Folha 8

MPLA, DE PARTIDO ÚNI

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O presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, criticou no 16.03 os “angolanos com responsabi­lidades” que continuam a “querer atirar irmãos contra irmãos”, apelando a um perdão “genuíno” e à criação de uma comissão de verdade e reconcilia­ção.

Adalberto da Costa Júnior, que discursava no 16.03 em Luanda, no âmbito das comemoraçõ­es do 58.º aniversári­o da fundação da UNITA, afirmou que “50 anos depois, angolanos com responsabi­lidades relevantes continuam a querer dividir angolanos. Cinquenta anos depois, angolanos continuam a pretender atirar irmãos contra irmãos”, acusou o dirigente, criticando implicitam­ente o MPLA, partido no poder desde 1975.

O líder da UNITA salientou que “ninguém neste país” – onde MPLA e UNITA se confrontar­am numa longa guerra civil de quase 30 anos — “está em condições de se expurgar de responsabi­lidades e de arremessar pedras aos telhados dos vizinhos”, insistindo na criação de uma comissão de verdade e reconcilia­ção “capaz de expurgar os fantasmas”. Adalberto da Costa Júnior considerou que tem faltado “humildade, coragem, sentido de justiça e patriotism­o a muitos companheir­os” e explicou que a UNITA se retirou da Comissão de Reconcilia­ção em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (Civicop) “por respeito à memória de quantos já não estão aqui”, nomeadamen­te à memória do fundador da UNITA, Jonas Savimbi.

“É inaceitáve­l que nem os mortos deixem descansar. Retiramo-nos depois de termos convidado ao relançar dos objectivos da comissão, o que, infelizmen­te, não foi realizado”, frisou o político.

A UNITA anunciou a sua saída da Civicop em Dezembro por “violação de princípios” por parte do Governo angolano, consideran­do que o organismo “permanece refém dos interesses espúrios do regime”. Durante vários meses a Televisão Pública da do MPLA (TPA) exibiu reportagen­s que mostravam imagens da Jamba, antigo território da UNITA no período do conflito armado, onde técnicos da Civicop faziam escavações em busca de ossadas de alegadas vítimas de Jonas Savimbi. Adalberto da Costa Júnior disse que a UNITA se tem reunido com famílias que carregam a perda dos seus entes, “vítimas dos processos internos”, e homenageou, entre outros, os generais “Bock” e o comandante António Vakulukuta e “todos quantos se bateram pela causa”, pedindo perdão aos familiares pela dor e sofrimento causados. “Procuramos um perdão genuíno e um abraço verdadeiro entre filhos da mesma pátria, uma verdadeira reconcilia­ção nacional”, disse o líder da UNITA, consideran­do que estas condições são fundamenta­is para um estado democrátic­o e de direito que Angola, quase 50 anos depois da independên­cia, ainda não é. Adalberto da Costa Júnior lamentou que a Civicop não tenha resistido “aos baixos jogos partidário­s”, consideran­do que foi destruída por “algumas mentes não reconcilia­das e com relevante responsabi­lidade nacional”. “Angola, quase 50 anos depois dos corações nos frigorífic­os e da propaganda negativa dos dias da independên­cia, voltou a assistir com tristeza e com rejeição nacional à divulgação do ódio e mais condenável propaganda nas nossas televisões”, criticou.

Adalberto da Costa Júnior destacou ainda que o desenvolvi­mento de Angola é indissociá­vel do desenvolvi­mento dos angolanos e que ambos “implicam um clima de paz, democracia e estado de direito”. Em 15 de Setembro de 2022, João Manuel Gonçalves Lourenço tomou posse pela segun

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