TV ZIMBO EMITE FILME “O CALVÁRIO DE JOCELINE”
29 de Março de 2008, o edi ício sede da Direcção de Investigação Criminal (DNIC) em Luanda ruiu com um número signi icativo de baixas. A tragédia inspirou a produção de um romance editado em 2011 pela Mayamba editora. Em 2015 viria a ser adaptado para uma curta metragem televisiva de 56 minutos ao abrigo do programa FICTV da CPLP.
Ngouabi Silva foi o realizador, sendo interpretado nos papéis principais por Náuria Costa, no papel de Joceline, Balbina Barros e Djani Cunha, nos papéis de Samy e Selma respectivamente, sendo o papel de General Barbosa interpretado por Pedro Fernandes. Todos eles, actores de teatro em Angola. A produção foi da Imagem Vip Comunicação que contou ainda com a TPA e o programa FICTV da CPLP como co-produtores.
O ilme deveria ser lançado em Angola no mês de Agosto de 2016, tal como aconteceu nos restantes países de CPLP, contudo, nesse estágio crucial do processo, a estação televisiva esta- tal angolana demarcou-se do processo recusando-se a emitir o ilme, tendo desse modo o mesmo sido lançado em todos os outros países da CPLP, com excepção de Angola.
A película, foi agora emitido pela TV Zimbo no espaço dessa estação dedicada ao cinema angolano “Cine Nosso”, indicando que, tendo havido qualquer censura ao ilme, esta não foi das autoridades angolanas, mas sim tão somente da estação televisiva.
Nas linhas que se seguem, apresentamos uma breve entrevista realizada a Lito Silva, o Argumentista/Produtor do ilme “O Calvário de Joceline”, para falar um pouco sobre o assunto.
Jornal Cultura - A TPA a irma, como aliás foi publicado na nossa edição nº 152 que o ilme contém cenas que atentam contra a sua política editorial.
Lito Silva -
Se alguma vez alguém perguntasse ao Goebbels, porque censuraria uma criação judaica, certamente ele invocaria um monte de razões racionais para fazê- lo e seguramente nenhuma seria o motivo de temer ver o führer contrariado. Mas isso também seguramente não tiraria o valor das tais obras judaicas. Por outras palavras, como qualquer censor, a TPA agarrou-se ao primeiro argumento que lhe veio à mente pa- ra não exibir o filme. Contudo, descurou o facto de que é co- produtora, esteve presente em todos os momentos desde a criação do roteiro, apoio logístico e técnico e pré visionamento, sem que as questões invocadas para a não exibição, fossem sequer afloradas.