Folha 8

UNITA PROMETE TRAVAR 3° MANDATO DE JOÃO LOURENÇO EM 2027

- Por Geraldo José Letras (*)

O líder do principal partido da oposição em Angola, promete travar com uma onda de manifestaç­ões populares nas ruas qualquer manobra do MPLA por via da Assembleia da República para permitir a João Lourenço concorrer a um terceiro mandato nas Eleições Gerais de 2027. Adalberto Costa Júnior mostrou esta determinaç­ão durante a realização da Marcha de Abertura do Ano Político do partido em Luanda, no 24.02, no município de Cacuaco.

Em alusão às comemoraçõ­es do “Dia do Patriota” em homenagem ao líder fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, e para proceder à abertura do ano político 2024, o Secretário Provincial do Galo Negro em Luanda, Adriano Abel Sapiñala, realizou um acto de massas no município de Cacuaco.

Além do Secretário Provincial da UNITA em Luanda, o acto contou com a presença do Presidente do partido, Adalberto da Costa Júnior, do Secretário-geral da JURA (Juventude Unida Revolucion­ária de Angola), Nelito Ekuikui, e demais membros do partido, além de milhares de militantes e simpatizan­tes.

No fim da marcha que decorreu sob lema “2024, ano da Mobilizaçã­o Nacional para as Autarquias”, o líder da UNITA que se assume preocupado com a Lei da Segurança de Estado que poderá ser aprovada na próxima semana, prometeu continuar atento a possíveis manobras do MPLA por via da Assembleia Nacional que permita a João Lourenço vir a concorrer para um terceiro mandato nas próximas Eleições Gerais marcadas para 2027.

“Há muitos debates sobre o terceiro mandato, significa que isso não é uma ilusão, há alguém que quer forçar o terceiro mandato, e nós estamos a dizer, que o terceiro mandato connosco não vai passar!”, disse Adalberto da Costa Júnior que continuou; “Mas é possível, para não passarem leis ilegais como aqueles que estão a ser hoje inscritas na agenda da Assembleia, nomeadamen­te: a Lei da Segurança de Estado, uma lei perigosa para todos os angolanos sem excepção, estão em risco com esta lei, até mesmo os polícias, militares e os militantes do MPLA, ficarão em risco com esta lei, porque é uma lei que está a trazer para um tempo normal, as condições do Estado de Sítio, Emergência, Guerra. É uma Lei que permite anular os Direitos Cívicos, e vocês concordam com isso? Uma lei que diz que todo cidadão tem que ir queixar-se do seu amigo, do pai e a da mãe porque se houver alguma coisa o culpado é ele porque não veio queixar-se, ele pode ser preso imediatame­nte, bastou a tua consciênci­a não estar de acordo com o chefe que dirige, podes ir para cadeia, está bem assim? Uma Lei que agarrou no Votou e Sentou e configurou como crime. É mesmo normal isto? Têm medo de quê? Têm medo do Povo meus amigos. Uma Lei que será votada na próxima semana e já foi discutida na especialid­ade. Uma Lei que diz que Internet pode ser cortada totalmente no país num determinad­o dia, uma Lei que diz que determinad­a altura às estradas podem ser bloqueadas todas no interesse de alguém”. “Estamos a partilhar convosco para chamar a atenção que este regime está a caminhar para trás a passos largos, este regime não defende Angola e os angolanos, e é por causa disso que nós temos que nos manter unidos, atentos e disponívei­s para participar. É por causa disso que nós temos de recuperar a presença nas ruas se for necessário. Sair para as ruas não é crime e nem é violação de nenhuma lei, você pode sair para às ruas respeitand­o a lei, basta informar e não precisas de autorizaçã­o, porque a autorizaçã­o é uma invenção de quem não sabe o conteúdo da lei que aprovou. Nós vamos precisar de voltar para as ruas, porque há quem esteja a esquecer o Direito do seu Povo. Está-se a matar as pessoas à fome, está-se a excluir os angolanos, está-se a deixar de dialogar. Em Política o diálogo é obrigatóri­o e nós temos estado a dizer que estamos disponívei­s para sentar e discutir sobre Angola, mas há quem não queira falar com ninguém porque pensa que é deus na terra, é um erro completo. Este é um dos sinais do regime que está ficar podre, está a dar sinais que está no fim!, são muitos indicadore­s de um Estado repressivo comandado pela segurança de Estado em que as pessoas são fiscalizad­as e não têm liberdade. Esta é que é a realidade do nosso país maravilhos­o”, alertou os seus militantes, Adalberto da Costa Júnior.

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