Jornal Cultura

TPA ESCLARECE CASO “CALVÁRIO DE JOCELINE”

- JOSÉ LUÍS MENDONÇA PAULO JULIÃO Director Geral do Canal 1 da Televisão Pública de Angola

Paulo Julião, directorge­ral do canal 1 da TPA explica as razões que impediram o filme “O Calvário de Joceline” de não passar na televisão: “há no filme cenas aliadas a uma linguagem que entram claramente em desacordo com a orientação editorial da TPA.

O jornal Cultura fez uma entrevista ao cartoonist­a e escritor Lito Silva que nos trouxe o caso do ilme por ele produzido, “O Calvário de Joceline”, argumentis­ta e produtor. Ele diz que o ilme não passa na TPA. Mas não avançou as razões. Paulo Julião, director-geral do canal 1 da TPA explica essas razões.

Jornal Cultura – O que tem a TPA a dizer sobre a proibição da passagem no tempo de antena da TPA do ilme “O Calvário de Joceline”?

Paulo Julião

– Essa questão em torno do ilme “O Calvário de Joceline” é uma questão que já se arrasta há algum tempo. Nós visionámos o ilme um pouco antes do ano terminar, creio que 2 ou 3 vezes antes do im do ano, quando recebemos esse material e vimos que o ilme continha cenas que iam contra aquilo que é a política editorial da TPA. Nós não temos nenhuma autorizaçã­o do produtor do ilme, no caso Lito Silva, para editar o mesmo e preferimos não colocá-lo na grelha de emissão da televisão. A menos que entremos num acordo com o produtor, ou ele próprio faça a edição das cenas que nós achamos que não vão ao encontro da politica editorial da TPA.

JC – Além das cenas, a TPA tam- bém levou em consideraç­ão a linguagem? A linguagem menos correcta está ligada às cenas impróprias para consumo da TPA, ou é independen­te delas?

PJ – É um pouco de tudo. Linguagem, cenas, há momentos em que o conteúdo é inapropria­do à nossa politica editorial, estamos realmente a referir- nos à linguagem que usada no filme. Sei que o filme passou em alguns países dos PALOP, mas cada estação define a sua própria orientação e há no filme cenas aliadas a uma linguagem que entram claramente em desacordo com a orientação editorial da TPA.

JC – Mas, o Paulo Julião acha que o ilme podia passar nas salas de cinema? Qual a sua opinião pessoal, como cidadão?

PJ – Como cidadão, acho que sim. Desde que seja cotado como um filme para maiores de 18 anos, com uma referência à faixa etária do público que deve assistir ao mesmo. É um filme censurado, porque a linguagem do filme não deve atingir todos os estratos sociais.

JC – Qual seria a solução para este caso?

PJ – Nós temos 2 alternativ­as. A primeira é Lito Silva permitir que edi- temos o filme. Nós podemos editar o filme. Eu sei que os criadores não gostam muito que se mexa nos seus produtos. Também para nós não seria bom, por uma questão de honestidad­e intelectua­l, não desejamos mexer no filme. Deve ser o próprio Lito Silva a editar o filme, pode sentar- se connosco e vermos quais são as cenas contrarias àquilo que definimos como nossa política editorial e passar- mos normalment­e o filme. Nós temos estado a passar filmes de autores nacionais, nós não temos nenhum problema em passar esse filme, simplesmen­te achamos que o filme tem conteúdo que contraria a nossa política editorial. Se Lito Silva estiver disponível para editar o filme, de modo a ajustar o filme ao nosso perfil editorial, podemos passá- lo sem problemas nenhuns.

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