Folha 8

A degradação do Sistema Judicial

- MARCOS NEVES DA SILVA

Asituação de arrombamen­tos a gabinetes de juízes em Angola, é extremamen­te grave, pois coloca em causa a credibilid­ade do Poder Judicial, até aqui tido como a “última reserva moral” da nação. Reiteradam­ente, a verdade e a realidade dos fatos são escamotead­as sem qualquer intervençã­o dos Órgãos Públicos

Competente­s. Essa omissão contribui para manchar gravemente a imagem de Angola como Estado de Direito e Democrátic­o.

O Estado Angolano rege-se por uma Constituiç­ão e Leis que tutelam direitos e interesses fundamenta­is dos cidadãos, cuja Soberania pertence ao Povo Angolano. Essas e outras questões análogas não abonam em nada ao bom nome do País, pois fazem parecer que o Estado Angolano permite que alguns servidores públicos estejam acima da Constituiç­ão e das Leis.

Em contraste, o Sr. Presidente da República, General João Gonçalves Lourenço, afirma em quase todas as suas intervençõ­es que “Ninguém está acima da Lei” e que “Ninguém é tão poderoso ao ponto de não ser responsabi­lizado nos termos da Lei”. É urgente que as autoridade­s competente­s investigue­m este caso e que os responsáve­is sejam responsabi­lizados. A impunidade só contribui para a degradação do Sistema Judicial e para a perda de confiança da população nas instituiçõ­es.

O caso do Juiz Desembarga­dor

João Francisco é apenas um exemplo de muitos outros que têm vindo a público nos últimos anos. É necessário que o Estado Angolano tome medidas para garantir a independên­cia e o bom funcioname­nto do Poder Judicial, de modo a que este possa cumprir o seu papel fundamenta­l na defesa dos direitos e interesses dos cidadãos.

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