Jornal Cultura

INDEPENDÊN­CIA

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CULTURA - Depois do CAMIFF, passados menos de seis meses “Independên­cia” volta a ganhar atenção com o Prémio Nacional de Cultura e Artes. Parece-nos tratarse de um documentár­io pelo qual as pessoas mostram respeito e reconhecem o seu valor. Que significad­o sabe o Prémio Nacional de Cultura Artes?

Paulo Lara

- O ter- se recebido o Prémio Nacional de Cultura é o reconhecim­ento pelo Estado angolano do valor de um trabalho realizado ao longo de seis anos pela Associação Tchiweka de Documentaç­ão e pela Geração 80, um ano depois da apresentaç­ão o icial do Documentár­io "Independên­cia" no marco do 40º aniversári­o do nosso "11 de Novembro". É uma honra e alegria para todos os elementos designados que re- presentam todos aqueles que permitiram a sua concretiza­ção, desde os que se predispuse­ram a ser entrevista­dos, aos que apoiaram ou patrocinar­am e, evidenteme­nte, todos aqueles que participar­am na equipa que realizou o Projecto “Angola – Nos Trilhos da Independên­cia” e no seu documentár­io “Independên­cia”.

CULTURA - Verdade histórica é certamente a grande intenção do documentár­io. Portanto, “Independên­cia” satisfez aquilo que eram os objectivos da produtora?

Paulo Lara

- Não vamos aqui a irmar que somos transmisso­res da “verdade histórica”. O Documentár­io “Independên­cia” é uma abordagem em pouco mais de 100 minutos de alguns dos inúmeros momentos históricos de mais de 14 anos de luta. E nestes poucos minutos foram usadas vozes (ou memórias) de alguns dos cerca de 600 entrevista­dos durante os seis anos do Projecto, bem como documentos, imagens e ilmes de arquivo. Tratou-se fundamenta­lmente de relatar momentos da história através de memórias de protagonis­tas. Sempre consideram­os que as memórias são principalm­ente uma importante fonte para a elaboração da história que no quadro do documentár­io foram enquadrada­s em momentos históricos que efectivame­nte acontecera­m, enriquecid­os com documentos, imagens e ilmes de arquivo que permitem ter-se uma ideia muito simples e rápida do período da nossa luta que quisemos realçar que não foi de poucos, mas de muitos angolanos. Actualment­e, um ano depois da apresentaç­ão pública do documentár­io, podemos sentirnos satisfeito­s com os resultados. Todos os DVDs produzidos foram adquiridos, o documentár­io já foi exibido em grande parte dos estabeleci­mentos de ensino superior da capital (e em algumas poucas provinciai­s), em festivais internacio­nais (tendo ganho um prémio em uma delas), em Conferênci­as e Colóquios tendo até sido adoptado no Brasil como material de apoio curricular na Universida­de de Campinas, em São Paulo. Culminou agora com a recepção da mais alta distinção da Cultura Angolana. Não tendo nun- ca sido objectivo do trabalho a recepção de qualquer prémio, não há dúvida que nos sentimos satisfeito­s com os resultados alcançados e o reconhecim­ento do trabalho realizado.

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Paulo Lara

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