Jornal Cultura

LÍNGUA PORTUGUESA PROMOVE INTERCÂMBI­O CULTURAL ENTRE ANGOLA E O GIPTO

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O ensino da Língua Portuguesa e da Literatura dos países da CPLP, no currículo do curso de Português na Universida­de de Aswan no Egipto, abre uma janela para a promoção cientí ica, o fortalecim­ento e aproximaçã­o cultural entre povos de distintas origens.

Esta a irmação foi proferida há dias pelo adido de imprensa da Embaixada de Angola, na República Árabe do Egipto, Higino Piedade, quando dissertava sobre as relações culturais entre Angola e o Egipto nas III Jornadas da Língua Portuguesa, organizada­s pela Universida­de de Aswan.

O diplomata manifestou a vontade de ver partilhado­s o legado cultural do Egipto aliado à experiênci­a da sua gente e sobretudo, dos seus académicos com Angola para o fortalecim­ento do intercâmbi­o cultural entre os dois povos irmãos que comungam dos mesmos objectivos, como o de uma África melhor para todos os seus ilhos.

Na ocasião, Higino Piedade destacou a grandeza cultural de Angola que se manifesta de diferentes formas, no artesanato, por exemplo, as variedades de materiais utilizados pelos ancestrais, através de estatuetas em madeira, como o Pensador um dos símbolos mais representa­tivos da cultura nacional.

Enumerou, de igual modo, os instrument­os musicais, as máscaras para as danças de rituais, as pinturas a óleo e areia que fazem parte dos artefactos, cuja comprovada qualidade artística encontram-se patentes em museus, galerias de arte e feiras.

No que a dança angolana diz respeito, exaltou a tradiciona­l promovida por diversas etnias existentes no interior do país, tendo realçado serem os mais velhos os que mais se destacam nessas manifestaç­ões.

Enquanto a dança social, bailadas nos grandes centros urbanos, como são os casos do Semba e a Kizomba que têm sido, no seu entender, um verdadeiro cartão de identi icação da cultura angolana, assumindo-se agora, como um factor de internacio­nalização. Neste aspecto, o diplomata mostrou-se radiante pelo facto da musicalida­de angolana começar já a constituir interesse de alguns egípcios.

Higino Piedade disse na sua dissertaçã­o que não se pode falar da cultura angolana sem que se faça referência à Literatura em Língua Portuguesa e, neste quesito, o nome do Dr. António Agostinho destaca- se, pelo facto de a par da política ter dedicado alguns momentos da sua vida à arte de bem escrever, tendo deixado um legado poético que até hoje, continua a inspirar às novas gerações que não só declamam os seus poemas, como o musicam.

Várias Universida­des espalhadas pelo mundo, como a de Aswan, estudam o alcance do seu pensamento, o interlocut­or, referiu-se igualmente a outros importante­s escritores angolanos como: Pepetela, Luandino Vieira, Viriato da Cruz, António Jacinto, Raúl David, Uanhenga Xitu, entre outros.

Por sua vez, a Professora Ana Pitra Gróz Chefe de Departamen­to da Língua Portuguesa da Faculdade de Letras, da Universida­de Agostinho Neto, discorreu sobre a situação actual da Língua Portuguesa em Angola, da coexistênc­ia desta, com as línguas Angolanas, da trajectóri­a da Literatura Contemporâ­nea Angolana.

Aproveitou a ocasião para falar sobre os objectivos que prosseguem na instituiçã­o em que lecciona e sobre as conquistas alcançadas pelas mulheres angolanas no seu empoderame­nto desde o alcance da independên­cia nacional a 11 de Novembro de 1975.

Ao intervir na sessão de abertura das jornadas, o Secretário do Governo da Província de Aswan, Aynar Mokhtar, defendeu um maior intercâmbi­o na promoção da Língua Portuguesa entre as Universida­des com o mesmo nome da sua cidade, e as congéneres da Agostinho Neto de Angola, Mato Grosso do Brasil, a do Porto e o Instituto Camões de Portugal.

A Universida­de de Aswan ministra desde 2014, o curso de Português. A margem das Jornadas, as Universida­des de Aswan e do Porto, assim como o Instituto Camões, rubricaram Acordos de Cooperação e de Intercâmbi­o Cientí ico, cultural e Promoção da Língua Portuguesa.

A assinatura do acordo com a Universida­de do Mato Grosso do Brasil foi adiada para uma outra oportunida­de, porquanto, o mesmo tramita nos canais diplomátic­os egípcios, e com a Universida­de Agostinho Neto, por carecer ainda de concertaçã­o e pela ausência da sua Reitora, Maria do Rosário Sambo, por questões de agenda, poderá ocorrer em data anunciar.

No acto estiveram presentes para além de autoridade­s locais, a embaixador­a de Portugal, Maria Madalena, o embaixador de Moçambique, José Manuel Nunes, o adido de imprensa de Angola, Higino Piedade e a adida de Cultura do Brasil, Yukie Watanabe, acreditado­s no Egipto.

Do leque de participan­tes constaram ainda, o Reitor da Universida­de de Aswan, Professor Dr Ahmed Mohamed, a reitora da Universida­de do Mato Grosso do Brasil, Ana Di Rinzo, a vice-reitora da Universida­de do Porto, Maria de Fátima Marinho, a vogal do Conselho Directivo do Instituto Camões, Maria Gabriela Soares, a profes- sora Ana Pitra Gróz da Faculdade de Letras da Universida­de de Agostinho Neto, docentes e discentes da disciplina da Língua Portuguesa naquela instituiçã­o universitá­ria egípcia.

De referir que a província de Aswan, situa-se a sul do Egipto, distando-se a 868 kms da cidade do Cairo, contando com uma população de mais de 300 mil habitantes que têm na agricultur­a com a produção de horti-frutícolas, na pesca luvial, na fabricação de materiais de construção civil, na cerâmica, na cestaria, no comércio e no turismo, as suas principais actividade­s geradoras de rendimento.

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