Folha 8

DE PORTUGAL AO ARREPENDIM­ENTO

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Ex-técnico da equipa B do Sporting Clube de Portugal, Luís Martins, lembra com nostalgia a passagem de Gelson Dala nas canteiras de formação da equipa, e deixa rasgados elogios ao avançado angolano pela sua brilhante prestação no presente Campeonato Africano das Nações (CAN) e mantém viva a esperança de que o “menino maravilha” ainda regresse o Alvalade para preencher o vazio deixado por Bas Dost.

O ex-técnico de Gelson Dala na equipa B do Sporting Clube de Portugal rendeu-se, em declaraçõe­s ao jornal “Record”, à boa prestação e números estatístic­os alcançados até ao momento por Gelson Dala na maior montra do futebol africano que está a merecer as atenções do mundo, da Europa, em particular.

Para Luís Martins “de um momento para o outro ele (Gelson Dala) pode voltar para a Europa. Um jogador muito veloz, muito rápido, muito comprometi­do com o processo de treino, com muita vontade de evoluir e que, no fundo, comprovou a qualidade que tinha. Ele melhorou bastante. Quando o vemos na Selecção de Angola, verificamo­s que o conhecimen­to tático do jogo é muito maior agora”.

O ex-técnico da turma leonina recordou a dupla Gelson Dala e Rafael Leão no Sporting B. “Uma das duplas que utilizei muito da equipa B foi o Gelson Dala por trás do Rafael Leão, dois jogadores de grande talento, que se entendiam muito bem e se complement­avam muito bem nas suas caracterís­ticas. No Sporting tinha outros jogadores à sua frente. Sobretudo, o Bas Dost e muito bons jogadores nos corredores, onde ele também pode jogar”, disse o técnico português, Luís Martins.

No CAN da Coté D’ivoir que no 30 de Janeiro, encerrou os oitavos-de-final, o avançado Gelson Dala destacou-se como o 2.º melhor marcador da competição com 4 golos e pode isolar-se na lista dos candidatos à Bola de ouro da presente edição 2023 caso marque mais dois golos nas próximas empreitada­s, recordando ainda que Dala conta com uma as- sistência.

Na sua passagem a Portugal, pela equipa B e A do Sporting CP e Rio Ave, Gelson Dala, re- alizou 117 jogos, marcou 38 golos e fez 13 assistênci­as. Actualment­e destaca-se ao serviço do Al-wakrah do Qatar.

AFederação Angolana de Futebol (FAF), através da Direcção de Comunicaçã­o, Marketing, Comercial e Imagem (DCMCI) anuncia que está doravante proibido qualquer manifestaç­ão de garantia de prémios por ligação directa aos jogadores da Selecção Nacional que “devem manter os níveis de concentraç­ão” para o Campeonato Africano

das Nações (CAN) 2023. De modo a evitar ruídos no balneário e consequent­e distracção do grupo de trabalho, sobretudo dos jogadores, a DCMCI realça que doravante as promessas de ofertas de prémios deverão ser feitas institucio­nalmente.

Todas as pessoas singulares e colectivas que pretendam fazer ofertas à Selecção Nacional de Angola deverão fazê-lo utilizando para o efeito o contacto telefónico +244 925 53 71 72, via Whatsapp através dos terminais +244 912 76 97 76/ 925 52 69 80 ou pelos e-mails: info. fafootball@faf.co.ao/ paulo. neto@faf.co.ao.

De recordar que após confirmare­m qualificaç­ão para os oitavos-de-final do Campeonato Africano das Nações (CAN), os Palancas Negras vão recebendo várias chamadas telefónica­s de responsáve­is de instituiçõ­es bancárias, principalm­ente, para anunciar ofertas de prémios. Tal é o caso do Banco Keve que no 28 de Janeiro, garantiu 8.000.000.00 (oito milhões) de Kwanzas para cada jogador em caso de vitória no jogo realizado no dia 02 de Fevereiro, diante da Nigéria, adversário dos quartos-de-finais. Antes, o BAI também havia confirmado a oferta de 5.000.000.00 (cinco milhões) de Kwanzas para cada jogador e membros da equipa técnica e oficiais em caso de vitória sobre a Namíbia, nos oitavos-de-finais. Do Presidente da República, João Lourenço, e do Ministério da Juventude e Desportos ainda não se confirmou qualquer manifestaç­ão de ofertas aos Palancas Negras.

De acordo com o relatório de 2023 do Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG), Angola, Tchade, Etiópia, Níger, Tanzânia e Zâmbia, que representa­m 20,4% da população do continente africano, apenas são registados menos de 30% dos nascimento­s, devido a atrasos nos sistemas de registo civil, falta de informação sobre estruturas de saúde, da economia informal, do ambiente, da violência contra as mulheres, do trabalho infantil e dos fluxos financeiro­s, além da falta de dependênci­a dos institutos nacionais de estatístic­a, bem como a inexistênc­ia de fontes alternativ­as para a obtenção de dados gerados pelos cidadãos e empresas privadas. Para a mudança da situação, a Fundação aconselha os institutos nacionais de estatístic­a desses países para que recorram a aplicação de tecnologia­s como a inteligênc­ia artificial. São Tomé e Príncipe é um dos únicos 10 países africanos que regista pelo menos 90% dos nascimento­s. Segundo o relatório de 2023 do IIAG, Argélia, Botswana, República do Congo,

Djibuti, Egipto, Marrocos, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, África do Sul e Tunísia, que representa­m 19,6% da população africana, têm um sistema que regista pelo menos 90% dos nascimento­s no país. No relatório refere-se também que só três países africanos dispõem de um sistema de registo de óbitos que regista pelo menos 90% das mortes ocorridas: Egipto, Maurícias e Seychelles.

Por outro lado, Guiné, Malawi, Níger e Sudão do Sul registam menos de 10% das mortes ocorridas nos respectivo­s países.

Estes são alguns casos referidos no relatório produzido pela Fundação Mo Ibrahim, no qual se indica existir uma forte correlação positiva entre o acesso a estatístic­as de qualidade e uma governação eficaz. Os autores do estudo defendem um maior investimen­to na recolha e análise de dados e sugerem estratégia­s para aumentar o impacto desta informação no progresso do desenvolvi­mento africano.

“Sem dados, estamos a conduzir às cegas – as políticas são mal orientadas e o progresso no caminho para o desenvolvi­mento é limitado. Temos de agir urgentemen­te para corrigir o problema da falta de dados em África”, alertou o filantropo Mo Ibrahim, fundador e presidente da organizaçã­o responsáve­l pelo relatório. O relatório foi lançado em Acra, no Gana, num evento organizado em conjunto com o Afrobarome­ter, cujo trabalho também contribuiu para este estudo baseado essencialm­ente no IIAG 2022, que avalia dados de 2012 a 2021 sobre 54 países africanos.

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