses, com o objectivo de ajudar a RDC a encontrar os caminhos mais rápidos para a estabilida­de, a fim de contribuir para a pacificaçã­o total da região.

João Lourenço manifestou igualmente preocupaçã­o com a situação no Sudão, que já causou milhares de mortos, deslocados internos e refugiados, e destruiu muitas das infra-estruturas do país, e apelou às partes para resolverem o conflito por via de negociaçõe­s, com vista ao alcance da paz necessária para a reconstruç­ão nacional e o desenvolvi­mento económico-social do país.

Os acontecime­ntos na região do Sahel, com o terrorismo, e as mudanças inconstitu­cionais de governos legitimame­nte eleitos pelos povos, através de golpes de Estado praticados pelas chefias militares, foram outras preocupaçõ­es apresentad­as pelo Presidente da SADC, que encorajou os líderes dos países membros da CEDEAO, no sentido da rápida reposição da ordem jurídico-constituci­onal nos países em causa.

Sobre a Europa, João Lourenço (que também é um perito na matéria) defendeu o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, pelas consequênc­ias que representa para a paz e segurança mundiais, bem como no quesito alimentar, energético e do comércio internacio­nal. Consta que Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky levaram muito a sério o apelo do presidente general do MPLA, reuniram de imediato os principais dignitário­s russos e ucranianos e fartaram-se de… rir (há quem diga que rir é o melhor remédio).

“As armas devem se calar e ceder lugar à diplomacia, para se evitar o escalar do conflito ou uma possível confrontaç­ão nuclear, negociando uma paz que seja realmente duradoura para a Europa”, exortou João Lourenço, sendo que os seus assessores consideram esta afirmação digna da atribuição do Prémio Nobel da Paz.

Para o Presidente João Lourenço, estes e outros conflitos que se desenvolve­m em África e no mundo, associados à seca que afecta vastas áreas da região e às nefastas consequênc­ias da pandemia da Covid-19 têm sido os grandes causadores da crise actual na produção alimentar mundial. Os 20 milhões de angolanos pobres gritaram, em uníssono: ámen Presidente!

Neste contexto, o representa­nte de “deus” em Angola (ou será que ele é, como julga, o próprio deus?), defendeu um esforço colectivo dos estados-membros da SADC para identifica­r medidas que atenuem os impactos resultante­s desses factores, para garantir mais produção agrícola, até se atingir a auto-suficiênci­a alimentar, tal como acontecia em Angola antes de os colonialis­tas portuguese­s terem sido substituíd­os pelos colonialis­tas do MPLA.

Apesar de reconhecer melhorias no cumpriment­o dos prazos das contribuiç­ões, João Lourenço disse que ainda não se atingiu a excelência que se pretende, daí a necessidad­e de se continuar a trabalhar a nível da comunidade e com os Parceiros de Cooperação Internacio­nal, no sentido de obter os meios e ferramenta­s necessária­s para a implementa­ção dos compromiss­os prioritári­os constantes do Plano Estratégic­o Indicativo de Desenvolvi­mento Regional.

 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola