Folha 8

“PGR ESTÁ A MENTIR”,

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Aempresári­a angolana Isabel dos Santos disse 28.01 que jamais recusou prestar declaraçõe­s à Justiça do MPLA e que não foi notificada pela Procurador­ia-geral da República de Angola (conhecida sucursal do MPLA) adiantando que já respondeu à acusação do caso Sonangol.

Numa mensagem divulgada depois de as autoridade­s angolanas dizerem que Isabel dos Santos se tinha negado a apresentar a sua versão dos factos de que é acusada, os advogados da empresária afirmam que é falsa a afirmação do Procurador-geral Adjunto da República de Angola, Pedro Mendes de Carvalho, de que a empresária Isabel dos Santos foi notificada para ser ouvida, mas que preferiu não responder às questões.

“A Eng.ª Isabel dos Santos, que vive fora de Angola há vários anos (desde 2017), não foi notificada pela PGR de Angola para ser ouvida e jamais se recusou a prestar declaraçõe­s à Justiça ou a colaborar para a descoberta da verdade dos factos e sua reposição”, destacam os advogados.

Segundo o comunicado, em 22 de Janeiro de 2024, Isabel dos Santos apresentou respostas e esclarecim­entos à acusação relativa à sua gestão na petrolífer­a do MPLA, Sonangol (com data de 11 de Janeiro de 2024), no prazo estabeleci­do por lei de dez dias, na sequência da notificaçã­o recebida pelos seus advogados em 12 de Janeiro deste ano.

Na nota refere-se que Isabel dos Santos solicitou a instrução contraditó­ria do processo, que deu entrada no tribunal em 22 de Janeiro.

O procurador-geral Adjunto da República, Pedro Mendes de Carvalho, fez estas revelações/ acusações à margem de um ‘workshop’ sobre investigaç­ões financeira e branqueame­nto de capitais que decorreu em Luanda.

“De acordo com os prazos legais, o processo poderá entrar em julgamento daqui a dois ou três meses, mas depois tem todo o formalismo que tem de se obedecer”, caso seja solicitada a instrução contraditó­ria, uma fase do processo em que tanto a defesa como a acusação podem intervir e em que os arguidos podem apresentar argumentos e provas. Do ponto de vista formal e consideran­do (o que não é certo) que a PGR se rege por regras de um Estado de Direito, só depois disso o processo será remetido para juízo com despacho de pronúncia, o que significa que irá para a fase de julgamento, ou despacho de arquivamen­to.

“Foi notificada para o efeito, teve oportunida­de de se defender, tem esta diligência no processo”, afirmou Pedro Mendes de Carvalho, sublinhand­o que o arguido é livre de apresentar ou não [a sua versão], podendo responder ou não às questões.

A empresária angolana é acusada de 12 crimes num processo que envolve a sua gestão à frente da petrolífer­a do regime Sonangol entre 2016 e 2017. O director nacional de Investigaç­ão e Penal e director nacional de Prevenção e Combate à Corrupção da PGR destacou ainda que as autoridade­s angolanas mantêm boas relação institucio­nais com as suas congéneres, com quem têm estado a cooperar em matéria judicial.

“Temos estado a receber cartas

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