“LUNDONGO, BLUES E ROCK” E JAZZ FUSION TORNAM MAIS COOL O TRI DO JAZZING
Passados dois anos o Jazzing volta animar Luanda, com um cenário diferente, a Baia de Luanda foi trocada pelo Cine Atlântico, que de 2008 á 2012 acolheu o extinto Festival Internacional de Jazz de Luanda. Na noite de 24 de Fevereiro, Luanda juntou estrelas mundiais e artistas angolanos com potencial para alcançarem o mundo.
Na terceira edição a showbizz, produtora do Jazzing apostou na fusão que podemos encontrar entre a ancestralidade e contemporaneidade de NdalaYoWiñi, na irreverência e ousadia dos sons alternativos de Irina Vasconcelos, na busca da paternidade do Jazz no Blues de Nuno Mindelis e nos novos caminhos do Jazz que podemos encontrar em Jimmy Dludlu.
A primeira edição teve as actuações da norte Americana DianneReeves, da nigeriana Nneka e TotóSt. Já na segunda edição, Selda, participou ao lado do congolês democráticoLokuaKanza e do moçambicano Stewart Sukuma.
NdakaYoWiñi, Nuno Mindelis,Irina Vasconcelos e Jimmy Dludlu foram os protagonistas dos quatro momentos musicais da noite.
NdakaYoWiñi é Adriano Xavier Docas natural do Lobito e adoptou o nome artístico, que signi ica em português "A Voz do Povo”, abdicando uma promissora carreira na indústria petrolífera, para de corpo e alma dedicarse a arte. Em Cabinda começa a dar os primeiros passos quando criou uma banda em 1997, em que imitavam sucessos de músicas nacionais e internacionais e posteriormente fez parte do grupo de Rap.
Nuno Mindelis trouxe “blues real” para uma plateia que teve de seguir a energia do guitarrista paulistano, para sair do formalismo que caracteriza a plateia “elitista” presente nos concertos do género em Angola. Tal como o Jazzing o Nuno que viveu na então rua Sá da Bandeira e deambulou pelo guitarristas de blues. Considerado pela crítica brasileira como o melhor guitarrista de blues radicado no Brasil. O seu virtuosismo ultrapassou largamente as fronteiras do país sul-americano e é actualmente uma presença frequente em festivais nos Estados Unidos e no Canadá.
Nuno Mindelis nasceu em Cabinda, em 1957. Aos dois anos foi para a então Nova Lisboa (Huambo) onde permaneceu até aos dez anos, tendo posteriormente vivido em Luanda, no Makulusso até aos 18 anos de idade. Foi em Luanda, no Makulusu, no jardim próximo a então cervejaria Académica, que começou a dar os primeiros acordes, recriando B.B. King, Jimmy Hendrix e outras ‘feras’ internacionais. Foi também em Luanda que com 14 anos recebeu o seu primeiro cachet, após convite da Valentim de Carvalho para a produção de solos distorcidos no disco dos Dikanzas do Prenda. Deixou Angola em 1975 emigrando para o Canadá e dois anos depois reencontra os pais no
Brasil. kers, Texas Bound (1996), Blues ontheOutside (1999)TwelveHours (2003), Outros Nunos(2005), "Free Blues" (2010) e "Angels&Clowns (Feat. TheDukeRobillardBand)" (2013). A mãe de Kai mais uma vez mostrou todas as marés da Irina e justi icou porque tem sido constante a sua presença dos mais variados concertos da chamada “musica alternativa”. Dona de uma das vozes que nos últimos canta e encanta nas mais variadas vertentes, fezse acompanhar por KD no baixo, Divino Larson na guitarra solo e Dilson na bateria que alternaram momentos de rock que remete a vertente irlandesa e outros mais psicadélicos. A marca da actuação foi o ecletismo da “música alternativa” desde adaptações de clássicos nacionais, como os seus sucessos “Praia Morena”,“Kilapanga do Órfão” e aproveitou a performance para gravar o clipe de “Mulatinha Pretinha”. Irina Vasconcelos (re)conhecida pelas suas posições que nem sempre agradam muita gente, aproveitou o seu espaço para brincar de modo sério com a actual situação “vocês têm dinheiro para pagar estes bilhetes então têm outras responsabilidades”. Um acto que é típico no showbizz e na grande industria de entretenimento, mas que por cá poucos ousam fazê-lo. Irina também prometeu “Kai” título do seu álbum de estreia a solo, onde irá apostar em estilos como: Alternative Rock, Jazz Fusion, dentre outros que casará com a rítmica angolana. Com o Café Negro tem o álbum “Safra” que em 2014 conquistou o prémio de Melhor Banda do Ano no Angola MusicAwards. A cantora que cresceu num ambiente familiar cultural, no Makarenko foi amadurecendo e cimentou a veia artística com os amigo do Café Negro, conquistando os amantes do Rock numa primeira fase e de seguida um público mais diversi icado. Projectos como “Kianda Soul”, com a Fundação SindikaDokolo, Rock in Rio Catumbela, Rock in Rodas e outros