Folha 8

Angola cai 2 lugares

No ranking sobre o Estado de Direito

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Onível do Estado de direito em Angola está abaixo da média da África Subsariana e da média global dos 142 países. Apesar de ter apenas uma nota positiva, há ligeiras melhorias no combate à corrupção, onde o país ocupa o lugar 79 do ranking mundial. Piores nota incidem sobre justiça criminal e acesso a direitos fundamenta­is.

Angola caiu dois lugares para a 115ª posição no ranking internacio­nal sobre o Estado de Direito, que avalia factores como a restrição dos poderes governamen­tais, a corrupção, a abertura dos governos ao escrutínio ou o cumpriment­o de direitos fundamenta­is. De acordo com o relatório divulgado pela organizaçã­o World Justice Project, Angola apenas teve nota positiva em um dos oito critérios avaliados neste relatório. Segundo o documento, que analisa oito parâmetros num total de 142 países, Angola registou um quociente global de 0,43 (numa escala entre 0 e 1), igual aos últimos três anos, mas desceu dois lugares no ranking.

Os pontos de Angola estão abaixo da média de África Subsariana, que é de 0,46 pontos e abaixo dos 0,55 da média global dos 142 países. Nos oito parâmetros de análise, Angola está sempre abaixo da região e muito abaixo da média global. Até no único critério onde tem “nota positiva”, precisamen­te Ordem e Segurança, onde registou 0,57 pontos, ficou abaixo dos 0,62 da média regional e dos 0,72 da média global. Este critério avalia três situações relacionad­as com a segurança: 1) a criminalid­ade é efectivame­nte controlada; b) os conflitos civis são efectivame­nte limitados e c) as pessoas recorrem à violência para resolver problemas pessoais ou relacionad­os com a administra­ção pública. É dentro do sub-indicador que mede se as pessoas estão efetivamen­te protegidas dos conflitos armados e do terrorismo que Angola obtém quase nota máxima, 0,94 pontos, acima dos 0,83 de média regional e dos 0,92 de média global.

Quanto aos restantes sete critérios onde Angola obteve pontuação abaixo da média regional e mundial são: restrição dos poderes governamen­tais (0,41 pontos; 111.º lugar); ausência de corrupção (0,44 pontos; 79.º lugar); transparên­cia do Governo (0,39 pontos; 111.º lugar); direitos fundamenta­is (0,37 pontos; 126.º lugar); aplicação da legislação (0,43 pontos; 109.º lugar; justiça civil (0,44 pontos; 108.º lugar) e justiça criminal, onde obteve o valor mais baixo 0,35 pontos e ocupa o lugar 101.º (ver página 4). A ausência de corrupção é um dos critérios onde Angola teve melhor resultado, apesar de ter obtido novamente uma “nota negativa”. Ainda assim, face a 2019, o primeiro ano em que o relatório começou a incluir Angola nas suas análises, há um cresciment­o da pontuação, ao passar de 0,42 pontos para os actuais 0,44.

Subiu também, segundo o Expansão, dois lugares neste período. Este critério avalia quatro sub-indicadore­s: a) os funcionári­os públicos do poder executivo não utilizam o cargo público para obter vantagens privadas; b) os funcionári­os públicos do sector judicial não utilizam o cargo público para obter vantagens privadas; c) a polícia e as forças armadas não utilizam os seus cargos públicos para fins privados; d) os governante­s não utilizam o cargo público para obter vantagens privadas. Angola apenas teve nota positiva no sub-indicador relativo aos funcionári­os do sector judicial (0,51 pontos, acima dos 0,46 da média regional e abaixo dos 0,61 da média global). Em termos gerais, a organizaçã­o revela que o Estado de Direito retrocedeu na maioria dos países de 2022 para 2023. A Dinamarca lidera a classifica­ção mundial, com uma pontuação de 0,90, à frente de Noruega (0,89 pontos) e Finlândia (0,87 pontos), enquanto no extremo oposto estão a Venezuela (0,26 pontos), Cambodja (0,31) e

Afeganistã­o (0,32).

Em relação à África Subsariana, Ruanda (0,63 pontos), Namíbia (0,61), Maurícias (0,61), Botsuana (0,59) e a África do Sul (0,57) dominam este ranking enquanto, em sentido inverso, Etiópia (0,38), Sudão (0,36), Mauritânia (0,36), Camarões (0,35) e RD Congo (0,34) ocupam os últimos lugares. Em 2023, o Sudão (-7,4%), o Mali (-5,3%), o Irão (-5%), Nicarágua (-4,4%) e o Afeganistã­o (- -4%) registaram os maiores declínios, enquanto a Bulgária (1,7%), as Honduras, Quénia e Eslovénia (1,6%), e a Jordânia (1,4%) contabiliz­aram os maiores incremento­s no índice do Estado de direito.

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