EQUILÍBRIO DISTANTE PRÉMIO UCCLA DE REVELAÇÃO 2018
júri decidiu que o vencedor deste ano do prémio literário UCCLA – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesaé o livro de poesia, em língua portuguesa, intitulado Equilíbrio Distante, de Óscar (Ruben Lopez) Maldonado, paraguaio, 48 anos, residente no Brasil.
A 3ª edição contou com 805 candidaturas, consolidando-o como o maior concurso de revelação literária de todo o espaço da Língua Portuguesa, pois só pode concorrer quem nunca editou uma obra literária.
Concorreram cidadãos de outros países, como a Alemanha, o Paraguai e a Espanha, igualmente luentes em língua portuguesa. Nos dois concursos anteriores, já o prémio havia abrangido outras nacionalidades como a espanhola, holandesa, inglesa, italiana, argentina e norte-americana, com textos em português. Nesta edição, quanto ao género, 31% (247) das candidaturas eram de mulheres. Quanto às nacionalidades: 75% (616) brasileiros, 15% (124) portugueses, e os restantes 10% são escritores dos restantes países de língua portuguesa e de outras nacionalidades acima referidas. Quanto à idade, a juventude dominou as candidaturas: 35% dos 16 aos 30 anos, 41% dos 31 aos 50 anos, 21% dos 51 aos 79 anos e 13% dos 81 aos 100 anos.
O júri desta 3ª edição foi composto por escritores de 5 nacionalidades lusófonas, professores universitários, membros de Academias de Letras e pelos seguintes 9 membros: António Carlos Secchin, Brasil; Germano Almeida, Cabo Verde; Inocência Mata, São Tomé e Príncipe; Isabel Pires de Lima, Portugal; José Luís Mendonça, Angola; José Pires Laranjeira, Portugal; Marta de Senna, pela Biblioteca Federal da Fundação Casa de Rui Barbosa, Brasil. Pela editora a Bela e o Monstro e o Movimento 2014 - João Pinto Sousa; pela UCCLA - Rui Lourido. Foi consultor do Júri, o poeta e Prof. António Carlos Cortez que fez o trabalho de coordenação da equipa de críticos literários para a pré-selecção das obras apresentadas ao júri.
A obra vencedora de Oscar (Ruben Lopez) Maldonado, “com ecos bíblicos, é um livro que não deixa de chamar para o nosso presente desvitalizado o poder que a palavra de poesia – religatio, religatione, religiosa em certa senda romântica – pode assumir.
A escrita é, a par da demanda de uma paz interior por parte de um sujeito que procura adivinhar os nomes enigmáticos de um deus criador, o tema-chave destes textos.
“O poeta sonhou um sonho transparente», diz-se. Mas, ao discurso de super ície, mais evidentemente espiritualizante, dando a ver as oposições clássicas entre alma e sentidos, entre o alto e o baixo, o terreno e o divino, vibra uma veemência imperativa («vamos derreter nossos metais/ construiremos barcos para os homens/ quem sabe espadas e canhões”) que compensa, aqui e ali, um certo niilismo, ou melhor, a impressão de que um cataclismo se aproxima. Por isso, o Óscar Maldonado pode dizer: “Teremos de desenterrar/ A nossa esperança”. Assim o classi icou o consultor António Carlos Cortez.