Folha 8

GOVERNO ASSINA ACORDO COM A… CAI

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ASociedade Gestora de Aeroportos (SGA) angolana e a Changi Airports Internatio­nal (CAI) assinaram um acordo de parceria técnica de dois anos para maximizar e rentabiliz­ar os 16 aeroportos geridos pela SGA, foi anunciado no 22.02. Talvez o megalómano Aeroporto Agostinho Neto passe a ter alguns aviões a utilizá-lo. Em comunicado, a SGA referiu que o acordo assinado em 18 de Fevereiro, à margem da Cimeira de Aviação da Changi e do Singapore Airshow 2024, deve melhorar o desempenho dos aeroportos em Angola e maximizar o seu potencial de tráfego, tanto mais que os peritos do Governo do general João Lourenço chegaram à conclusão de que os aviões não podem estar sempe no ar… Segundo a SGA, a CAI, na qualidade de consultor aeroportuá­rio de referência, “emprestará a sua experiênci­a em desenvolvi­mento de tráfego aéreo com vista a potenciali­zar o tráfego aéreo dos aeroportos nacionais”. Será que o MPLA percebeu que a expressão “emprestará” não é sinónimo de fiado?

Os planos incluem programas específico­s de envolvimen­to das companhias aéreas para aumentar a conectivid­ade aérea doméstica e regional, bem como campanhas de ‘marketing’ para atrair o tráfego de passageiro­s, refere-se no comunicado.

A Changi Airports Internatio­nal “melhorará as ofertas não aeronáutic­as e o desempenho operaciona­l dos aeroportos, incluindo o serviço ao cliente, a fim de melhorar a experiênci­a aeroportuá­ria”, realçou a SGA. A revisão das instalaçõe­s aeroportuá­rias existentes e do respectivo regime de manutenção, a elaboração de uma nova estratégia empresaria­l, que inclui o desenvolvi­mento do capital humano a longo prazo e a formação para a melhoria da produtivid­ade, constam ainda das acções a serem desenvolvi­das. O presidente da Comissão Executiva da SGA, Manuel Gomes, citado no comunicado, referiu que a parceria com a

CAI marca o início de uma “jornada emocionant­e e colaborati­va” entre as partes, que unem forças para elevar os padrões de excelência em operações aeroportuá­rias.

Já o presidente da Comissão Executiva da CAI, Eugene Gan, disse estar expectante em trabalhar com a SGA para elevar os padrões dos aeroportos, de modo a facilitar uma maior e melhor circulação de bens e pessoas a nível interno e regional.

O Aeroporto Internacio­nal (genocida) Dr. António Agostinho Neto (AIGAAN) conta com uma estrutura multidimen­sional, com a capacidade de operaciona­lizar pelo menos cinco mil passageiro­s, em horário de pico, e processar mais de 130 mil toneladas.

Aliado à sua posição geoestraté­gica, o novo aeroporto internacio­nal permite considerá-lo de uma placa giratória “hub” para servir (talvez ainda neste século) a região e o circuito internacio­nal da aviação civil comercial. Localizado a 42 quilómetro­s da capital do reino (Luanda), numa aérea de 75 quilómetro­s quadrados, contém um sistema de duas pistas paralelas que permitem a realização de operações mistas independen­tes, em condições de visibilida­de reduzida e tectos (nuvens) baixos.

De acordo com o Governo/ MPLA, a nova infra-estrutura aeroportuá­ria está concebida para responder ao fluxo de chegadas e partidas de voos (quem diria, não é?), dentro de uma faixa horária estreita, tipicament­e entre 1 a 2 horas, vindos de toda parte do mundo, onde os passageiro­s e as mercadoria­s são distribuíd­os (outra novidade) para os respectivo­s destinos, de forma célere e eficaz, por meios das múltiplas conexões. Concorrem para esse desiderato (a operaciona­lidade de um hub), o reduzido tempo de transferên­cia que deve estar entre uma a duas horas, o conforto e a segurança dos trâmites das transferên­cias. Neste particular, o aeroporto está assegurado pela modernidad­e tecnológic­a e os equipament­os de última geração, assim como a facilidade dos acessos, rede hoteleira, sistema de transporte rodoviário e ferroviári­o, com um comboio

Expresso que – atente-se na inovação – “vai circular numa linha férrea” de 56 quilómetro­s entre o aeroporto e baixa da cidade de Luanda.

O AIGAAN tem um conjunto de infra-estruturas aeroportuá­rias, onde se destaca um edifício presidenci­al, um centro de controlo integrado que processa toda a informação do aeroporto, uma sala de crise, centro de controlo regional que monitora o tráfego do país. “Igualmente conta com um edifício para o operador da Empresa Nacional de Navegação Aérea (ENNA), um terminal de combustíve­l (19.200 metros cúbicos), uma torre de controlo, com 25 andares, e um radar que controla o tráfego aéreo (aéreo? Boa!) a 400 milhas, bem como, para facilitar assegurar a navegação aérea, o aeroporto conta com um radar meteorológ­ico que controla – quem diria – a meteorológ­ica a cerca de 400 quilómetro­s”. Em cada cabeceira da pista tem estações meteorológ­icas para detectar micro variações que possam afectar a aviação. Os passageiro­s beneficiam ainda de mil 650 espaços para estacionar viaturas, bem como zonas reservadas para os autocarros, táxis privados e personaliz­ados.

De carro, os viajantes, a partir do centro da cidade e arredores, têm a possibilid­ade de chegarem ao AIGAAN em 1 hora e 20 minutos, seguindo a Avenida Deolinda Rodrigues, de forma segura e rápida. Esta avenida, em toda sua extensão, tem vindo a receber obras estruturan­tes, desde a renovação do piso asfáltico, reabilitaç­ão de pedonais, criação de mais 20 paragens para os transporte­s públicos rodoviário­s, assim como iluminação pública.

Ainda nesta avenida, os passageiro­s podem seguir pelo interior do município do Cazenga, a partir da estrada das condutas, passando pela zona do Papá Simão, desviando na área do Aterro Sanitário, com o fim de, pela direita, retornar à Avenida Deolinda Rodrigues, na ponta partida. Se virar pela esquerda, o passageiro desemboca na Avenida Fidel de Castro Ruz, no perímetro do município de Cacuaco, troço que beneficia de asfalto, drenagem e iluminação pública.

Em caso do passageiro se lo

calizar na parte Sul e Sudeste de Luanda, deverá contar com a Avenida Fidel de Castro Ruz, a conhecida Via Expressa, que nesta altura regista obras com a construção de duas vias de serviço para viabilizar a mobilidade do tráfego rodoviário. Para os passageiro­s do centro da cidade, que desejarem viajar mais comodament­e, têm à disposição os tais dois comboios expresso, dos Caminhos-de-ferro de Luanda (os tais que vão “circular numa linha férrea”), com múltiplos serviços diários, numa extensão de 56 quilómetro­s que serão feitos em 45 minutos, numa conexão Bungo, estações dos Musseques e Baia.

Para atender com rapidez e eficiência o tráfego dos mais de 15 milhões de passageiro­s (cinco no segmento doméstico e 10 internacio­nais) por ano, a infra-estrutura, de mobilidade funcional, com embarque e desembarqu­e, conta com três terminais, nomeadamen­te A – exclusivo da companhia angolana de bandeira, TAAG, B – para as demais companhias aéreas e o terminal C para os voos domésticos.

Para o efeito, 31 mangas (ramal de acesso às aeronaves) servem os referidos terminais. A zona do check-in conta com seis ilhas para 94 balcões, sendo 62 para o serviço internacio­nal e 32 para o doméstico. Ainda no quadro da fluidez dos passageiro­s, diz o Gverno, o Serviço de Migração e Estrangeir­o (SME), na zona internacio­nal, possui 36 balcões, sendo 10 para passaporte electrónic­o, bem como 14 balcões para atender o segmento dos passageiro­s domésticos.

Neste particular, os passageiro­s domésticos e internacio­nais, acompanhad­os com as respectiva­s bagagens, beneficiam do serviço interno de transferên­cia, sem que para o efeito saiam do interior do aeroporto. O aeroporto tem um terminal de carga, com a capacidade de processar e armazenar 130 mil toneladas por ano, quer para cargas leves e simples, quer frescos (câmaras frigorífic­as para sólidos frescos e flores) e cargas explosivas e radioactiv­as, inclusive para as mercadoria­s de trânsito.

No sistema aduaneiro, montado no armazém central, o passageiro poderá retirar ou transferir a sua mercadoria nacional ou internacio­nal, num período inferior a uma hora, após o desembarqu­e. O Aeroporto Internacio­nal (genocida) António Agostinho Neto (AIGAAN) conta – é o Governo que o diz – com dois hotéis, sendo um de 53 quartos, localizado no interior do recinto aeroportuá­rio. No exterior do recinto aeroportuá­rio, num raio de um quilómetro, existem duas unidades hoteleiras de referência, cada uma delas com mais de 20 quartos e galardoada­s com um monte de estrelas, daquelas que o Manuel Rui Monteiro encontro no céu da fome dos meninos do Huambo.

A nível da restauraçã­o, o Aeroporto

Dr. Agostinho Neto conta com sete “lounges” (salas vips), 10 espaços para restaurant­es e cafés e uma aérea de mil 825 metros quadrados para Duty Free Shop.

Para operaciona­lizar o AIGAAN deverão ser contratado­s mais 557 técnicos, dos quais 175 numa primeira fase, 257 para a segunda fase, e 125 para a terceira fase.

Pelo menos 30% cento dos funcionári­os do novo aeroporto fazem parte do quadro de pessoal da empresa Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA, SA.). Estes profission­ais têm vindo a beneficiar de ciclos de formação e capacitaçã­o contínua.

REVIVER A ESTÓRIA DO GIGANTE DE PÉS DE BARRO

A história da construção do novo aeroporto internacio­nal remonta desde os anos 90, quando o Conselho de Ministros aprovou, em 1997, a Resolução que emanou de um estudo desenvolvi­do pelo Banco Mundial.

Passados 8 anos, isto em 2005, foi apresentad­o um estudo de viabilidad­e do novo aeroporto, elaborado por uma empresa americana, a Perkins & Will. De seguida, em 2006, a 15 de Maio, é aprovado em Conselho de Ministros, o Decreto n.º 12/06, que oficializa a reserva dos terrenos para a construção do aeroporto.

Em 2007, a Casa Militar do Presidente da República, especifica­mente o Gabinete de Reconstruç­ão Nacional, assume a responsabi­lidade do acompanham­ento do projecto que se cingiu na elaboração do projecto e na contrataçã­o do parceiro (empreiteir­o).

Em 2012 foi contratada a empresa portuguesa A1V2, a primeira que trabalhou neste aeroporto, para realizar o projecto de execução da obra de construção do aeroporto.

A 15 de Maio de 2015 foi assinado o contrato com a China Internatio­nal Found (CIF). Desta feita, o projecto foi feito pela empresa chinesa, que era também responsáve­l pela engenharia e construção.

No dia 19 de Maio de 2020 foi assinado a adenda nº1 ao contrato de construção, com a AVIC, onde ficou definido o que hoje representa o projecto final do aeroporto.

A 17 de Junho 2022 foi realizado o primeiro voo experiment­al, entre bairros de Luanda, com recurso a uma aeronave do tipo Boeing 777 da companhia de bandeira nacional, TAAG. O avião saiu do Aeroporto Internacio­nal 4 de Fevereiro e, com o estrondoso tempo de voo de 13 minutos, aterrou no novo aeroporto. Este voo serviu fundamenta­lmente testar as condições técnicas da pista e de movimentaç­ão na zona da placa.

O dia 10 de Novembro 2023 é a data definida para a inauguraçã­o do AIGAAN, sendo que iniciará actividade­s com a operação de carga.

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