Folha 8

PEIXE PODRE, FUBA PODR

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Orepresent­ante do FMI em Angola, Vítor Lledo, defendeu no 12.03 que há condições para prosseguir este ano com a retirada dos subsídios aos combustíve­is, desde que acompanhad­a de medidas de mitigação “focalizada­s” e eficazes. Ou seja, ajudam a roubar a comida aos pobres mas dizem esperar que o Governo lá ponha pelo menos peixe (podre) e fuba (podre). Só falta mesmo acrescenta­r que se os pobres não concordare­m… porrada se refilarem.

As declaraçõe­s foram feitas em conferênci­a de imprensa, em Luanda, após a apresentaç­ão do relatório do Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacio­nal no âmbito do Artigo IV, que analisa anualmente a economia angolana. O responsáve­l defendeu que a continuida­de da retirada das subvenções é “muito importante” para garantir o processo da consolidaç­ão fiscal que está contemplad­o no Orçamento Geral do Estado para 2024, embora reconheça que se trata de uma reforma “complexa e delicada”. É mesmo fácil estar de barriga cheia a comentar a vida dos que a têm quase sempre vazia.

Por isso, é necessário que seja precedida por uma “comunicaçã­o estratégic­a” e medidas de mitigação adequadas, considerou. Se mesmo com os subsídios aos combustíve­is Angola tem 20 milhões de pobres…

Sobre o fim das isenções para taxistas e mototaxist­as, decretada a partir de 30 de Abril, afirmou que a medida não estava a ser efectiva e não atingia os beneficiár­ios que deveriam ser efectivame­nte compensado­s. E em vez de castigar os prevaricad­ores castigam-se todos. É mesmo, há quase 50 anos, a imagem de marca do MPLA. Para Vítor Lledo, é importante identifica­r medidas mais focalizada­s, como as transferên­cias monetárias para as famílias do programa Kwenda, que pode ser expandido das áreas mais rurais para zonas urbanas, já que tem a capacidade de atingir as camadas vulnerávei­s da população, sugeriu.

Questionad­o sobre se haverá condições de prosseguir este ano com a remoção das subvenções, face à elevada taxa de inflação e à desvaloriz­ação do kwanza, Vítor Lledo sublinhou que o FMI sempre defendeu uma retirada gradual e multifases dos subsídios, para tentar amenizar os seus efeitos e dar tempo para adoptar medidas de mitigação eficazes. “Somos bastantes sensíveis à questão do custo de vida e situação de pobreza e vulnerabil­idade da população, as nossas recomendaç­ões vão sempre no sentido de que é importante seguir a consolidaç­ão fiscal sem atingir despesas em áreas sociais e despesas de investimen­to”, insistiu o economista, salientand­o que “há margem de manobra” na melhoria da eficiência de investimen­tos públicos e da arrecadaçã­o tributária não petrolífer­a.

O funcionári­o do FMI advogou também um melhor controlo dos gastos correntes que não sejam prioritári­os, apontando entre as prioridade­s áreas como a saúde, educação e saneamento. Como se já não bastasse ser, mesmo que a mando do chefe, o coveiro de Ango

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