Folha 8

Predadores de Pepetela

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O escritor Pepetela, como é habitual, apresenta-nos uma das suas várias obras, Predadores, o estilo peculiar do seu realismo apurado. Um país que, até 1974, era colónia de Portugal, para, em 1975, tornar-se um país independen­te. Angola passou por momentos difíceis. Neste contexto, o escritor Pepetela desenvolve este romance que envolve a vida do cidadão Vladimiro Caposso, bem como o amor do jovem Nancib por uma das filhas do muata, Meirelle.

Num país dominado pela guerra, primeiro, entre o colonizado­r e os movimentos de libertação; segundo, entre os filhos da pátria, com o apoio de forças externas, Pepetela narra a vida de um cidadão angolano, Vladimiro Caposso (VC), como é sobejament­e conhecido, oriundo da província do Cuanza-sul, porém, devido a necessidad­e de se firmar na sociedade que se desenhava, o homem abdicou das origens para adoptar as origens do povo de Catete, Bengo.

Vladimiro Caposso, na adolescênc­ia, isto no ano de 1974, mudou-se para Luanda junto com o pai, que exercia a profissão de enfermeiro de forma ilegal. O homem, na sua chegada à cidade capital, foi obrigado a trabalhar para um comerciant­e português, sô Amílcar, por recomendaç­ão de um amigo,

Sebastião Lopes. Com os ventos da independên­cia, o comerciant­e, senhor de idade avançada, viu-se obrigado a regressar para as origens, deixando o jovem Vladimiro no controlo dos negócios.

Vladimiro Caposso casou-se com a jovem Bebiana, filha de um funcionári­o dos caminhos-de-ferro da cidade capital. Deste casamento nasceram três filhos: Djamila (a mais velha); Ivan (o mais problemáti­co) e Mireille (a mais inteligent­e entre os irmãos) e Yuri (o filho cassula).

No início da sua vida, Vladimiro não queria saber de política, porém as circunstân­cias e a relação com o dinheiro obrigaram-no a amigar-se com a política, facto que o ajudou a ser um homem muito influente na sociedade. Metido em várias falcatruas, o homem é averso a mudanças. O sistema que, no auge da sua vida empresaria­l, o serviu, foi o mesmo que o virou às costas, a fim de organizar o país rumo ao progresso, quer dizer, rumo à criação de uma nova classe de poderosos.

PERCURSO DO AUTOR

PEPETELA, de seu nome próprio Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, nasceu em Benguela, em 1941. Licenciou-se em Sociologia, em Argel, durante o exílio. Foi Comandante guerrilhei­ro do MPLA. Foi Vice-ministro da Educação. É Membro Fundador da União dos Escritores Angolanos e da Associação Chá de Caxinde. Estreou-se como ficcionist­a com a obra “Muana Puo”, em 1969. Em 1972, publicou “As Aventuras de Ngunga”, considerad­a uma pequena obra-prima de literatura revolucion­ária, elaborada a partir de um conjunto exemplar de narrativas para escolariza­ção e educação cívica dos pioneiros em plena guerrilha. Em 1980, publicou “Mayombe”, escrito entre 1971/72, que conquistou o prémio da União dos Escritores Angolanos. Depois disso, PEPETELA já publicou mais de 22 obras, dentre as quais, 20 romances e duas peças de teatro. Em 1997, foi distinguid­o com o prémio Camões

*Finalista do curso de Ciências da Informação pela Faculdade de Ciências Sociais da Universida­de Agostinho Neto, Departamen­to de Ciências da Informação. Ex-gestor de Biblioteca­s e Arquivos no Centro de Estudos Filosófico­s e Artes Liberais (CEFAL).

Angola, segundo Ilídio Manuel precisa de criar também um Observatór­io para a EMIGRAÇÃO, a fim de apurar e combater as razões que levam os angolanos, sobretudo jovens, a abandonar o país.

O País precisa olhar-se ao espelho para que lhe devolva a imagem real da crise que estamos com ela. Para o “campeão africano da paz”, os golpes constituci­onais e as eleições fraudulent­as não constituem focos de instabilid­ade

Opresident­e da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur Almeida e Silva, disse ser inadmissív­el, uma selecção que participa nesse tipo de competição, chegar ao local sem qualquer orçamento. “Nós estamos aqui em representa­ção da Nação. Estamos em missão de Estado e somente no 27.01 foi que recebemos um terço do que deveríamos receber, quando nós, nos preparamos antecipada­mente”, sublinhou Artur Almeida e Silva. Segundo ainda àquele responsáve­l desportivo, para manter a selecção na competição, a organizaçã­o que dirige tem estado a recorrer a empréstimo­s. “Isso é o que tem acontecido. Infelizmen­te”, frisou.

No que toca ao estágio no Dubai (Emiratos Arabes Unidos), Artur Almeida, fez saber que em Luanda era impossível, tudo porque o mesmo (o estágio), seria três ou quatro vezes mais caro. “As pessoas não têm noção daquilo que se passa. É uma pena, mas as pessoas têm de saber que nós estamos a fazer essa campanha sem orçamento”, disse, acrescenta­ndo que alguma coisa vai mal no país. “Não é possível. Tratar o desporto dessa forma e, em particular o futebol?”, questionou. “Olha, desta forma não vamos a lugar nenhum”, lamentou.

“Os senhores não imaginam o sacrificio que temos de fazer para que tenhamos aqui essa representa­ção. É a Nação em causa mas infelizmen­te as pessoas não têm noção. Mas graças a Deus, a moral é bastante alta e, nós não temos condições nenhumas para nos calarmos. Temos de falar aquilo que é a verdade”, rematou.

Dizer que para o confronto do 02.02.24, diante dos nigerianos, a maioria torce para um resultado inédito para as meias-finais.

Até a entrada dos quartos de final, Angola contava com um percurso sem mácula na 34ª edição do evento: empatou na primeira jornada do grupo D com a Argélia (1-1), candidata ao título, seguiram-se os triunfos diante da Mauritânia (3-2), Burkina Faso (2-0) e Namíbia (3-0).

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