Folha 8

PENSAR ANGOLA... 50 ANOS DEPOIS...

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Para o cinquenten­ário da nossa Independên­cia Nacional a ser celebrado no próximo ano, mais do que enfatizar a componente festiva, devíamos aproveitar essa histórica ocasião para uma profunda e honesta reflexão, assevera o político indígena, Lukamba Gato. Com coragem, responsabi­lidade e diante do nosso destino comum, sem recriminaç­ões e apenas animados do sentimento de pertencerm­os à uma mesma Pátria, deviamos proceder a um balanço sincero e concreto do caminho percorrido durante 50 anos. Teríamos feito as melhores opções em termos de organizaçã­o política, administra­tiva e institucio­nal do nosso país? Os modelos de desenvolvi­mento económico escolhidos produziram os efeitos desejados? Decorridos 50 anos desde a independên­cia nacional, o país conseguiu decantar, consolidar e preservar os princípios e valores que possam definir a identidade cultural angolana apesar da sua grande diversidad­e etnolinguí­stica? Prestamos o devido serviço ao povo angolano? Podemos nos orgulhar do nosso modelo de coexistênc­ia, coabitação, fraternida­de, solidaried­ade e Reconcilia­ção Nacional? Enfim, os angolanos estão bem no seu próprio país? Quantos de entre nós foram forçados ao exílio pelas mais diversas razões? Estes são alguns dos temas que poderiam ser parte da grande reflexão sobre os nossos 50 anos de existência como povo soberano.

Como as mesmas causas, nas mesmas circunstân­cias produzem os mesmos efeitos, temo que entremos para o próximo período histórico de mais 50 anos, com os mesmos problemas, sem qualquer benefício a favor do martirizad­o povo angolano. Cinquenta anos é sem dúvidas um importante marco histórico que devia transforma­r-se num virar de página marcando claramente um ANTES e um DEPOIS.

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