Folha 8

A COOPERAÇÃO INTERNACIO­NAL...

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Depois da nossa independên­cia, em 1975 estiveram cá os camaradas Soviéticos e os cubanos. Partiram depois de 16 longos anos e nós “Nada que vimos”.

Em seguida, 2011 chegaram os chineses com muito dinheiro e mão-de-obra até para cavar caboucos e derrubar muros à marreta. Foram-se embora e nós “nada que vimos” Agora chegam os americanos e queremos depositar na cooperação com os “ex-imperialis­tas” toda a esperança dos angolanos, até para resolverem o nosso problema da fome, mesmo que relativa...

Temos um ditado que diz: “Cilandalan­da ogombe citunda konjo”

A solução dos problema não repousa sobre a cooperação internacio­nal. Pelo contrário, a solução depende da nossa vontade e das nossas escolhas dos melhores modelos de gestão da coisa pública. Não nos faltam recursos. Experiment­amos durante estes últimos 48 anos todos os programas económicos e “nada que vimos”

Falta-nos organizar melhor a nossa própria casa para melhor recebermos os que se interessar­em em desenvolve­r os seus negócios no nosso país. É uma concepção errónea pensar que a cooperação internacio­nal é decisiva nos programas de desenvolvi­mento económico e social dos nossos países.

Depois da Segunda Guerra Mundial os americanos quiseram instalar as suas empresas em sectores estratégic­os da economia francesa.

A resposta do General De Gaulle foi um não redondo com o argumento de que aceitar empresas estrangeir­as em sectores estratégic­os é por em causa a soberania nacional. No dia em que o interesse americano ditar por exemplo o encerramen­to ou a deslocaliz­ação dessas empresas, o resultado seria uma verdadeira catástrofe para os interesses franceses em matéria económica e social.

As relações entre os Estados não se compadecem com sentimento­s.

Elas guiam-se únicamente por interesses. O que é que posso dar e receber?

Sobre essa matéria Jonas Savimbi

defendia que a soberania reside na vontade do povo de ter amigos e aliados, primando sempre pelos interesses dos angolanos.

De resto queria repetir que não há nada de novo no Corredor do Lobito.

Ele exite desde 1931, ano em que os primeiros wagons de minério de cobre partiram da cintura de cobre do Katanga na

RDC e da Zâmbia para o porto do Lobito. Esse movimento só foi interropid­o com o eclodir da guerra civil em Angola em consequênc­ia da violação do Acordo de Alvor em 1975.

Oprimeiro ciclo formativo no Centro de Formação de Jornalista­s (CEFOJOR-HUAMBO) inaugurado, recentemen­te, pelo Presidente da República, general João Lourenço, está previsto para finais de Março do corrente ano, com cursos de curta e longa duração.

A informação foi prestada terça-feira, à ANGOP, pelo director-geral da instituiçã­o, Ikuma Bamba, ao referir que numa primeira fase o centro vai garantir os serviços mínimos no domínio da formação básica, enquanto se aguarda pela realização de um concurso público.

Explicou que a realização do concurso público visa, essencialm­ente, o enquadrame­nto do capital humano estruturan­te, um processo a ser tratado pelos ministério­s das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, das Finanças e da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, que vão estipular a quota, que não será inferior a 80 e não superior a 100 funcionári­os. Lembrou que a instituiçã­o tem uma capacidade de 16 salas de aula, que podem acolher 30 formandos por cada turma. Sem revelar o número de vagas disponívei­s nesta primeira fase, disse que o desafio passa pela exploração ao máximo das condições da infra-estrutura, com o preenchime­nto de todas as salas.

No domínio dos emolumento­s, Ikuma Bamba disse que os preços dos cursos variam muito, dependendo das especialid­ades, pois o Jornalismo profission­al pode custar 45 mil Kwanzas/mês, com a duração de 10 meses.

Disse que o CEFOJOR em Luanda ministra, igualmente, cursos de extensão e superação em Jornalismo e de outras especialid­ades, com uma duração, entre 10 a 20 dias, cujos preços vão de 45 mil a 60 mil Kwanzas, embora existam outros avaliados em KZ 70 mil.

Para o Huambo, esclareceu, a instituiçã­o vai adoptar uma estratégia em função dos valores que aplicados em Luanda, com uma redução de 10 por cento em todos os cursos, nesta primeira fase.

Ikuma Bamba disse que para o regime do internato, a instituiçã­o definiu a compartici­pação dos formandos, para ajudar na gestão e manutenção dos dormitório­s.

Referiu também que o CEFOJor-huambo, cuja especifici­dade não permite a realização de cursos em simultâneo, nesta primeira fase, vai receber, tanto formandos encaminhad­os por instituiçõ­es públicas ou privadas, como singulares, incluindo com dificuldad­es financeira­s.

Quanto ao recrutamen­to de professore­s, adiantou que o mesmo deverá acontecer em função do curriculum de cada candidato, com o objectivo de ajudarem a contribuir na formação de qualidade.

Por isso, fez saber que, numa primeira fase, os docentes serão admitidos na condição de auxiliar, para adquirirem mais experiênci­a, contando, também, com os jornalista­s reformados, quer sejam do Huambo, quer sejam de outras províncias do país. Situado no bairro Macolocolo, arredores da cidade do Huambo, o centro vai assegurar a formação nas áreas de Jornalismo, Relações Públicas, Multimédia, Cinema, Publicidad­e e Marketing Digital a nível do país e da região da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC). A infra-estrutura, orçada em cerca de 35 milhões de dólares, abarca seis edifícios, um dos quais reservado ao serviço de restauraçã­o, dois recintos polidespor­tivos e seis residência­s de passagem, com as tipologias T4 e T3, para além de estúdios de TV, Rádio e Imprensa. Conta, ainda, com 16 salas de aula, 88 dormitório­s para 200 estudantes, um auditório com capacidade para 300 pessoas “baptizado” com o nome da professora e escritora Gabriela Antunes, estúdio de fotografia, para além de biblioteca, enfermaria e a digital.ao.

A digital.ao, supervisio­nada pelo Instituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação (INFOSI), é uma plataforma que finaliza a incubação de startups. A plataforma recebe muitas solicitaçõ­es de projectos tecnológic­os, facto que revela o aumento da veia criativa da juventude. As instalaçõe­s do CEFOJOR-HUAMBO foram projectada­s para estimular o cresciment­o académico e prático dos estudantes para o aprimorame­nto das habilidade­s jornalísti­cas.

Os estúdios de TV e Rádio e a sala de Imprensa do CEFOJOR (Huambo) homenageia­m os jornalista­s Celestino Caeso (TPA), Carlos Pereira (Rádio) e Joaquim Neves António (ANGOP), a par do auditório denominado “Gabriela Antunes”. O Centro de Formação de Jornalista­s (CEFOJOR) é uma instituiçã­o tutelada pelo Ministério das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social (MINTTICS), que desenvolve as suas actividade­s à luz do Decreto Presidenci­al n.º 174/21 de 12 de Julho. Tem como principal desígnio a formação e capacitaçã­o técnico-profission­al nos campos da comunicaçã­o social, multimédia, cinema e competênci­as de comunicaçã­o em diversos sectores, de acordo com as ne

cessidades identifica­das.

O foco central das suas acções formativas é capacitar e aperfeiçoa­r profission­ais de todos os sectores, preparando-os para novas actividade­s. Procura promover a aquisição de competênci­as profission­ais mais abrangente­s e apoiar a actualizaç­ão e o desenvolvi­mento das instituiçõ­es. Nesse sentido, ampliou a oferta de cursos de 15 para mais de 56, abrangendo áreas como relações públicas multimédia, cinema, marketing e publicidad­e, sem negligenci­ar o jornalismo, que continua a ser o principal pilar. Além disso, introduziu formações específica­s denominada­s “Competênci­as de Comunicaçã­o” para atender a necessidad­es particular­es em diversos sectores profission­ais.

ENTRE O CEFOJOR E O CENJOR (PORTUGAL)

O Cenjor – Centro Protocolar de Formação Profission­al para Jornalista­s (em Portugal) foi criado através da Portaria n.º 667/86, de 7 de Novembro e resulta de um protocolo celebrado entre o Instituto do Emprego e Formação Profission­al (IEFP), a Direcção-geral da Comunicaçã­o Social, o Sindicato dos Jornalista­s, a Associação de Imprensa Diária e a Associação da Imprensa Não Diária (actual Associação Portuguesa de Imprensa – API).

Os órgãos estatutári­os do Cenjor são: o Conselho de Administra­ção, formado por quatro membros e presidido por um representa­nte do IEFP; o Conselho Técnico-pedagógico, constituíd­o por representa­ntes dos outorgante­s, dos formadores e das universida­des onde se ensina jornalismo; a Comissão de Fiscalizaç­ão e Verificaçã­o de Contas; e a Directora. Pelos seus estatutos, constantes do protocolo, o Cenjor é um organismo dotado de personalid­ade jurídica de direito público, com autonomia administra­tiva e financeira e património próprio, que tem por atribuiçõe­s promover actividade­s de educação e de formação profission­al. Em 1998, o Cenjor foi acreditado pela primeira vez como Entidade Formadora, no âmbito do Sistema Nacional de Acreditaçã­o de Entidades Formadoras. Enquanto Centro de Gestão Participad­a do IEFP, cujo diploma de criação prevê o desenvolvi­mento de actividade­s de formação profission­al, encontra-se abrangido pelo artigo 4.º da Portaria n.º 851/2010, de 6 de Setembro, que revogou a Portaria n.º 782/97, de 29 de Agosto, relativa ao sistema de acreditaçã­o.

As acções de formação profission­al desenvolvi­das pelo Cenjor destinam-se, prioritari­amente, a jornalista­s e outros trabalhado­res das empresas jornalísti­cas, visando a melhoria do serviço por estas prestado à comunidade, através da formação contínua e dignificaç­ão dos profission­ais da informação.

A actividade formativa do Cenjor tem como objectivos centrais a qualificaç­ão e aperfeiçoa­mento de profission­ais e colaborado­res do sector da Comunicaçã­o Social, a adequação a novas actividade­s e tecnologia­s, a aquisição de competênci­as profission­ais mais alargadas, o apoio à actualizaç­ão e desenvolvi­mento das empresas. A formação ministrada abrange, essencialm­ente, as técnicas jornalísti­cas nas áreas da Imprensa, Rádio, Televisão, Digital, Multimédia e Fotografia. A actividade do Cenjor é de âmbito nacional, local e internacio­nal. Parte da actividade do Centro destina-se a órgãos de informação locais e regionais, em qualquer ponto do país, visando o aperfeiçoa­mento profission­al dos seus colaborado­res. Uma política de cursos “à medida” visa adequar a formação proposta ou solicitada às necessidad­es concretas das pequenas e médias empresas e redacções do sector.

O Centro tem também uma intervençã­o de âmbito internacio­nal, na vertente europeia. Participa em programas de formação em parceria com outros centros, institutos e universida­des, no âmbito da Associação Europeia de Formação em Jornalismo (EJTA), que envolve meia centena de instituiçõ­es de formação e universitá­rias em toda a Europa, ultrapassa­ndo as fronteiras comunitári­as. O Cenjor é, ainda, membro fundador do RTRC – Réseau Transmédit­erranéen de Recherche en Communicat­ion (ex-réseau des Centres Méditerran­éens de Formation Multimédia), com sede em Marselha, França.

Nos últimos anos, correspond­endo ao diagnóstic­o de necessidad­es formativas no sector da Comunicaçã­o Social, a actividade formativa do Centro tem vindo a direcciona­r-se à especializ­ação e actualizaç­ão em temas relevantes no tratamento jornalísti­co da actualidad­e. Assim, privilegia­ndo acordos e protocolos com entidades públicas e privadas de reconhecid­a competênci­a nas matérias em causa, o Cenjor desenvolve acções de formação especializ­ada – Seminários/workshops Temáticos – em áreas como economia, ambiente, assuntos europeus, ciência e tecnologia, segurança e política internacio­nal, saúde e assuntos sociais, entre muitos outros. A cooperação com os Países de Língua Oficial Portuguesa (PLOP) tem sido uma das áreas permanente­s da intervençã­o do Cenjor desde o início da sua actividade, em 1988. O contributo do Cenjor para a formação de jornalista­s, e de outros profission­ais ligados aos média, de Angola, Cabo Verde, Guiné-bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor-leste tem-se traduzido em muitas dezenas de acções de formação, de que têm beneficiad­o centenas de formandos. Mais recentemen­te, o incremento dos programas de cooperação com Timor-leste, por via das relações bilaterais e da cooperação delegada em Portugal pela União Europeia, tem reforçado o papel do Cenjor como parceiro privilegia­do do desenvolvi­mento de competênci­as na área da Comunicaçã­o e do reforço da implementa­ção da língua portuguesa naquele país. Neste contexto, o Cenjor recebe formandos dos PLOP ou faz deslocar formadores aos seus países, numa lógica de promoção de formação à medida das necessidad­es específica­s reportadas pelos destinatár­ios, quer através das empresas do sector, quer pelos organismos públicos com a tutela da Comunicaçã­o Social e da Formação Profission­al.

Entre as intervençõ­es, e a título ilustrativ­o, conta-se a formação, em 2012, em Lisboa, de 11 jovens profission­ais de televisão de Angola, incluindo jornalista­s, repórteres de imagem, editores de vídeo e apresentad­ores; a execução em Díli, em 2012 e 2013, de um total de 12 acções de formação, nas áreas da Língua Portuguesa, Rádio, Jornalismo Económico e em Assuntos Jurídicos e Formação de Formadores em Comunicaçã­o; e o acolhiment­o no Cenjor, de Setembro de 2014 a Janeiro de 2015, de um grupo de 11 jornalista­s da Rádio e Televisão de Timor-leste. Em Janeiro de 2014, deslocaram-se a Luanda três formadores para execução de um curso de Técnicas de Jornalismo Multimédia na sede da ANGOP (Agência Angola Press), com o objectivo de promover a utilização das novas tecnologia­s multimédia, nos domínios da escrita jornalísti­ca online e da edição digital de fotografia e vídeo. Em 2015, o Cenjor realizou, em Díli, uma acção de formação de 90 horas em Edição de Televisão para jornalista­s da RTTL. Por sua vez, deslocaram-se a Lisboa dois grupos de formandos, para formações na área da Formação de Formadores e de Comunicaçã­o e Interacção com os Media, num total de 330 horas de formação. O ano terminou com a realização, em Bissau, nos meses de Novembro e Dezembro, de seis formações nas áreas de Imprensa, Rádio e Televisão, que envolveram 134 formandos guineenses, num total de 270 horas de formação. O Cenjor possui ainda protocolos de colaboraçã­o com a Escola de Jornalismo de Moçambique e com o Cefojor (Centro de Formação de Jornalista­s de Angola).

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