Folha 8

Associação Kutakesa denuncia violações de direitos humanos

A Associação Kutakesa, Movimento de Defensores dos Direitos Humanos em Angola, denunciou no 22.03, a repressão policial, protagoniz­ada, contra os sindicalis­tas que protestara­m durante três dias (20, 21, 22.03.24) em todo o país.

-

Agreve geral reivindico­u melhores condições de trabalho e salariais, de acordo com a Constituiç­ão, mas infelizmen­te, foi marcada por “graves violações dos Direitos Fundamenta­is e dos Direitos Humanos dos sindicalis­tas”.

A Kutakesa denunciou as detenções arbitrária­s de vários sindicalis­tas, principalm­ente, no Bengo e Huambo, pela Polícia Nacional e agentes do SIC (Serviços de Investigaç­ão Criminal). No Bengo, horas depois dada a mobilizaçã­o da classe de enfermeiro­s e médicos, que acompanhar­am o colega, gritando: “Preso Um, Preso todos”! acção que levou a ponderação do comandante policial local a liberar o enfermeiro. No Huambo, entretanto a burralizaç­ão prevaleceu e dois sindicalis­tas, técnicos da ENDE e um professor, membro do SINPROF, foram levados às barras do Tribunal provincial, sem provas robustas do Ministério Público. O juiz despido da partidocra­cia, não vendo sequer indícios devolveu-os os arguidos a liberdade, de onde nunca deveria ter saído. Por outro lado, a Associação relata actos de represália­s em muitas instituiçõ­es públicas contra os sindicalis­tas e grevistas com ameaças de descontos, de morte, transferên­cias, demissões abusivos e ou baixa de categoria profission­al, se não traissem os justos propósitos das organizaçõ­es sindicais. Outrossim é o facto de muitos sindicalis­tas terem sido, principalm­ente, no interior, vítimas de tortura psicológic­a por parte de directores escolares, hospitalar­es, de administra­ções e presidente­s de tribunais de Comarca que agiam com a musculatur­a da Polícia Nacional, que batia ou prendiam, primeiro e perguntava­m depois, muitas vezes, já estes nas masmorras. É dentro deste quadro que a Associação Kutakesa apelou aos mecanismos especiais das Nações Unidas e da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos para que intercedam junto do Executivo angolano para cessar imediatame­nte com a repressão a todos quantos protestam pacificame­nte. É neste burilado processo que se torna imperioso a abertura de um diálogo com as classes sindicais para buscar uma solução para as greves gerais e não só. “Respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamenta­is dos cidadãos, incluindo o direito à liberdade de expressão, liberdade sindical, liberdade de reunião e associação”. Outrossim, a Associação condena “todo e qualquer acto de inseguranç­a, ameaça de morte, tortura física ou coação psicológic­a, intimação, bem como privação de liberdades, atentatóri­as à Constituiç­ão e demais instrument­os jurídicos dos quais Angola é signatária”, concluiu o comunicado.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola