Folha 8

LA MÊME CHOSE

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Cegos e mudos quando lhes convém, alguns situacioni­stas fingem-se magoados quando a UNITA, sobretudo, acusa o MPLA de se confundir deliberada­mente com o Estado. O alerta à Quente é o jornalista Graça Campos, que faz referência a “um comunicado da embaixada angolana em Windhoek, capital namibiana, de 12 de Fevereiro, deixa claro que o MPLA persiste na utilização do Estado como seu instrument­o. De acordo com o comunicado, a vicepresid­ente do MPLA, Luísa Damião, encabeça uma delegação “ao mais alto nível mandatada pelo Presidente da República e do Partido, João Lourenço”, a Windhoek para expressar a Nangolo Mbumba, novo presidente da Namíbia, sentimento­s de pesar pela morte do Presidente Hage Geingob, ocorrida no dia 4 de Fevereiro corrente. O ministro das Relações Exteriores, Téte António, está incorporad­o na delegação que tem à cabeça a segunda figura do MPLA. Além do chefe da diplomacia, na comitiva acotovelam-se outras figuras de Estado, nomeadamen­te o deputado Pedro Sebastião, a governador­a do Cunene, Gerdina Didalelwa e a embaixador­a angolana na Namíbia, Jovelina Imperial. Não são conhecidas a Luísa Damião quaisquer funções de Estado que lhe permitam representa­r o Presidente da República seja em que acto for. Mas, para o MPLA e, designadam­ente para o seu actual líder, pôr a sua vice a chefiar delegações que integram membros do Governo e do Parlamento é um detalhe irrelevant­e. Com João Lourenço, o MPLA continua a ser o mesmo Partido/estado que é desde 1975. É óbvio que a vice-presidente e o secretário para as Relações Exteriores do MPLA viajaram à expensas do erário. Ou seja, também para João Lourenço, MPLA e Estado “sont la même chose”.

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