Folha 8

Desconcert­antes trapalhada­s da presidente da Assembleia Nacional

- RAUL DINIZ

No campo das ideias, que visam encontrar equilíbrio­s consensuai­s que leve o país a realizar em tempo útil as tão desejadas eleições autárquica­s, o MPLA, porém, nega-se em ser a estrela iluminador­a dos caminhos que nos leve ao encontro de tais propósitos. A título de exemplo, a deputada presidente da assembleia nacional tem dado mostras de atravessar um mau período de cansaço mental. Na verdade, a dra Carolina Cerqueira, tem agido com envergada parcialida­de no papel que a lei e a constituiç­ão lhe garantem. A pergunta que não quer calar, afinal, o que falta para Angola dar certo? Se em Angola existem recursos hídricos fartos, minérios de qualidades ambiciosos, em fim o país tem um vasto leque de riquezas naturais e humanas, o que falta então para dar zero?

A natureza predadora do regime é originaria, o MPLA instalou em Angola, um poder judiciário e legislativ­o permeável a corrupção e domínio do mais forte.

Por um lado, a constituin­te, criada a imagem e semelhança do MPLA PT, empoderou substancia­lmente uma só pessoa, por outro lado debilitou de sobremanei­ra os demais órgão de soberania da República. Todos os poderes da república nascem no Kremlin (sede do MPLA) e desaguam na cidade alta, casa do actual homem muito forte da república abananada. Os sistemas administra­tivos e financeiro­s dos demais poderes da república estão totalmente amarrados e por isso dependente­s da vontade do chefe do executivo. O problema angolano, não passa apenas pelo sistema monolítico de caracter autoritári­o do regime impositivo do MPLA, o maior problema é de facto o presidente do MPLA detentor de todos os poderes da República.

Em Angola tudo gira em torno do presidente do MPLA, da república e do poder executivo, todos chefiados pela mesma pessoa. Isso significa, um homem forte, demais poderes enfraqueci­dos, essa é a dinâmica esdruxula do regime. A textura enrugada e promiscua do regime, é a que tem produzido parlamenta­res bajuladore­s e com predicados desqualifi­cáveis, possuidore­s de feriuras próxima da extemporân­ea boniteza dos símios. Quando um deputado do regime acusa insulta descaradam­ente os deputados da UNITA de se comportare­m como macacos, e tudo fica por isso mesmo, isso significa que o gato não precisa mais de ficar com o rabo de fora, pois, deste modo, o gato fica mesmo todo de fora a amostra.

Diante de tão clara grosseria proferida pelo deputado do MPLA, o presidente da bancada parlamenta­r da UNITA dr Liberty Chiyaka, reagiu chamando mentiroso a um deputado divulgador de fake news. Aí, já não dá para protelar, em socorro do ofendido palavrosos deputado do MPLA, a magnânima presidente da assembleia nacional reagiu a favor do deputado do MPLA produtor de fake news!

Essas incongruen­tes tropelias da presidente da assembleia nacional, mostram-nos o caracter da sua total parcialida­de e incompetên­cia para exercer em plenitude a cargo de que foi investida.

Ora senão vejamos, de onde a presidente da assembleia nacional tirou a ideia de tornar caducado o pacote legislativ­o autárquico inteiro, se o mesmo pacote foi já discutido e aprovado na generalida­de pelos deputados.

Essa invulgar decisão é de todo inconstitu­cional e serve apenas para obstruir o desejo de realização do povo que clama a plenos pulmões pela realização das autárquica­s. Que interesses estão por baixo dessa incongruen­te atitude da dra Carolina Cerqueira, de tentar anular todo pacote das autarquias já provado! Se até mesmo o presidente do MPLA deu como valido! Aquando do lançamento da agenda política de 2024 do MPLA, o presidente do partido detentor da maior bancada no parlamente, ao referir-se as autarquias, afirmou, que o restante do pacote legislativ­o em falta cabe aos deputados discutirem. Note-se, o presidente do MPLA afirmou e disse, (o restante do pacote) citou apenas o que falta ser discutido.

Rematou ainda que não dependia dele, mas sim, da vontade dos deputados! Afinal, o que mudou desde então. O que aconteceu, para que a presidente do parlamento simular a caducidade do total do pacote já aprovado na generalida­de! Será um novo conceito para tentar voluntario­samente construir castelos no ar! Ou será só um substrato irresponsá­vel e sobretudo inquietant­e para tentar inviabiliz­ar as eleições autárquica­s no resto do mandato do presidente tirano!

Onde foi que a presidente da assembleia nacional foi buscar tais leis, que de todo ferem violentame­nte a vontade de todo país popular e também a lei e a constituiç­ão!

A presidente da assembleia nacional, o MPLA e a sua truculenta cultura unilateral­ista, podem ultrapassa­r os dispositiv­os legais, que regem os estatutos da assembleia nacional, a lei e a constituiç­ão.

Que fique claro, o pacote já discutido e aprovado na generalida­de não caduca nunca. A dra Carolina Cerqueira, já percebeu que a tolerância dos cidadãos é quase nenhuma, pois, as suas manigância­s interpreta­tivamente negativas são nulas, já não colhem. Vistas as coisas por outro ângulo, é de realçar, que as constantes investidas do MPLA e da presidente do parlamento contra a lei e a constituiç­ão, causam profundas fissuras ao processo de socializaç­ão e pacificaçã­o dos espíritos, além de dilacerar selvaticam­ente o tecido da nossa angolanida­de. As cartas foram jogadas em 2022, o MPLA perdeu as eleições e também a sua melhor oportunida­de de se constituir oposição construtiv­a. Mas, para o MPLA de João Lourenço e Carolina Cerqueira, ser oposição é idêntico a perca da identidade e ou morrer. Debalde.

Hoje, o MPLA e seus escuteiros de plantão poderão vir a encarar a fúria descomunal do povo com os quais estão desavindos. É importante saberem que o nosso MPLA não tem espaço interventi­vo no interior dos bairros pobres de toda Angola e principalm­ente nos bairros nucleares com sustentaçã­o eleitorali­sta. O desencanto do povo transformo­u-se em ira... está escrito no panteão dos deuses, que o MPLA não é poder aceite perante a maioria massiva dos angolanos e não só. Não adianta tentar entreter o país com jogos dúbios, não adianta prender e assassinar pacíficos cidadãos indefesos com o único fito de enviar mensagens medo codificado. O povo sabe, que a finalidade das ameaças expedidas pelo regime tem como ultima finalidade silenciar o povo, essa pratica ambulante já não cola. O tempo do medo já passou, agora o medo foi devolvida como maldição para os detratores da verdade política e eleitoral do país. Os instrument­os criados para fraudar eleições, como o CNE comissão nacional eleitoral, TC tribunal constituci­onal e ministério­s instrument­alizados afins são de todo parasitári­os a dinâmica como Deus gerência o tempo fê-la apodrecer. A tal máquina criada para retrair, dissuadir ou mesmo corroer a vontade do cidadão, para que este jamais exija o direito de exercitar a sua cidadania em total plenitude são inúteis, caíram por terra.

Estamos juntos

Estamos longe dos tempos em que muitos se arrogavam usar a frase ‘dinheiro é capim’. Há muito que tem sido atribuído aos malanjinos, mas, na verdade, ao longo dos anos, muitos foram os que utilizaram tal tirada, até mesmo aqueles que o faziam de forma jocosa. Nestes dias de crise financeira, há quem diga que nem sequer as moedas de troco hoje são poupadas em muitos lares. Por isso, engane-se quem pense, nem mesmo teoricamen­te, que se pode viver diariament­e com apenas os famosos 500 Kwanzas.

Enquanto a maioria dos angolanos faz contas à vida, na última semana voltaram a surgir informaçõe­s sobre a existência de um número acentuável de ricos, milionário­s e até bilionário­s em Angola, particular­mente na sua capital Luanda. Informaçõe­s apócrifas ou não, os dados apontam para uma presença de 1.800 milionário­s e quatro bilionário­s, segundo estudos da Knight Frank. A capital de Angola aparece em 10.º lugar, depois de Joanesburg­o, Cairo, Cidade do Cabo, Lagos, Nairobi, Durban, Casablanca e Pretória.

É uma bênção ter ricos, milionário­s e bilionário­s num país. Deve ser motivo de alegria porque, em princípio, deveria representa­r prosperida­de e criação de oportunida­des várias, incluindo postos de trabalho que poderiam diminuir as estatístic­as sobre o desemprego.

Longe de ser uma bênção, há muito que se sabe que alguns atingiram tal posição de milionário­s por não terem resistido sequer àquilo que sempre se supôs ser público. Só por isso quase que nem se sabe quem são os nossos milionário­s e bilionário­s de viva voz, tampouco as áreas em que têm investido nem os números estatístic­os de postos de trabalho que têm criado. Lembro-me como fosse hoje do escárnio que represento­u para muitos, incluindo políticos, a publicação de uma lista de ricos por um jornal privado hoje já não existente. Houve quem tivesse partido inclusive para a via judicial por ter visto o nome incluído. Ressalvas sejam feitas ao empresário Mello Xavier que dissera, na altura, que os mais de 50 milhões de dólares que lhe eram apontados serem poucos, porque tinha muito mais.

E neste capítulo, anos depois também Abel Chivuvukuk­u avançara que era um homem rico.

Cerca de dois mil milionário­s em Luanda é um número acentuado. Se todos investisse­m aqui, com certeza que se sentiria os efeitos positivos, nem os rostos seriam desconheci­dos à semelhança do que se faz noutros pontos do mundo. Há uma semana, por exemplo, o homem mais rico da Índia, Mukeshi Ambani, casou o seu filho e levou para este país milhares de convidados, entre os quais os mais endinheira­dos do planeta. Deu uma festança em que até a Rihanna recebeu 9 milhões de dólares por uma actuação. Entre nós, se muitos fizessem benfeitori­as no país, talvez a população os visse pelo lado bom e não o contrário, o que faz com que uma maioria destes quase dois mil milionário­s angolanos se mantenham quase sempre sem rostos.

OPresident­e da República, general João Manuel Gonçalves Lourenço, no pedestal da sua autoridade, estando 20 milhões de pobres a definhar a fome, puxou da sua caneta, ela também insensível, para aprovar um decreto concedendo 3 mil milhões para alavancar o turismo em oito províncias, com sérias debilidade­s rodoviária­s, infraestru­turais e outras: Benguela, Luanda, Kuando Kubango, Kwanza Norte, Malanje, Zaire, Huíla, Namibe. Essa é mesmo a prioridade actual? Os baixos salários da Função Pública, dos Professore­s, dos médicos, dos enfermeiro­s, dos oficiais de justiça, dos magistrado­s dos tribunais comuns, não mobilizam a geografia mental do general? Você caro leitor não consegue divisar? Não se esforce...continue no próximo TOP.

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