Jornal Cultura

SACO FUNDO E SEM FIM OU PRINCÍPIO VISÍVEL A OLHO NU

-

Não sei se tenho saco para isto tudo Ou se ele está furado e eu não sei Há quem diga que eu sou um buraco Outros dizem que sou o próprio furo O que digo ou penso pouco interessa… Sou lobo sem cara e com cara de ovelha De tão egoísta que sou quero ser o todo Desejo tudo e mais algumas coisa e o céu O tempo está acabando e sempre iniciando Ando a reboque nele e sem saber o destino Dou um nó na garganta e no que digo Falo tão à toa e tanto quanto cuspo Como a sopa da pedra e letras toda Leio no meio do líquido amniótico Soletro em voz alta o nome do próximo Nunca tenho tempo e nem relógio As eras passam por mim como vento Nem sequer me dependuro no ar Aprecio sim uma bela vista aérea Vejo-me como uma águia humana indo e rindo nua… Dou um tiro de canhão no pé Falho o chão e o objectivo em cheio Negoceio o próximo alvo a olho De imensament­e cego peço esmolas Só obtenho no inal côdea e uma poucas migalhas…

Escrito em Luanda, a 5 de Junho de 2017, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em memória de todos os Animais e Plantas e Seres da Existência, em alusão ao Dia Mundial do Ambiente. Em Homenagem ao Animal Símbolo de Angola, a raríssima e imponente Palanca Negra, existente tão-somente neste nosso tão extraordin­ário País.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola