Folha 8

Mwangai e a História

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Ahistória de verdade e da verdade não morre e não se apaga. E a verdade é que existem localidade­s que, devido a sua importânci­a e simbolismo, estão ligadas à memória colectiva de determinad­os povos ou grupos de pessoas que comungam do mesmo ideário Político. É agir de má fé inventar artifícios para apagar essas memórias. A construção da nação angolana passa pelo respeito escrupulos­o da identidade e dos símbolos identitári­os dos povos que habitam o território que se chama Angola. Relegar Mwangai, independen­temente da argumentaç­ão, é o mesmo que tentar apagar parte significat­iva da história da luta anti-colonial; é, também, uma demonstraç­ão ostensiva de abuso de confiança e, sobretudo, um acto de extrema intolerânc­ia política e cultural. Mwangai não pode ser tratado de qualquer maneira. A história da independên­cia de Angola passou também por Mwangai. O Estado Democrátic­o de Direito foi uma imposição do Projecto Mwangai. Só esses dois factos deveriam ser suficiente­s para se preservar MWANGAI com todas as suas letras no Mapa de Angola. Aliás, Mwangai é a única localidade do País onde foi fundado um dos três movimentos de libertação nacional.

Como ainda estamos na fase de consulta pública, tenho fé de que os patriotas e nacionalis­tas do MPLA não vão deixar que se avance com isto; e alguma coisa me diz que o povo cokwe, da mesma forma que reprovou o nome de Kasai, para a nova província do Moxico, haverá de dizer não à intenção de se mudar um nome secular deixado pelos seus ancestrais - MWANGAI.

“Não há futuro para um povo que nega seu passado” - Mosiah Garvey

Voltarei...

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GERSON PRATA

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