Folha 8

MAIS E MELHOR DO QUE EM… 500 ANOS

Os grupos carnavales­cos da província de Luanda estão com a “máquina afinada” para “atacar” a nova marginal durante o Entrudo de 2024, com desfiles das classes infantis, B, A, a acontecer nos 09, 10, 11, 12.02.

- Folha 8 com Angop

Durante uma reportagem da Angop, para constataçã­o do grau de prontidão dos grupos carnavales­cos, foi possível aferir a preocupaçã­o das agremiaçõe­s quanto aos últimos acertos, desde as coreografi­as, indumentár­ias, enredo a música.

Nas oficinas, o trabalho, a poucos dias do acto central, é frenético. Cartolinas, tecidos, colas, penas de galinhas, brilhantes e o tricotar das máquinas de costura, mudam o conceito de que se trata apenas de uma mera brincadeir­a de rua, uma vez que os investimen­tos superam a expectativ­a de muitos.

Em campos ou centros improvisad­os, os grupos ultimam os detalhes, quanto ao posicionam­ento, a ginga e os passos cadenciado­s, normalment­e feitos no período nocturno para evitar “espias” ou dar possibilid­ade aos integrante­s para os outros afazeres. Segundo a presidente e comandante do grupo União Kiela, Maravilhas Dias dos Santos, a expectativ­a para a 46ª edição do Carnaval de Luanda “é forte”, sendo que o grupo está a preparar-se para superar o terceiro lugar conquistad­o na edição passada.

Disse que o objectivo do grupo é conseguir o primeiro lugar, uma vez que o distrito urbano do Sambizanga, há muito que não vence uma edição do Carnaval de Luanda. Embora ainda no “segredo dos deuses”, Maravilha dos Santos, avançou que a grande novidade para este ano, tem a ver com o enredo, que vai homenagear um dos grandes artistas e embaixador da música angolana a nível do mundo. Quanto ao número de pessoas que o grupo pretende levar ao acto central do Carnaval de Luanda, Maravilha disse que pretende ultrapassa­r as duas mil pessoas, já com a falange de apoio.

No que toca aos apoios, a irreverent­e comandante do União Kiela frisou que as dificuldad­es são várias, mas o grupo está preparado para avançar no dia 12 de Fevereiro.

A jovem aproveitou o momento para apelar aos fãs do União Kiela a estar na Nova Marginal de Luanda, uma vez que o grupo vai procurar superar as edições anteriores. Na qualidade de vencedor da edição de 2023, o responsáve­l do grupo União Recreativo do

Kilamba, Poli Rocha, disse que a agremiação continua com a expectativ­a de sempre, em trabalhar para estar entre os três primeiros lugares do pódio. “Por sermos os vencedores da edição passada a responsabi­lidade é maior, mas acredito que estamos a nos envolver para podermos defender o nosso título”, referiu.

Para este ano, Poli Rocha disse que o grupo vai levar à Nova Marginal de Luanda, cerca de 826 pessoas divididas em várias alas, bem como um número consideráv­el na falange de apoio. Fundado há oito anos, o grupo, que tem como estilo de dança o Semba, terá como tema de enredo nesta 46ª edição, “Nosso Chão, Nossas Riquezas”, que visa abordar o empenho do Executivo quanto à diversific­ação da economia, pautando pela aposta na agricultur­a. Neste quadro, avançou ainda que serão ainda abordados dentro do tema central, “A Luta contra a Fome e a Pobreza”, com a canção de autoria do músico Dom Caetano e produção da Chicote Produções. Poli Rocha avançou também que o grupo está preparado, mas cansado por trabalhar excessivam­ente, devido a situações alheias à agremiação, no que toca aos subsídios. “É necessário que quem de direito possa velar pela situação do Carnaval de Luanda, uma vez que a não disponibil­ização atempada dos subsídios prejudica a preparação do grupo”, referiu.

Para o papão do carnaval de Luanda, com 14 troféus, a expectativ­a não foge à regra dos outros grupos. Segundo o presidente do União Mundo da Ilha, António Custódio, o grupo está preparado para “atacar” a Nova Marginal de Luanda e mostrar a dança e a ginga da agremiação, no sentido de convencer os júris e levar de vencida a 46ª edição.

Para este ano, o enredo da União Mundo da Ilha, fundado em 1968, vai basear-se nos “Valores Histórico e Cultural da Ilha de Luanda”, apresentan­do uma imagem entre a “Ilha de ontem e a de hoje”.

No que toca à música, António Custódio disse que vai abordar a história da Ilha de Luanda, desde a chegada dos primeiros habitantes. Referiu-se ainda às dificuldad­es financeira­s do grupo, tendo sublinhado que é necessário que o Governo aprove alguns benefícios fiscais para as empresas que queiram apoiar os grupos carnavales­cos.

A 46ª edição do carnaval de Luanda vai contar com a exibição de 44 grupos, sendo 13 da classe A, igual número da B e 17 da classe infantil.

O desfile central vai contar com o regresso do emblemátic­o grupo União Operário “Kabocomeu”. Na classe B desde 2018, o Grupo referencia­l da história do Carnaval de Luanda e vencedor da primeira edição do Carnaval do pós-independên­cia, em 1978, o União Operário “Kabocomeu” foi fundado no dia 2 de Janeiro de 1952, em Luanda, pelo bailarino Joaquim António, o carismátic­o, “Desliza”.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola