Macky Sall garante que o seu mandato presidencial terminará em Abril
Na sequência dos clamores internos e das preocupações manifestadas pela comunidade internacional, o Presidente do Senegal, Macky Sall clarificou que não iria procurar ultrapassar o termo do seu mandato.
Numa intervenção muito esperada pelos senegaleses, Macky Sall descartou numa conferência de imprensa dada aos meios de comunicação social senegaleses, a possibilidade de vir a extrapolar o seu mandato presidencial.
Durante a entrevista, o presidente senegalês não fixou uma data oficial para as presidenciais, que haviam sido adiadas por si, garantiu que o seu mandato terminaria a 02 de Abril, como previsto, embora tenha indicado que seria pouco provável que o nome do seu sucessor venha a ser conhecido antes dessa data. “Disseram que eu pretendia manter-me à cabeça do país e digo aqui clara e nitidamente que, a 02 de Abril, termina a minha missão na liderança do Senegal. E conto após o dia 02 de Abril, deixar a função de presidente da República. Agora, é claro que o país não pode ficar sem Presidente da República. O diálogo que vem deverá certamente decidir e propor se um consenso pode ser obtido sobre as etapas seguintes, ouvirei o que o diálogo dirá e, após o diálogo, certamente o Conselho Constitucional poderá também ser levado a clarificar a sua posição. Quanto a mim, mais uma vez, nunca esteve em questão ultrapassar o termo do meu mandato constitucional. E penso que daqui há dois dias no máximo, o que calha no dia 26, deveremos entre até 27.02, terminar, até porque não há na realidade, tantos assuntos assim a tratar… tal data para as eleições e, sobre o que terá de ser feito, depois de 02 de Abril.“
Por outro lado, afim de permitir um clima de eleições “pacíficas”, o Presidente Macky Sall diz-se igualmente “pronto” a libertar a principal figura da oposição, Ousmane Sonko, encarcerado desde fins de Julho de 2023 e, que deverá ser convidado, tal como outros políticos que tinham sido excluídos pelo Conselho Constitucional, a participar desse diálogo previsto pela Presidência. “Caso haja consenso, publicarei de imediato um decreto para fixar a data (das eleições)”, lançou ainda Macky Sall, acrescentando que, de contrário, remeteria a questão ao Conselho Constitucional. Soube-se entretanto a meio do dia 23.02, através de um despacho da AFP, que a grande maioria dos candidatos presidenciais qualificados no Senegal,
bem como um importante grupo de cidadãos, rejeitaram o diálogo proposto pelo chefe de Estado, visando definir a data das eleições e, tentar uma saída da profunda crise que se instalou. “Opomo-nos a qualquer diálogo sobre esta questão e exigimos que seja fixada uma data antes de 02 de Abril”, disse à imprensa, Boubacar Camara, membro de um grupo de 16 candidatos, que deverá ser o primeiro a ser recebido pelo Presidente Macky Sall no 26.02.