ASSALTO A LONDRES: DOIS MUNDOS EM LUTA
Por entre dúvidas e incertezas sobre o melhor método para encontrar um equilíbrio universal e estabelecer a paz mundial, o ilme Assalto a Londres mostra as duas visões mais fortes no caminho da procura de meios políticos para se chegar a tal desiderato.
O director Babak Naja i Karami, o iraniano que conseguiu juntar uma série de pontas soltas no contexto da política internacional, dirige o seu foco ao cenário de uma disputa terrível entre dois mundos, o ocidental e o árabe, em boa verdade, numa clara tentativa de se estabelecer um paralelo alternativo sobre quem domina o outro.
A trama de Assalto a Londres reúne recursos ímpares de última geração, pelo menos a nível do detalhe, se quisermos, na arena cinematográ ica e estabelece um marco na realidade das relações internacionais com experiências estranhas mas convincentes para os mais atentos, ou, dito de outra maneira, mais familiarizados com os desenvolvimentos da política mundial.
Tecnicamente o ilme se desenrola em Londres, símbolo do começo da construção universal do nosso tempo, com a mobilização de meios e homens para a odisseia da descoberta de novos lugares, recantos de um universo que já de si se fazia adivinhar como surpreso e cheio de estórias imperceptíveis a nossa compreensão. Perguntem por exemplo a Cristóvão Colombo de onde proveio a ideia de partir por aí, aparentemente sem caminho, a procura de encontrar pontos de ligação entre a Europa e outros continentes, ou então quem inanciou as suas façanhas. Decerto, com a respostas, vão perceber porquê Londres? Ou seja, de onde veio a inspiração de Babak Naja i Karami para encenar o ilme Assalto a Londres?
Londres, nesse caso, dirão muitos, bem que podia ser substituída por Washington, Paris ou Berlim, mas não, porque a capital londrina não só se encaixa bem ao levantamento da discussão sobre o nosso im, como organiza em si toda investida dos líderes políticos mundiais. Então, Assalto a Londres, é o contraponto ideal aos mundos árabes e ocidental.
Babak Naja i Karami conseguiu o motivo perfeito para juntar todos os principais líderes mundiais como o presidente dos Estados Unidos, a chanceler da Alemanha, o presidente francês... num evento especial e num lugar importante. A concentração a volta da morte miste- riosa do primeiro-ministro britânico, no ilme, simboliza a reunião da grande família, a família que determina os acontecimentos mundiais e dirige na prática as acções da política internacional.
A luta de um mundo contra o outro encontra, então, o ponto mais alto da sua disputa: derrotar em de initivo o inimigo para governar eternamente sem oposição as suas crenças e culturas. Na realidade, tomamos contacto as acções de libertação de povos oprimidos e introdução de novos valores através da democracia: o terrorismo, praticado por povos árabes-muçulmanos, e o contra-terrorismo, defendido pelos povos ocidentais e todos os outros aí alinhados.
Na evidência cinematográ ica, o terrorismo tenta sobrepor-se ao contraterrorismo, na forma de um líder, a personagem de Aamir Barkawi (Alon Moni Aboutboul), que consegue in iltrar-se no esquema de segurança do Reino Unido e lançar um golpe sem precedentes no sistema ocidental com o assassinato de todos os líderes presentes, com excepção do presidente dos Estados Unidos, Benjamin Asher (Aaron Eckhart), que consegue manter-se vivo graças a grande capacidade da sua segurança, encarnada na personagem de Banning (Gerard Butler).
O sobrevivência do presidente Benjamin Asher representa efectivamente a supremacia da América, ninguém está acima dos EUA, ninguém vence os EUA, é assim que deve ser, é de facto assim que as coisas são. A resistência de Londres ao ataque terrorista de dimensão mundial e sem paralelo, representa a vitória sobre o mundo árabe-muçulmano, o que nos dias que correm caem bem ao ânimo de quem tenha sofrido directa ou indirectamente com explosões e assassinatos perpetrados por terroristas.