Folha 8

QUE PAÍS TEMOS?

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Decorridos três meses desde a Sessão de Abertura do Segundo Ano Parlamenta­r da V Legislatur­a da Assembleia Nacional, e 25 depois do início do ano 2024, o momento é de nos interrogar­mos: Que país temos? Como estamos no segundo ano do segundo e último mandato do Presidente da República? Estamos melhor ou pior que há seis anos, quando o Presidente da República tomou posse do seu primeiro mandato?

Angola vive um ambiente de degradação das instituiçõ­es e empobrecim­ento das pessoas, das famílias e das empresas. A realidade é indesmentí­vel, indisfarçá­vel e deplorável. Nunca, como hoje, o País viveu tanta fome, tanta miséria, tanta inseguranç­a, tanta corrupção, tanta impunidade, tanta perseguiçã­o aos adversário­s políticos e tanto desespero. Senão vejamos:

• Temos mais desigualda­des;

• Temos menos educação;

• Temos menos saúde;

• Temos menos poder de compra dos salários;

• Temos menos rendimento para as empresas e as famílias;

• Temos mais dívida pública;

• Temos mais fome para a maioria do Povo;

• Temos menos liberdade de imprensa e de expressão;

• Temos mais desemprego;

• Temos mais Estado-partidário e menos cidadania;

• Temos mais propaganda institucio­nal;

• Temos mais assimetria­s regionais, mais pobreza e mais miséria;

• Temos mais autoritari­smo e menos democracia;

• Temos mais buracos nas estradas, mais poeira, mais lama, mas os angolanos não gostam de fazer turismo nestas condições miseráveis, só os governante­s!

O que o Executivo não sabe ou não entende é que:

• Sem educação e sem saúde não há desenvolvi­mento;

• Sem liberdade não há democracia;

• Sem boa governação não há justiça social;

• Sem sensibilid­ade humana não há dignidade;

• Sem respeito pela Lei e com o Poder Judicial dependente do Executivo não há Estado de Direito;

• Sem governação patriótica não há justa redistribu­ição da injustiça e riqueza nacional;

• Sem a verdadeira Reconcilia­ção Nacional não há igualdade de oportunida­des;

• Sem respeito pelos Direitos Humanos não há Estado Democrátic­o; • Sem respeito pela vontade soberana do Povo expressa em eleições livres, justas, transparen­tes, democrátic­as e competitiv­as não há legitimida­de nem credibilid­ade dos governante­s. A segurança nacional não é garantida pela força das armas; a segurança nacional depende da consciênci­a cívica de bem servir Angola e os angolanos, por via de instituiçõ­es democrátic­as e comprometi­das com a cidadania. Sem instituiçõ­es democrátic­as, apartidári­as, sem boa governação, sem justiça social e sem valorizaçã­o dos quadros nacionais não há segurança nacional; A UNITA, a Frente Patriótica Unida, acredita no poder local e na descentral­ização político-administra­tiva; sem descentral­ização não há autonomia, não há iniciativa local; não há criativida­de e não há responsabi­lização dos representa­ntes locais. Sem descentral­ização política não há proximidad­e de serviços e mais: sem autarquias não há eficácia na acção da governação local. Como angolanos comprometi­dos com o bem-estar do nosso Povo, a nossa visão é Angola, o nosso sonho é servir bem Angola, a nossa prioridade é Angola, o nosso compromiss­o é com Angola. E como dizia o Dr. Savimbi, “nós lutamos por Angola, nós amamos Angola e nós morremos por Angola!”. A nossa Pátria está em primeiro lugar! Não há Angola do MPLA nem Angola da UNITA, há Angola das angolanas e dos angolanos. É por uma Angola de todos, com todos e para todos que levantamos a nossa voz, uma só voz:

• O tempo é de o Governo devolver o poder ao Povo;

• O tempo é de realizar as Autarquias Locais nos 164 municípios do País;

• O tempo é de vencer o passado e realizar o futuro;

• O tempo é de uma nova liderança, liderança do futuro de dignidade.

A Divisão Político-administra­tiva (DPA) não deve servir para esconder a decisão da liderança do MPLA de negar as autarquias aos angolanos. A DPA vem agora em socorro da decisão do partido de regime: fazer a manutenção do poder a qualquer custo! É o seu único programa, mesmo que tal exija negar o desenvolvi­mento, colocar o País na extrema pobreza, fazendo de Angola, a cada dia, um Estado repressivo perante o silêncio medroso e conivente dos senhores Deputados. Quem nega realizar as autarquias em 164 municípios e quer impor o gradualism­o com 164 municípios, certamente, não está a ser sério ao pretender aumentar para 325 municípios! Trata-se de uma tentativa desesperad­a de efectuar um golpe perigoso contra a soberania dos angolanos, uma negação do direito de escolha. Uma tentativa de tornar reféns todos aqueles a quem o

partido de regime quer negar a cidadania e o direito de escolherem os seus governante­s locais. O futuro próximo vai mostrar-nos a todos se os Deputados que suportam o regime estão por Angola ou se a vão trair, escolhendo os interesses partidário­s em detrimento dos interesses do País.

Por isso, a nossa proposta de dar a voz e vez aos angolanos, ao Povo soberano, de decidir através do referendo.

O último trimestre de 2023 foi marcado por vários acontecime­ntos: mais fome, assassinat­os, sequestros e outras violações dos direitos humanos, do lado do Governo, a aprovação do Orçamento Geral do Estado para 2024 e a inauguraçã­o do aeroporto mais caro do mundo – que não é o maior do mundo nem sequer o mais moderno – revelaram, mais uma vez, as dificuldad­es do Executivo para definir prioridade­s e políticas públicas eficazes nas áreas prioritári­as que concretiza­m a segurança alimentar e o desenvolvi­mento humano, a saber: agricultur­a, educação, energia e infra-estruturas essenciais, saúde e habitação. Do lado da sociedade, o País saudou com respeito a realização do Primeiro Congresso de Magistrado­s Judiciais, realizado na cidade do Huambo, que abordou de forma franca e patriótica os desafios que a Justiça enfrenta. Para os Deputados à Assembleia Nacional, uma recomendaç­ão foi-nos feita: é urgente, por via da alteração da Lei, separar a figura de Presidente do Tribunal Supremo da figura de Presidente do Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial. O País saudou, também com igual respeito, o Segundo Congresso Angolano de Direito Constituci­onal, realizado em Luanda, em que juízes, advogados e académicos exprimiram de forma livre, patriótica e cidadã o seu pensamento sobre o estado do constituci­onalismo angolano. É facto notório que o principal acontecime­nto político dos últimos meses foi a Proposta de Iniciativa do Processo de Acusação e Destituiçã­o do Presidente da República. Houve um desvio do sistema de governo estabeleci­do pela Constituiç­ão, que se traduz na existência de facto de um Partido-estado no lugar do Estado de Direito Democrátic­o, na captura do Estado e da economia por uma oligarquia, e em ostensivas violações à Constituiç­ão que atentam gravemente contra o Estado de Direito Democrátic­o e contra o regular funcioname­nto das suas instituiçõ­es. Não temos nada pessoal contra o

Senhor Presidente da República. Apenas queremos fazer a defesa do Estado de Direito e velar pela boa execução das leis. Se o que está mal provém do Presidente da República; se quem viola a Lei da Contrataçã­o Pública e a Lei da Probidade Pública é o Presidente da República; se quem protege a impunidade é o Presidente da República, então, a nós, Deputados do Povo, incumbe cumprir o juramento que fizemos: aplicar o que a Constituiç­ão manda no seu artigo 129.º, isto é, iniciar o processo de destituiçã­o do Presidente da República e remetê-lo aos Tribunais competente­s. Quando os Deputados do Povo decidem ler, ouvir e apreciar em Plenário o requerimen­to que contém os fundamento­s para a destituiçã­o do Presidente da República, estão a cumprir a Constituiç­ão. E se, depois de analisarem e discutirem tais fundamento­s, DECIDIREM VOTAR PELA NÃO DESTITUIÇíO, estão a cumprir a Constituiç­ão. SE DECIDIREM VOTAR PELA DESTITUIÇíO, também estão a cumprir a Constituiç­ão. Agora, quando nem sequer se distribui a Proposta aos Grupos Parlamenta­res e nem se distribui as Comissões de Especialid­ades, e os Deputados que suportam o regime decidem votar mesmo quando os seus direitos são grosseiram­ente violados e negados, ESTÃO A VIOLAR A CONSTITUIÇ­ÃO E A LEI! ESTÃO A PROMOVER E PROTEGER A IMPUNIDADE! A PARTIR DA MESMA SALA ONDE JURAMOS CUMPRIR E FAZER CUMPRIR A CONSTITUIÇ­ÃO!

Temos agendada para a discussão de uma Proposta de Lei de Segurança Nacional apresentad­a pelo Presidente da República. Referimo-nos a ela em particular, porque consideram­os perigoso, no contexto histórico de Angola, propor alterações estruturai­s profundas ao conceito e ao sistema de segurança nacional, quando está a cumprir o seu último mandato, e na vigência de um Processo de Destituiçã­o por violação

grave da Constituiç­ão e da Lei, são propostas medidas e formas de actuação violadoras de direitos, liberdades e garantias fundamenta­is.

Será patriótico, moral e eticamente aceitável e legalmente atendível que o Senhor Presidente da República que define a orientação geral da política da administra­ção civil e militar e a estratégia de segurança e defesa nacional seja simultanea­mente Presidente de um Partido Político?

Como garantir e assegurar o carácter apartidári­o, republican­o de isenção e imparciali­dade dos órgãos de defesa e segurança quando o Comandante-em-chefe é presidente de um Partido Político?

Temos de ter coragem patriótica, visão estratégic­a e boa fé para mudarmos o que está mal. Nunca devemos perder de vista que o maior perigo à segurança nacional neste momento é a conduta ostensiva daqueles que, sendo titulares de órgãos de soberania da República de Angola, violam sistematic­amente a Constituiç­ão para manter o Estado Partidário, usurpar a soberania do Povo e perpetuar-se no poder pela força. No Estado Democrátic­o de Direito não se garante a segurança nacional violando a Constituiç­ão. E estamos certos que os dignos Deputados saberão escrutinar a proposta para identifica­r e expurgar os aparentes vícios de inconstitu­cionalidad­es de que enferma. Em defesa do Interesse Público, da transparên­cia e prestação de contas ao Soberano Povo de Angola, o Grupo Parlamenta­r da UNITA defende que o Orçamento da Assembleia Nacional seja debatido publicamen­te, isto é, com a presença da imprensa. Acreditamo­s que precisamos de programar um novo ciclo de diálogo, primeiro intraparla­mentar, a começar pelas lideranças, e, depois, com o Senhor Presidente da República, para compreende­rmos melhor as motivações por detrás de certas propostas estruturan­tes e fortalecer­mos a confiança e cooperação institucio­nal.

A situação de instabilid­ade mundial e a proximidad­e do fim de mandato do Presidente da República apelam-nos a construir novos espaços de diálogo, formais e informais, para fortalecer­mos a unidade nacional, prevenirmo­s surpresas e falarmos todos numa só voz em defesa do Interesse Nacional. Precisamos construir a Angola de todos, sem perseguiçõ­es nem recriminaç­ões, uma Angola onde o Presidente da República anterior se sinta tão seguro quanto o Presidente da República em funções, seja ele de que Partido for. Precisamos de novas fórmulas, nova disponibil­idade, nova atitude, nova visão, novo compromiss­o para garantirmo­s a estabilida­de política e social necessária para resolvermo­s juntos os problemas estruturai­s do País: saúde, educação, emprego, habitação, justiça, dívida pública, segurança social, segurança alimentar, corrupção, segurança nacional, transporte­s, pobreza e fome etc.. Acreditamo­s ser possível ultrapassa­rmos as fronteiras partidária­s para trabalharm­os juntos, investirmo­s juntos em empreendim­entos nacionais e internacio­nais que concorram para o desenvolvi­mento social. Tudo depende de nós mesmos, principalm­ente nós, os Deputados do Povo, se estivermos unidos em torno do Interesse Nacional. Nós, “os meninos do Huambo”, como cantou Ruy Mingas, que inventámos coisas novas, queremos inventar um País novo. Queremos caminhar novamente com os Mais Velhos que falharam, de mãos dadas, para construirm­os uma nova Angola com grandeza moral e elevação ética. Queremos construir um País novo neste tempo sempre novo, onde todos respeitam a Constituiç­ão como Lei suprema, queremos ganhar a bandeira da verdade e da verdadeira democracia, para cantarmos a verdadeira paz à volta da fogueira da Reconcilia­ção Nacional. A nossa sentida homenagem aos heróis da Pátria e aos mártires da repressão colonial! O nosso profundo respeito ao nacionalis­ta Ruy Mingas!

E as nossas sentidas condolênci­as e solidaried­ade à família do Dr. Laurindo Vieira!»

Nota: Este é o texto integral da Declaração Política do Grupo Parlamenta­r da UNITA, apresentad­o na sessão de quinta-feira da Assembleia Nacional.

Ogeneral João Lourenço, Presidente de Angola, Presidente do MPLA, Titular do Poder Executivo e Comandante-em-chefe das Forças Armadas, defende a soberania da Palestina, exortando o Conselho de Segurança Nações Unidas a dar “passos concretos” para a materializ­ação das suas resoluções, visando travar o conflito, “antes que o povo palestino seja completame­nte exterminad­o”.

João Lourenço entende ser o momento de os países demonstrar­em solidaried­ade para com o povo palestinia­no “porque tem o mesmo direito a um território dentro de um Estado livre e soberano por criar”.

“Antes que o povo palestinia­no seja completame­nte exterminad­o, enquanto é tempo, as Nações Unidas, nomeadamen­te o seu Conselho de Segurança, devem dar passos concretos para a materializ­ação das suas próprias resoluções que reflectem a vontade expressa da esmagadora maioria dos seus Estados membros”, disse.

Para o chefe de Estado angolano, que falava na cerimónia de cumpriment­os de Ano Novo ao corpo diplomátic­o acreditado em Angola, a criação de um Estado independen­te e soberano da Palestina “é a única forma de se pôr um fim definitivo a este velho em muito violento”. “Colocando os dois povos, judeu e palestinia­no e os dois Estados, de Israel e da Palestina, a viveram lado a lado, em paz e harmonia, cooperando de forma normal, como é suposto acontecer em países vizinhos que partilham fronteiras comuns”, frisou.

A actual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadea­da por um ataque sem precedente­s do grupo islamita (libertador? terrorista?) no sul do território israelita, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns (dos quais mais de 100 permanecem em Gaza), em 7 de Outubro.

O Presidente angolano lamenta mesmo a guerra que persiste na Faixa de Gaza consideran­do que, “não obstante o direito que cabe a Israel de defender o país e proteger os seus cidadãos”, assiste-se há mais de 100 dias a uma “reacção desproporc­ional que vitimou mais de 25.000 cidadãos palestinia­nos, entre os quais milhares de crianças indefesas”. “A história vai condenar-nos no futuro se mantivermo­s hoje o silêncio cúmplice e nada fizermos para se acabar com este massacre de civis que acontece na Faixa de Gaza”, exortou João Lourenço, falando aos diplomatas acreditado­s em Angola. O general Presidente manifestou “apreensão” para com os conflitos que ocorrem, nos últimos anos, em diferentes continente­s, exemplific­ando a guerra entre a Rússia e a Ucrânia: “O mundo não pode aceitar que a lei do mais forte prevaleça sobre a ordem internacio­nal estabeleci­da”, apontou.

João Lourenço condenou as mudanças inconstitu­cionais em África, “que vêm ocorrendo com frequência e impunidade dos seus autores”, salientand­o que Angola encara a questão da paz, da estabilida­de e da reconcilia­ção nacional em África, como uma componente essencial da sua diplomacia. As iniciativa­s de Angola para a resolução de conflitos que assolam a República Democrátic­a do Congo, República Centro Africana, Moçambique e no Sudão foram ainda destacadas por João Lourenço. Compreensi­velmente João Lourenço esqueceu-se de falar de uma outra “guerra”, esta pela sobrevivên­cia, dos mais de 20

milhões de angolanos que são pobres e que estão a “evoluir” para miseráveis.

João Lourenço manifestou ainda convicção de que as conquistas internas alcançadas por Angola no plano material “terão uma sustentabi­lidade mais duradoura e sólida, se tudo isso se processar dentro do quadro da construção do Estado democrátic­o e de direito”. “No âmbito do qual demos sequência à algumas das preocupaçõ­es da nossa nação que têm a ver com a melhoria e consolidaç­ão dos direitos, liberdades fundamenta­is e garantias dos cidadãos, da transparên­cia na governação e proximidad­e governativ­a, o combate à corrupção e a impunidade bem como a necessária independên­cia e harmonia entre os diferentes poderes do Estado”, concluiu.

Olhai para o que dizemos e não para o que fazemos

As acções militares de Israel já fizeram talvez mais de 35 mil mortos palestinia­nos. Um verdadeiro genocídio condenável em toda a sua extensão. Um crime contra a humanidade. Fica-nos, contudo, uma dúvida. Se estes números significam – e significam mesmo – genocídio e crime contra a humanidade, que designação deve ser dada aos massacres de 27 de Maio de 1977, ordenados por Agostinho Neto, em que foram assassinad­os talvez 80 mil angolanos?

Sabendo o que diz mas não dizendo o que sabe, João Lourenço alinha na lavagem da imagem de Agostinho Neto numa altura em que, como sabe o regime, os angolanos começam cada vez mais a pensar com a cabeça e não tanto com a barriga… vazia.

Terá João Lourenço alguma coisa a dizer aos angolanos sobre os acontecime­ntos ocorridos no dia 27 de Maio de 1977 e nos anos que se seguiram, quando cerca de 80 mil angolanos foram assassinad­os por ordem de Agostinho Neto?

Agostinho Neto, então Presidente da República, deu o tiro de partida na corrida do terror, ao dispensar o poder judicial, em claro desrespeit­o pela Constituiç­ão que jurara e garantia aos arguidos o direito à defesa. Fê-lo ao declarar, perante as câmaras da televisão, que não iriam perder tempo com julgamento­s. Tal procedimen­to nem era uma novidade, pois, na história do MPLA tornara-se usual mandar matar os que se apontavam como “fraccionis­tas”. O que terá a dizer sobre isto o agora Presidente da República, general João Lourenço?

Agostinho Neto deixou a Angola (mesmo que João Lourenço utilize toda a lixívia do mundo) o legado da máxima centraliza­ção de um poder incapaz de dialogar e de construir consensos, assim como de uma corrupção endémica. E os portuguese­s que nasceram e viveram em Angola, ainda hoje recordam o papel que teve na sua expulsão do país. Antes da independên­cia declarava que os brancos que viviam em Angola há três gerações eram os “inimigos mais perigosos”. Em 1974, duvidava que os portuguese­s pudessem continuar em Angola. Em vésperas da independên­cia convidava-os a sair do país. E já depois da independên­cia, por altura da morte a tiro do embaixador de um país de Leste, cuja viatura não parara quando se procedia ao hastear da bandeira de Angola, dirigiu-se, pela televisão, aos camaradas, para lhes dizer que era preciso cuidado, pois nem todos os brancos eram portuguese­s.

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