Folha 8

Alexandre Santos aborda desejo de vencer a Liga dos Campeões de África

Em final de contrato, o técnico português do Petro de Luanda, Alexandre Santos, em entrevista ao jornal luso O JOGO, abordou vários aspectos da sua equipa e do futebol angolano.

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Otécnico, actual campeão do Girabola, ao ser questionad­o sobre o que falta para o Petro vencer a Liga dos Clubes Campeões de África, na modalidade de futebol, mencionou diversos factores. “Não é fácil atingir esse patamar. Angola tem dificuldad­e em reter os seus principais jogadores. Apenas cinco jogadores na selecção actuam nos clubes nacionais, quatro no Petro e um no 1.º de Agosto. Os melhores jogadores não estão no Girabola. Eles começam a querer sair. Falta um maior protagonis­mo e mediatismo de um país que já teve mais a oferecer aos jogadores, incluindo tempos áureos com Rivaldo e até jogadores da selecção portuguesa. Também falta conseguir produzir mais talentos, que estão muitas vezes a fugir antes mesmo de chegarem a seniores”, disse. Alexandre Santos também destacou o elevado investimen­to das equipas do Magrebe, sempre a contar com jogadores altamente competitiv­os.

“Os recursos das equipas do Norte de África são claramente superiores aos nossos. A folha salarial é completame­nte diferente do que se pratica no resto de África. Aliás, nem sei se a questão se centra apenas no aspecto financeiro”, referiu. O técnico português esclareceu que muitos atletas pretendido­s pela sua direcção recusam-se a vir para o futebol angolano por ser pouco atractivo. “Também tem muito a ver com a atracção que não sentem pelo campeonato angolano e, por isso mesmo, sempre que são contactado­s, pedem exorbitânc­ias, precisamen­te porque entendem que estão num campeonato de menor expressão. Depois acabam por não vir”, revelou.

Por outro lado, Alexandre Santos entende que o futebol angolano precisa de maior investimen­to e visibilida­de para atrair mais atenção em outras partes do mundo. “Falta um maior protagonis­mo e mediatismo de um país que já teve mais para oferecer aos jogadores. Teve os seus tempos áureos em que chegou a ter Rivaldo e até jogadores da selecção portuguesa. Falta também conseguir produzir mais talentos, que estão muitas vezes a fugir antes mesmo de chegarem a seniores”, realçou. Sobre a relação com os seus jogadores, o técnico tricolor diz que é saudável, pois, na cultura angolana, o mais velho é sempre respeitado.

“É sempre de grande cumplicida­de. Temos um duplo papel, pois precisam de confiar em nós, e, por outro lado, temos de ser os primeiros a exigir o máximo deles e sermos altamente rigorosos. Desde o princípio, senti que eles queriam muito ganhar. Além disso, e era algo que eu não sabia, a idade é verdadeira­mente um posto na cultura angolana. Há uma necessidad­e de respeitar os mais velhos. Essa cultura está presente nos seus hábitos e é transporta­da para dentro do campo, o que foi interessan­te para mim. Sou mais velho do que eles, portanto, sentiram que era alguém que tinham de respeitar”, contou.

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