OBRIGADO À UNAP
Em alusão ao 41º aniversário da Independência Nacional, a União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP) inaugurou no dia 25 de Novembro a exposição de escultura e pintura denominada “Expo Angola 41 anos”, que reuniu no local várias personalidades do fórum político, social, económico e cultural. Durante a cerimónia de inauguração da exposição, a UNAP rendeu homenagem a várias iguras que contribuíram para o desenvolvimento das artes plásticas, dentre as quais personalidades e instituições públicas e privadas. Apenas quinta- feira, dia 1 de Dezembro, o Jornal Cultura tomou conhecimento de que o seu director e autor deste editorial também foi homenageado pela UNAP, ao lermos, na página Gente do Jornal de Angola, a notícia com o título “Figuras de cultura nacional distinguidas pela União Nacional dos Artistas Plásticos”. A referida notícia do Jornal de Angola realçou que a ministra Carolina Cerqueira, uma das homenageadas, “prometeu continuar a apoiar iniciativas que permitam a promoção, divulgação e preservação da identidade cultural angolana.” Também nos causou imensa euforia saber que “a sede da UNAP poderá bene iciar de pequenas obras de restauro para conferir mais dignidade e comodidade aos seus usuários”, a irmação feita pelo seu secretário-geral, António Tomás Ana (Etona), ao jornal O PAÍS. Vizinhos que somos da UNAP, conhecemos o edi ício-sede da associação dos artistas plásticos e temos constatado, com um certo desconforto, como as sementes da mulembeira do largo da Portugália se têm introduzido nas inas issuras das grossas paredes e feito levantar novas árvores no cume do prédio histórico. O Jornal Cultura bem gostaria de ter estado lá para testemunhar o evento e celebrar com a UNAP os 39 anos da sua existência. Mas, é óbvio que também gostaríamos de lá ter estado porque muito nos honra ser homenageados, enquanto pessoas vivas, já que, depois de mortos, não estaremos cá para escutar elogios póstumos, nem para apreciar o aroma das lores que deitarão por cima das nossas tumbas, como é da tradição. A notícia da página Gente do JA criou em nós um paradoxo de sentimentos: icámos alegres, mas, ao mesmo tempo, desapontados com a UNAP, porque só se percebe que a UNAP renda homenagem a um cidadão da Cultura angolana que está à mão de semear e este nem sequer é convidado a estar presente, por qualquer falha na comunicação interna da UNAP. Cientes do facto, e porque compreendemos perfeitamente que a nossa sociedade não evoluiu muito em termos de comunicação institucional, societária e interpessoal, agradecemos a homenagem que a UNAP nos rendeu, mesmo sem ter podido estar presentes para receber o diploma das mãos do nosso amigo Etona, e desejamos-lhe renovados êxitos na sua carreira artística, bem como na condução dos destinos da associação.