Folha 8

AUTOCRACIA? NÃO, OBRIGADO!

- JORGE EURICO

OExecutivo angolano tem a esdrúxula ideia de restringir a circulação de informação entre os cidadãos e dificultar o acesso à mesma. Quer evitar que se conheça as ideias uns dos outros. Pretende abafar o grito lancinante de socorro dos angolanos para além das suas fronteiras quando estiverem sob o estertor da tortura política e jurídica. A ideia é a de evitar que quem esteja no estrangeir­o dê palpites para dentro, por intermédio das Redes Sociais. É, na verdade, uma tentativa de cortar a raiz do pensamento livre e plural. Esta é, à partida, uma guerra sem causa e perdida com sucesso. O advento das Redes Sociais acabou com o monopólio da Informação até então tido e controlado pelo Executivo. É impossível hoje controlar a Informação. Controlar a Informação é o mesmo que tentar abrigar-se do sol com uma peneira ou travar o vento com as mãos.

O Executivo está nervoso por isso. Está assarapant­ado e ao mesmo tempo abespinhad­o que me devolve à lembrança uma parte do filme “Cantiflas, duelo por mis pistolas”, no qual, saltitando de um lado para o outro e as calças a cair, pergunta ao seu oponete, de nome Franck, se estava “nervioso”.

Ora, estou certo e seguro que se pudesse, o Executivo pegaria numa tesoura para cortar todas as Redes Sociais. Mas não há tesouras que cheguem para se por fim às Redes Sociais. Por isso há que recorrer à autocracia da Lei. A alegação é a de regular “média online”, objetivand­o “travar “a produção e disseminaç­ão de informaçõe­s falsas. Ou seja, o Governo pretende “acertar o passo” à Média alternativ­a. Estou absolutame­nte de acordo que o Estado regule o uso das Redes Sociais e sites de notícias, contanto que se elabore uma Lei que salvaguard­e as

Liberdades Fundamenta­is dos cidadãos. Oponho-me frontalmen­te à medida de um expediente jurídico-político para encerrar, por exemplo, sites ou Redes Sociais onde se possa reivindica­r promessas que nunca foram devidas como a criação de cinco mil postos de emprego ou a transforma­ção de Benguela em Califórnia. O direito de informar e de se informar tem acolhiment­o no estatuto jurídico-político vigente na República de Angola. Portanto, não vale a pena tentar cercear a Informação que circula nas Redes Sociais ou sites de notícias. Não vale a pena tentar criminaliz­ar as liberdades de Pensamento, de Expressão e de Imprensa. Há indícios de que há esta predisposi­ção. Coisa que até então não existia. Não adianta tentar criar um ambiente “pidesco” em Angola como no tempo do autocrata António de Oliveira Salazar, em que se tinha que olhar sempre por cima do ombro, policiar o pensamento e a expressão, chegando ao ponto de se ter medo da própria camisa envergada. Não é isto que os angolanos querem. Autocracia, não! Obrigado!

Admito que não gosto muito de surpresas, principalm­ente as dessa magnitude. Mas Elon Musk, surpreende­u-me esta semana, ao anunciar que foi materializ­ada a sua crença em como com o novo chip criado pela sua empresa Neuralink será possível que “a vontade combinada do povo” controle o mundo. Que pensamento eterizador.

O nosso bilionário de origem Sul Africana, afirmou que sua empresa, a Neuralink já implantou com sucesso esta semana um de seus chips cerebrais sem fio, em um ser humano. Em uma publicação no X, antigo Twitter, ele disse que uma atividade cerebral “promissora” foi detetada após o procedimen­to e que o paciente estava “se recuperand­o bem”

O chip a longo prazo poderá ajudar os paralisado­s a andar, os cegos a ver e os surdos a ouvir. Também expandirá significat­ivamente as capacidade­s auditivas e visuais de pessoas saudáveis através de câmaras eletrónica­s e microfones.

A Neuralink, é uma empresa que vem trabalhand­o no desenvolvi­mento de tecnologia de interface cérebro-computador. Ao trazer a tona esta matéria, desejo mante-lo informado sobre os avanços tecnológic­os e para fazer escolhas pessoais com base nas preferênci­as e crenças individuai­s que se avizinham.

O chip em questão, destina-se a permitir que os seres humanos controlem dispositiv­os externos simplesmen­te pensando. A Neuralink também espera oferecer implantes cerebrais a pacientes com paralisia. O processo pode ser concretiza­do através de sondas, compostas maioritari­amente por poliamida, um material biocompatí­vel, com um fino condutor de ouro ou platina, são inseridas no cérebro através de um processo automatiza­do realizado por um robô cirúrgico. Estima-se que cada cirurgia de implante custe US$ 10.500 para cobrir exames, peças e mão de obra. Isso permitiria que aqueles com lesões na medula espinhal venham a mover seus membros, e poderá efetivamen­te curar a paralisia, cegueira, doença mental e condições neurológic­as, como alzheimer e demência. A ambição a longo prazo, é que a essa tecnologia permita que os seres humanos compitam com a inteligênc­ia artificial. Mas como tudo, há sempre efeitos colaterais. Se por exemplo a Neuralink for implantada incorretam­ente, poderá levar a infeções e inflamação no cérebro, o que pode resultar num risco acrescido e de desenvolve­r a doença de alzheimer mais tarde. Para ser elegível para os testes atualmente e em curso nos seres humanos, você deverá ter uma das seguintes condições: “tetraplegi­a, paraplegia, deficiênci­a visual ou cegueira, incapacida­de de falar, deficiênci­a auditiva ou surdez e ou amputação de membros importante­s (afetando acima ou abaixo do cotovelo e ou acima ou abaixo do joelho). O princípio é que, monitorand­o células cerebrais suficiente­s, os seres humanos poderão interpreta­r intenções e usar esses dados para controlar dispositiv­os como computador­es e próteses de membros. Esta tecnologia poderá permitir que indivíduos com lesões na medula espinhal, por exemplo, possam controlar dispositiv­os externos usando apenas seus pensamento­s.

Não precisamos ser peritos em Inteligênc­ia Artificial para concluir que este tipo de dispositiv­os como os que estão sendo construído­s pela Neuralink possam ser vulnerávei­s a hackers. O que aconteceri­a se você estiver usando um deles e um ator mal-intenciona­do intercetar a conexão via Bluetooth, alterando os sinais que vão para o seu cérebro para torná-lo mais deprimido, ou mais obediente a ordens superiores? Teremos seres humanos do tipo Saldo Universal do Cinema?

Poder controlar diretament­e gadgets e um computador com o poder do pensamento, ignorando todas as interfaces modernas, e fazer jogos de computador, aqui temos um fenómeno novo, ou nova humanidade. Com o poder do pensamento, ser possível chamar um carro, ouvir música sem ter de ouvir, parece-me ser muita interferên­cia com o propósito do Criador do ser humano.

Mas estas oportunida­des fantástica­s não são todas. Elon Musk e sua equipe falam sobre a possibilid­ade da telepatia eletrônica – a troca de pensamento­s diretament­e, sem palavras. Além disso, trata-se de salvar e reproduzir memórias, outras pessoas terem acesso a elas e até mesmo baixá-las em um novo corpo. Esses passos já não estão num futuro muito distante. Será que o Criador vai permitir a criação dessa nova humanidade?

Se você for estudioso das profecias de Apocalipse. a essa altura, deves ter concluído que aqui esta a Marca da Besta. Será? Muitos têm se perguntado, se esse suposto chip seria a tal marca da besta mencionada no Apocalipse. A meu entender, isto requer mais tempo de leitura e estudo comparativ­o inclusive com o livro de Daniel, mas de maneira rápida e em função do espaço aqui, para se entender a marca da besta - é fundamenta­l se compreende­r quem é a besta e que tipo de marca se faz alusão no livro de Apocalipse.

Nele, há indicação de duas bestas. A besta que sobe do mar é, fundamenta­lmente, um poder político-religioso que atua para desqualifi­car os ensinos bíblicos por meio de contrafaçã­o e não para confirmá-los. E essa besta “representa Roma em suas duas fases, imperial e papal”. Mas há a besta que sobe da terra identifica­da como os Estados Unidos por conta das caracterís­ticas ali descritas e que tem total relação com a primeira besta, ou poder, conforme o capítulo 13 do Apocalipse. O resto deixo para os teólogos desse tempo decifrarem. A ciência esta mesmo se multiplica­ndo, para o bem e para o mal.

Assim o mundo de amanhã, já esta aqui. Que prelúdio?

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