NATAL RAZÃO DE FÉ OU FERIADO COMERCIAL?
Desde tempos imemoriais que o Natal é celebrado como aniversário de Jesus Cristo, o profeta maior, pois trouxe a paz entre os homens; o reconhecimento do bem e do mal por aqueles que adoravam deuses, cobravam impostos injustos e maltratavam escravos, mostrando-lhes que todos somos iguais diante de Deus. Na Modernidade, vem-se constatando que o consumismo exacerbado tem ofuscado a original essência do Natal que, tradicionalmente, se consubstanciava na fruição da harmonia familiar e na promoção do afecto aos mais necessitados.
Desconhece- se o dia exacto do nascimento de Jesus. Por isso, na Antiguidade, o Natal era celebrado em datas dissemelhantes. Entretanto, no século IV, o 25 de Dezembro foi estatuído como data oficial de festejo. Para esta oficialização, terá contribuído o facto de, na Roma Antiga, o 25 de Dezembro ser o dia em que os romanos celebravam o início da estação de Inverno. Assim, crêse existir uma relação lógica entre este acontecimento sazonal e a instituição do Natal nesse dia.
Desde tempos imemoriais que o Natal é celebrado como aniversário de-Jesus Cristo, o profeta maior, pois trouxe a paz entre os homens; o reconhecimento do bem e do mal por aqueles que adoravam deuses, cobravam impostos injustos e maltratavam escravos, mostrando-lhes que todos somos iguais diante de Deus.
Na Modernidade, vem- se constatando que o consumismo exacerbado tem ofuscado a original essência do Natal que, tradicionalmente, se consubstanciava na fruição da harmonia familiar e na promoção do afecto aos mais necessitados.
Concomitantemente, as famílias vão tendo menos disponibilidade para a confraternização; raramente se observa a montagem do presépio; as pessoas já pouco se interessam pela Missa do Galo ou por outras iniciativas paroquiais. Além disso, com a veri icável desestruturação das famílias, em muitas casas o Natal não é comemorado, o que contribui para a perda do seu sentido genuíno, uma vez que os seus membros se encontram distanciados, muitos acreditando mais no feiticismo e menos na presença de Deus e do seu Filho Jesus Cristo!
Acrescem a essa anormalidade os dados estatísticos que revelam que, no período natalício, o índice de criminalidade violenta dispara. Ora, as pessoas cujos parentes falecem por motivos assassinos vêm perdendo a vontade para a comemoração da quadra.
Recentemente, o Papa Francisco afirmou algo muito próximo disto: « O Natal vai perdendo a sua verdadeira significação, neste mundo de consumismo e de violência. »
Na verdade, a globalização vem esvaziando o signi icado simbólico do nascimento de Jesus. Muitas pessoas celebram a época natalícia, mas poucas comemoraram o aniversariante! O 25 de Dezembro é tido como um feriado mais laico do que religioso, ferido pela componente comercial!
Na era da nossa infância, o Natal impunha-se como uma ocasião para a oração e glori icação daquele que nasceu para abençoar e salvar a humanidade do pecado. Hoje, vêem-se anúncios de ideias para decorações e presentes, mas nunca o motivo que legitima essas ideias: celebra-se, trocam-se presentes, mas poucos agradecem o motivo religioso da comemoração. Assim, é como participarmos duma festa apenas para aparecermos bonitos, conhecermos gente nova, comermos, bebermos e divertirmo-nos, mas sem nos importarmos com o an itrião desse mesmo festim…
Neste capítulo, certas marcas empresariais, para publicitar produtos consumíveis, socorrem-se à estratégia de marketing da invenção da Mãe Natal, reduzindo-lhe o vestuário para evidenciar os encantos dos atributos ísicos!Acreditamos ser este modo de estar na vida que conduz à paganização das sociedades. Efectivamente, essa paganização dissemina o pensamento de que a quantidade e a carestia de presentes que ofertamos ou recebemos e a fartura em nossa mesa são o mais importante, descurando a disponibilização de tempo para convivermos com os familiares com quem estamos menos vezes durante o ano.
Contrariamente, a quadra natalícia deve proporcionar uma re lexão sobre o que de positivo e negativo foi acontecendo no seio familiar, perspectivando o ano sequente. Deve servir também para aperfeiçoarmos os nossos pensamentos e atitudes, a im de perdoarmos, abraçarmos e amarmos o próximo como Jesus nos amou, ou, pelo menos, como a nós próprios!
Doutra forma, ica muito di ícil acreditar na magia natalícia, quando, durante todo o ano, não conseguimos ter um gesto de carinho, de gratidão, de amor ao próximo, esperando somente pela quadra natalícia para assim procedermos!
É inadiável que cada um de nós, bem como as instituições administrativas como o Ministério da Família e Promoção da Mulher, o Instituto Nacional da Criança e o Ministério da Assistência e Reinserção Social, promovamos iniciativas para resgatarmos os valores natalícios que se consubstanciam na promoção do perdão, da reconciliação e da caridade. Neste contexto, é crucial o desempenho das igrejas para a moralização das famílias, sendo que a harmonização das mesmas permitirá a recuperação dos tradicionais valores natalícios: alegria, paz e esperança, para o bem e felicidade de todos!
Só desta forma contrariaremos a tendência latente e pujante de se considerar o 25 de Dezembro como uma fonte de lucro para os mais ricos e de gastos supérfluos para os demais cidadãos. Só vivendo o Natal com o coração crente e solidário se obtém a legitimidade para afirmar o que a maioria das pessoas apregoa anual e levianamente: « O Natal é todos os dias » ; « O Natal é sempre que o Homem quiser!»