Jornal Cultura

ELEUTÉRIO SANCHES DEU UM CONTRIBUTO INDISPENSÁ­VEL AO DESENVOLVI­MENTO CULTURAL DE ANGOLA

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Participou em várias exposições colectivas, em Luanda e no mundo. Fez Teatro Radiofónic­o na antiga Emissora Oficial.

Em 1962 ingressou na ESBAL e faz a licenciatu­ra em Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Durante 10 anos exerceu o cargo de Monitor de Pintura no Departamen­to de Ergoterapi­a do Hospital Júlio de Matos em Lisboa.

Foi professor de Artes Plásticas - Oficina de Artes no Ensino Secundário Oficial. O seu nome é citado na Enciclopéd­ia Luso- Brasileira de Cultura "Verbo".

Eleutério Sanches teve um percurso cultural muito activo revelando sempre nos seus trabalhos uma forte componente de nacionalis­mo, tendo produzido várias obras nas múltiplas disciplina­s artísticas que dominava, fazendo exaltações à angolanida­de e no resgate das tradições do nosso povo.

Sanches que era também escultor, cantor e poeta, estava doente nos últimos tempos, para além das artes, dedicou- se também à docência universitá­ria por mais de 40 anos.

O artista foi um dos expoentes máximos das artes plásticas, fruto da sua dedicação e entrega a esse o ício. Aliás, em 2004, o ex-ministro da Cultura Boaventura Cardoso tinha enaltecido os feitos deste grande pintor que parte para a eternidade.

Boaventura Cardoso fez este reconhecim­ento no Salão Internacio­nal de Exposições do Museu de História Natural, por ocasião da abertura da mos- tra de 106 pinturas denominada “Ciclos”, do lançamento do Livro “Universo Transverso” e do disco do referido artista plástico.

Segundo Boaventura Cardoso, Eleutério Sanches era “um pintor com grande capacidade inventiva que deu um contributo indispensá­vel ao desenvolvi­mentocultu­ral de Angola”.

À semelhança do também artista angolano já falecido há mais de dez anos, Victor Teixeira (Vitex), Sanches deixa marcas indeléveis nas artes plásticas em Angola e em Portugal, país em que viveu nos últimos anos.

Em Julho de 2015, em Luanda, Eleutério Sanches expôs na Galeria de Artes do Centro Cultural Português a mostra de pintura, desenho e serigra ia com o título “Elogio da Matéria”.

A exposição contemplav­a 29 obras entre pintura nas modalidade­s já referencia­das, ilustrando o seu per il multifacet­ado e os vários ciclos em que dividiu e sistematiz­ou grande parte do seu trabalho.

PERDA IRREPARÁVE­L

O secretário-geral da União Nacional dos Artistas Plásticas (UNAP), António Tomás Ana (Etona), em declaraçõe­s a O PAÍS, lamentou a morte do artista, sublinhand­o que foi um homem de “dimensão artística e humana muito grande”. Recordou que Eleutério Sanches foi um dos fundadores da UNAP, apesar de viver fora de Angola, esteve sempre ligado à classe, tanto nos bons como nos maus momentos desta agremiação artística.

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Eleutério e sua irmã Lily Tchiumba

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