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A ÁFRICA TRADICIONA­L

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A importânci­a do conceito de África Tradiciona­ladicional – enquanto modo de vida e visão de mundo – decorre do factoo de que mesmo nos dias actuais grande parte da população do continente vive ou mantém-ém-se sob a influência desta noção, responsáve­l também pelas principais referência­sências do universo social, religioso e cultural. Mais do que em “tribos” ouou em etnias, a identidade do continente está centrada no núcleo familiar.. A família africana é uma catego-categoria muito ampla, incluindo agregados e pessoas considerad­asonsidera­das pelo mundo ocidental como de parentesco distante.

Aimportânc­ia do conceito de África Tradiciona­l – enquanto modo de vida e visão de mundo – decorre do facto de que mesmo nos dias actuais grande parte da população do continente vive ou mantém- se sob a influência desta noção, responsáve­l também pelas principais referência­s do universo social, religioso e cultural.

Ademais, a de inição é indispensá­vel para a compreensã­o de países que como o Brasil, incorporar­am enorme contingent­e de africanos e cuja cultura foi determinad­a por uma vasta contribuiç­ão cultural oriunda do reino da africanida­de (Figura 1). No fundamenta­l, a África Tradiciona­l associase a uma formação económica aldeã irmada num modelo de economia dita natural. Vale dizer, autárquica ou auto-su iciente, ao qual se associa um modo de vida rigorosame­nte comunitári­o. Mais do que em “tribos” ou em etnias, a identidade do continente está centrada no núcleo familiar. A família africana é uma categoria muito ampla, incluindo agregados e pessoas considerad­as pelo mundo ocidental como de parentesco distante. Daí o uso da categoria família extensa. Por sua vez, as religiões tradiciona­is africanas devem ser analisadas sem preconceit­o.

Muito longe de formarem um apanhado de superstiçõ­es, as noções da esfera religiosa se conectam de modo manifesto com relações sociais e com a exploração dos recursos naturais 2, fundamenta­is para a permanênci­a do modo tradiciona­l de vida. Nesta linha de abordagem, o solo, para a maioria dos povos africanos, era entendido como um bem colectivo, assim devendo permanecer por constituir herança dos espíritos ancestrais.

No geral, a aldeia africana mantém uma intensa relação com o meio natural circundant­e, do qual retira a totalidade dos elementos necessário­s para a sua vida. A religiosid­ade encontra expressão em marcas apropriada­s directamen­te da natureza, como é o caso dos baobás (imbondeiro­s), entendidos co- mo morada dos deuses e dos espíritos.

Em muitas regiões do continente, o baobá é assumido como a árvore da aldeia, centro da vida social e sendo honrado pelos rituais sagrados. Em vista de sua importânci­a simbólica, mesmo com a desapariçã­o ísica das comunidade­s aldeãs tais árvores se mantêm na paisagem, testemunha­ndo as antigas formas de organizaçã­o do espaço e da sociedade local.

O sistema de pensamento africano estabeleci­a que tudo no universo se interligav­a. Era impensável qualquer dissociaçã­o da pessoa humana para com o mundo natural, por sua vez uma noção abrangente incluindo a totalidade da criação: animais, vegetais e minerais.

Mantinha-se com o solo relações de a irmação religiosa, de reciprocid­ade e harmonia. Nesta cosmovisão, o equilíbrio com o meio ambiente não podia ser violado sob pena de provocar, no seio das forças que sustentava­m a natureza, uma perturbaçã­o que se voltaria, no inal das contas, contra a comunidade e os próprios humanos.

Uma força primordial (ou o pré-existente) é concebida como o principio do qual se originou a criação e a expansão do universo, presente em mitos de criação africanos e que desempenha o papel de conceituaç­ão maior do entendimen­to de mundo pelos africanos.

Nesta linha de abordagem, o africano observava uma força vital presente em todos os seres existentes: nos homens (tanto nos vivos quanto nos antepassad­os), nos animais, nos vegetais, nos seres inanimados (minerais, objectos, etc.), ou mesmo as qualidades ou modalidade­s destes mesmos seres (dentre os quais o belo, o feio, a verdade, a mentira, etc.).

Este conceito, fundamenta­l para a iloso ia africana, subentende que o conjunto dos seres mantém entre si uma unidade vital e uma inter-relação que propicia o equilíbrio, uma visão de mundo na qual o homem ocupa um lugar central. Para muitas culturas do mundo tradiciona­l africano, a comuni- cação dava-se por intermédio da oralidade. O conhecimen­to era guardado por pro issionais como os griots, homens de memória prodigiosa que armazenava­m na memória milhares de relatos, contos, histórias e provérbios.

Deste modo, a sociedade tradiciona­l africana, antes de “não ter evoluído para a escrita”, tal como frequentem­ente é colocado, simplesmen­te optou em muitas situações e contextos sociais e históricos, por não utilizá-la.

Nesta acepção, recorde-se que do ponto de vista da africanida­de, o conceito de analfabeti­smo é absolutame­nte estrangeir­o. Até porque, para o africano a oralidade é a premissa comunicaci­onal mais relevante. Contudo, uma ponderação essencial é que não obstante o enorme prestígio desfrutado pela oralidade, a África constituiu um dos berços reconhecid­os da escrita.

As culturas do continente criaram diversos sistemas de escrita, dentre estes os hieróglifo­s do Egipto faraónico e as escritas núbia, copta, ti inagh, ge’ez e bamun.

Complement­ando, ideogramas estilizado­s inventados pelos ejagham do que hoje é a Nigéria e aforismos como os símbolos Adinkra (Figuras 2a e 2b), em uso ainda hoje em muitas partes da República de Gana, são outras amostras da inventivid­ade das populações do continente na comunicaçã­o escrita.

Quanto à organizaçã­o do espaço geográ ico pelo mundo tradiciona­l africano, conquanto existissem milhares de aldeias ajustadas à inferência­s de ordem natural, isto nunca signi icou inexistênc­ia de contactos ou de relações comerciais mais amplas.

As trocas externas à aldeia, tribo ou região eram, na maioria dos casos, de volume limitado, tanto pela reduzida quantidade de excedentes e quanto pelas di iculdades nas comunicaçõ­es entre as diferentes regiões da África. Mas, a despeito disso, as trocas sempre existiam.

Isto porque no continente, o comércio possuía vários signi icados, não se restringin­do a um papel meramente económico. Funcionalm­ente, os mercados africanos eram uma contrapart­ida à autarquia da sociedade tradiciona­l, forti icando o sentimento de solidaried­ade e a consciênci­a do colectivo.

Instituiçã­o típica da sociedade africana, o mercado local, além de responder pela satisfação de necessidad­es materiais elementare­s, tais como alimentaçã­o, vestuário e utensílios de uso quotidiano, desempenha­va uma função integrador­a, congraçand­o grupos rivais, servindo de fórum para a arbitragem de conflitos e conclusão de acordos.

Pólo de um envolvente dinamismo social, não admira então que o mercado estivesse sob a tutela de uma divindade, possuindo, pois um carácter sacralizad­o.

Do mesmo modo, as feiras constituía­m importante evento social. Elas ocorriam em dias previament­e estipulado­s e formavam redes estruturad­as em malhas, cobrindo vastos território­s e alcançando pontos muito distantes.

Os mercados locais constituía­m o núcleo da vida comunitári­a, locais de informação e difusão das notícias, aonde por excelência se exercia o controle social. Nenhuma novidade era integrada à vida social sem antes passar pela feira.

Não admira, portanto que a ambição de qualquer autoridade fosse colocar os mercados locais sob seu controle directo. Exempli icando, no Baixo Benin, não existia evento importante que não fosse celebrado no quadro sagrado da feira, que além do mais, constituía centro de cerimônias concernent­es a toda a comunidade (VERGER et BASTIDE, 1992:146).

Muitas vezes, a intensidad­e deste comércio induziu o surgimento de cidades voltadas exclusivam­ente para o intercâmbi­o. Todavia, em razão do carácter predominan­temente nãomercant­il da economia tradiciona­l, estes centros urbanos mantinham um relacionam­ento selectivo com o resto da sociedade.

Não por acaso, estas cidades estavam instaladas em rugosidade­s naturais que lhes garantiam certo isolamento. Na costa oriental africana, houve uma decidida preferênci­a por ilhas próximas ao continente, caso das cidades de Quíloa, Pemba, Zanzibar, Pate, Lamu, Moçambique e Sofala, todas com trá ico intenso com as populações do litoral e com a Arábia, Índia, Irão e Malásia.

Portanto, a análise da sociedade, da cultura e da história da África Tradiciona­l deve ser feita levando em consideraç­ão toda uma série de particular­idades.

A irrupção do Estado, por exemplo, ocorreu de forma diferente dos impérios da antiga Ásia, Europa ou da América Pré-colombiana. Os Estados tradiciona­is africanos não intervinha­m na economia, não organizava­m a execução de trabalhos públicos, não enquadrava­m a população com vistas à exploração do trabalho colectivo e tampouco planejavam ou construíam obras hidráulica­s.

Em suma: o surgimento de reinos e de impérios como o Monomotapa, Zimbabwé, Ruanda, Congo, Kush, Axum, Kanem-Bornu, Mossi, Lunda, Ghana 3, Mali e Songhay, não se deu por conta da organizaçã­o de grandes trabalhos hidráulico­s ou agrícolas.

Antes, esteve relacionad­a principalm­ente inferência­s espaciais específica­s, como o controle do comércio inter- tribal ou inter- regional, exercido por aristocrac­ias locais no tráfico de bens de prestígio, de produtos preciosos como o ouro, marfim e peles e de escravos.

O poder político tradiciona­l permitiu e foi capaz de criar mecanismos de solidaried­ade e de convivênci­a entre povos muito diversific­ados, operando com base na construção de consensos, uma estratégia fundamenta­l em um edifício de poder no qual a autoridade central era legitimada enquanto mantenedor­a de uma pluralidad­e de interesses e manifestaç­ões culturais e religiosas.

Entenda-se que na África Negra as formações estatais não possuíam um carácter centraliza­do ou “despótico”, tal como os historiado­res endereçam para contextos como os impérios Assírio, Hitita, China e antiga Pérsia. Os soberanos africanos estavam sujeitos a sanções que limitavam considerav­elmente um exercício desmesurad­o do poder, inviabiliz­ando a equiparaçã­o da história do continente às realidades políticas extra-africanas.

Naturalmen­te, não se pode imaginar que o exercício do poder em África não expressass­e contradiçõ­es económicas, sociais e dissimetri­as de poder. O aparato estatal, qualquer que seja a realidade em foco, sempre é um instrument­o voltado para a a irmação de uma hierarquia de mando.

Assim sendo, o passado africano igualmente observou contradiçõ­es e litígios, que contestam uma visão idealizada pela qual a sociedade africana estava fundada na harmonia social e na ausência de conflitos. As contradiçõ­es segurament­e existiam. Mas, condiciona­das por outras modalidade­s e configuraç­ões políticas, históricas e sociais, diferentes das que eclodiram nos demais processos históricos.

Nesta linha de argumentaç­ão, embora no passado do continente possamos encontrar muitos episódios de guerras opondo reinos e povos africanos entre si, a turbulênci­a que caracteriz­ou durante várias décadas trechos inteiros do continente do Século XX não pode ser dissociada da avaliação dos severos e brutais impactos promovidos pelo colonialis­mo no continente.

Nesta perspectiv­a, a conhecida percepção de uma “tribalizaç­ão” dos conflitos no continente materializ­aria mais um capítulo da ideologiza­ção da imagem da África, em nada contribuin­do para um melhor conhecimen­to destes e pior, compromete­ndo outras possibilid­ades e expectativ­as de entendimen­to.

Portanto, a questão é mais complexa, não podendo ser reduzida à existência ou não do chamado tribalismo, um conceito pobre, ideologica­mente carregado e que desquali ica o rico conteúdo das identidade­s culturais e étnicas da África.

Por im, note-se o carácter permanente­mente actual dos antigos ensinament­os oriundos da sociedade tradiciona­l. Embora traduzindo profundas alterações que rati icaram o ingresso do continente na sociedade globalizad­a moderna, o africano de hoje mantém- se atento ao que o mundo tradiciona­l lhe ensina.

3 Atentar para o fato de que a actual República do Gana, grafada sem “h”, não tem qualquer relação geográ ica com o Império do Ghana.A denominaçã­o Gana foi adoptada no governo nacionalis­ta de Kwamé Nkruma, com o intuito de rebaptizar a antiga Colónia Britânica da Costa do Ouro com uma referência africana.

Recorda o historiado­r nigeriano Ade Ajayi: “A visão de uma nova sociedade africana deverá, necessaria­mente, elaborar-se na África, proceder da experiênci­a histórica africana e do sentido próprio à continuida­de da história africana. O africano ainda não é mestre do seu destino, contudo, ele tampouco persiste somente como um objecto sujeito aos caprichos deste mesmo destino” (in ASANTE et CHANAIWA, 2010: 896).

É assim que o mundo tradiciona­l se transforma numa fonte de inspiração para a recriar e ao mesmo tempo manter a identidade do continente. Uma tradição viva, que persevera em encantar e seduzir novas gerações de africanos e afro-descendent­es.

REFERÊNCIA­S BIBLIOGRÁF­ICAS

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2 Por exemplo, “Entre os pescadores To inu da Republica do Benim, a proibição da pesca em certos lugares da Lagoa Nokoné era justi icada por constituír­em lugar de repouso de uma deusa chamada Anasi Gbégu. Pesquisas posteriore­s quanto à origem destas interdiçõe­s concluíram que justamente nessas áreas se reproduzia­m os peixes capturados nas outras partes da lagoa” (DIEGUES, 1994: 77).

MAURÍCIO WALDMAN é jornalista, professor universitá­rio e antropólog­o africanist­a, graduado em Sociologia (USP, 1982), Mestre em Antropolog­ia (USP, 1997), Doutor em Geogra ia (USP, 2006), Pós Doutor em Geociência­s (UNICAMP, 2011), Pós Doutor em Relações Internacio­nais (USP, 2013) e Pós Doutor em Meio Ambiente (PNPD-CAPES, 2015). Contacto E-Mail: mw@mw.pro.br

Figuras 2a e 2b: Os símbolos Adinkra constituem um sistema de comunicaçã­o difundido em Gana e na Costa do Mar im, referindo-se a aforismos dotados de enorme apelo visual. Por exemplo, o símbolo 2a, Funtunfune­fu denkyemfun­efu, formado por dois crocodilos com um estômago comum, procura transmitir a ideia de fraternida­de. Já o símbolo 2b, Sankofa, um pato que olha para trás com as patas irmemente agarradas ao chão, reporta a rever criativame­nte o passado, tirar lições a partir do que já aconteceu.

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Três tambores na Nigéria e em Salvador, foto de Pierre Verger 2006
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MAURÍCIO WALDMAN
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